Primeiro, o escândalo estalou nos Estados Unidos, depois rebentou na Irlanda, e, agora, é a vez da Alemanha, da Holanda e da Áustria se defrontarem com o horror dos abusos sexuais de crianças, perpetrados pelo clero católico. Os muros do silêncio começam a esboroar-se, permitindo às vítimas, que durante uma vida carregaram o sofrimento do sentimento da vergonha, aparecer em público a pronunciar a corajosa denúncia. Espera-se que os ex-seminaristas portugueses comecem a falar.
Já não basta pedir desculpas e indemnizar as vítimas. Se a Igreja Católica Apostólica Romana tiver algum interesse em acabar com a pedofilia intra-muros, tem de rever urgentemente o obsoleto e indigno estatuto do celibato do clero e permitir a abertura do exercício do sacerdócio às mulheres.
Também os governos não podem ficar indiferentes às condições de funcionamento do internato nos seminários católicos, assim como às exigências ao seu acesso, que apenas deveria ser permitido depois de alcançada a maioridade.
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