"Toda a gente já percebeu que, além da
crise económica, Portugal está a viver
neste momento uma crise política. Só
o PS não quer reconhecê-la".
A acusação é de Freitas do Amaral,
primeiro Ministro dos Negócios
Estrangeiros de José Sócrates, que
antecipa a iminência de uma
"tempestade".
Jornal de Negócios
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Não se pode dizer que Freitas do Amaral seja inimigo de José Sócrates, nem que esteja envolvido em qualquer cabala ou campanha negra contra o primeiro ministro. Ele foi seu ministro dos Negócios Estrangeiros, e, que se saiba, não saiu do governo em litígio com a respectiva política seguida, a não ser aquela que se referia à política externa, em que rejeitava a predominância da opção atlantista, que o seu sucessor veio a perfilhar.Como político experiente, Freitas do Amaral percebeu a fragilidade de José Sócrates, e a sua incapacidade de, na actual situação, poder dirigir os destinos do país. Por isso condena a cegueira dos dirigentes do PS, que obstinadamente teimam em negar o óbvio, e a não retirarem as necessárias ilações dos factos revelados pelas escutas. Mas, na sua crítica, Freitas do Amaral não deixa também de apontar o dedo ao Procurador Geral da República e ao Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, por não terem logo esclarecido toda a verdade.
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