A exaltação da ideia do empreendedorismo, como solução final e redentora para resolver o desemprego jovem, não passa de uma armadilha ideológica, baseada num valor absoluto louvável, mas que, no contexto sócio económico atual, apenas pretende conduzir à autoflagelação moral de quem não consegue arranjar emprego. Portugal está, a passos largos, a caminhar para a sua autofagia, com a classe possidente, a quem, precisamente, falta o sentido do empreendedorismo empresarial, a tentar aumentar desmesuradamente a sua renda, através de uma brutal desvalorização salarial, para compensar a sua incapacidade genética de, por mérito próprio, gerar a riqueza nacional.
Quando a oferta de emprego, mesmo o medianamente qualificado, está a ser remunerado abaixo do salário mínimo nacional, que, só por si, já não permite a subsistência do trabalhador e a sua sobrevivência digna, estamos a falar de um novo tipo de escravatura.
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