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A estatística tem destas curiosidades úteis. Descobre coisas que, à vista desarmada, passam despercebidas. Quem é que iria adivinhar que nos hospitais portugueses, durante os fins de semana, ocorriam mais óbitos do que nos restantes dias, como se a morte, na sua dança macabra, se orientasse pelas oportunidades do calendário?!
Foi esta realidade surpreendente que três investigadores da Escola Nacional de Saúde Pública, da Universidade Nova de Lisboa, anotaram no seu estudo.
A razão é simples e fácil de explicar. Com excepção dos serviços de urgência, nas enfermarias, o pessoal médico e de enfermagem é reduzido ao mínimo, devido ao custo elevado das horas extraordinárias, que têm de ser pagas a esses profissionais. Para cortar despesas, as administrações hospitalares, pressionadas pelo ministério, apenas garantem uma espécie de serviços mínimos, permitindo assim que a morte abrace mais alguns doentes. Numa visão perversamente economicista, que é aquela que prevalece encapotadamente nos serviços hospitalares, poupam-se mais uns euros. Garante-se a rotatividade da ocupação de camas, que conta para a produtividade, e abatem-se ao efectivo, em cada semana, umas dezenas de doentes, que, se forem reformados, até vão aliviar as contas da Segurança Social. Tudo isto a bem do défice, a nova vaca sagrada da União Europeia e deste governo, que inapropriadamente ainda usa o nome do baptismo.
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