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OE 2013 Retificativo/OE 2013 Inicial Imagem da página de Carlos Adelino da Silva |
Assusta olhar para este Orçamento Retificativo de 2013. Nele está espelhada a profunda recessão da economia portuguesa, com as duas principais alavancas do PIB, o investimento e o consumo interno, a caírem (a previsão da queda de 7,6 por cento do investimento é aterradora), e o desemprego a subir para um nível record de 18,2 por cento da população ativa, bem como as consequências da imposição de mais severas medidas de austeridade sobre os rendimentos dos reformados, que nunca escapam às tesouradas do governo, e sobre os rendimentos do trabalho, desta vez os funcionários públicos, sobre os quais está a pesar a espada de Dâmocles do despedimento. O IRS, que tem uma enorme subida neste ano, é o imposto que segura as receitas fiscais, pois é o único imposto que sobe percentualmente e em valor, o que demonstra a insanidade deste governo troikeano, que não recua no seu propósito de agravar o empobrecimento da população portuguesa e de liquidar a classe média.
Para quem dizia que Portugal não era a Grécia e
que em 2013 a economia regressaria ao crescimento, aqui tem o resultado. Pior,
só será em 2014.
Na rápida recuperação económica, de que os acólitos da austeridade
falam, já ninguém acredita, assim como ninguém acredita na quadratura do ciclo
desta política de austeridade, que pretende aumentar o resultado da soma,
diminuindo o valor das parcelas. Como é possível acreditar que a economia poderia
crescer, provocando, durante anos sucessivos e através da austeridade, a
descida do consumo interno, que na economia portuguesa tem uma expressão percentual
elevada, em relação ao investimento e às exportações? E é isto que é
preocupante, pois ao analisar-se o orçamento de 2013, deduz-se facilmente que os
dos próximos anos serão piores.
Trata-se de uma verdadeira política de terra
queimada, que não quer aproveitar o potencial do trabalho para o
desenvolvimento do país, o que é um desperdício. Quando um país tem no desemprego, entre a sua população ativa, cerca de metade dos jovens, com menos de 35 anos, é, sem
dúvida, um país que não tem futuro. Assim como não tem futuro um país com um
governo que mais parece ser uma filial do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, onde impera o lema, a Europa manda, Portugal obedece.
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