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sexta-feira, 19 de março de 2010

Pauliteiros de Miranda do Douro

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Os etnólogos inclinam-se a situar a origem da dança guerreira dos pauliteiros de Miranda nos tempos da romanização da Península Ibérica. A relativa proximidade à cidade de Leão, onde uma legião romana estava aquartelada, em permanência, teria inspirado as gentes de Miranda, que, devido ao seu isolamento do resto do país, a conservou até hoje, tal como conservou o seu peculiar dialecto, o mirandês. A gaita-de-foles ainda recua mais no tempo, pois julga-se ser uma reminiscência celta.
Nos tempos actuais, só com muito esforço e dedicação se conseguem manter vivos estes dois patrimónios culturais, a língua e o folclore. A desertificação das Terras de Miranda é irreversível. A população residente no concelho, em 2004, recuou para os valores do princípio do século XIX, 7700 habitantes, o que contrasta com os 19 mil, no início da década de sessenta do século passado.
É enorme o risco de se vir a perder o testemunho vivo de um dos mais antigos registos antropológicos, em Portugal.

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