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domingo, 21 de março de 2010

Islândia: O exemplo dramático de uma economia que se baseou na especulação bolsista


Os islandeses consideram que não foram responsáveis
pelos riscos assumidos pelos bancos durante a euforia
financeira e pensam que o salvamento dos depositantes
holandeses e britânicos, feito pelos respectivos governos,
foi demasiado generoso: as pessoas sabiam que os
investimentos eram arriscados. Também dizem que não
havia regulação europeia.
Diário de Notícias
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Em Portugal, os media têm dado pouca atenção ao que se passou na Islândia, no contexto da actual crise. E, no entanto, o que se passou naquele pequeno país escandinavo, onde os seus três maiores bancos levaram ao extremo a especulação bolsista, explica de forma eloquente a ilusão e os malefícios da economia virtual (economia de casino), que o neo-liberalismo estimulou e desenvolveu. Com a crise financeira de 2008, o mundo desabou sobre a cabeça dos islandeses, com o país a precipitar-se na bancarrota. Todos aqueles veículos, que atraíram muito investidores, muitos deles portugueses, e que garantiam taxas de retorno elevadas, perderam o seu valor. A Grã-Bretanha e a Holanda cobriram, com o dinheiro dos seus contribuintes, os depósitos dos seus respectivos bancos e empresas, que se deixaram seduzir pela miragem do lucro fácil, e contabilizou essa cobertura como dívida do Estado da Islândia. Em referendo, os islandeses recusaram assumir essa dívida, com o argumento de que não têm de pagar os prejuízos dos alarves.
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Lista dos investidores portugueses na Islândia (Diário de Notícias)
Banco Finantia S.A. : A instituição bancária aplicou no Banco Kaupthing 53 milhões de euros.
Caixa Geral de Depósitos Banco do Estado quer recuperar os 25,6 milhões que investiu.
Crédito Agrícola Gest confiou ao banco islandês 15,3 milhões de euros.
Banco Banif: O banco de Horácio Roque aplicou 11,14 milhões.
BES Vida Companhia de Seguros: A seguradora do Grupo Espírito Santo investiu 10 milhões de euros.
BPI Vida: A companhia de seguros do grupo financeiro aplicou 3,7 milhões.
Tranquilidade: A seguradora do grupo liderado por Ricardo Salgado reclama quase três milhões de euros.
Allianz Portugal: Mais uma seguradora que se diz lesada em 2,5 milhões.
Banco BPI - Fundo de Pensões: O fundo de pensões do BPI investiu 1,77 milhões de euros.
BPN-Gestäo de Activos Sociedade: gestora entregou ao banco islandês 1,3 milhões.
Banco BPI: A instituição financeira liderada por Fernando Ulrich confiou ao Kaupthing cerca de 600 mil euros.
Santuário de Fátima Fábrica do complexo religioso investiu 10 mil euros.
Sérgio Conceição: O ex-jogador do Standard de Liège foi lesado em cinco mil euros

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