Fotografia do jornal PÚBLICO |
O Comité do Património Mundial, reunido em Phnom
Penh, no Camboja, justifica a sua classificação num texto publicado no site da
UNESCO que se transcreve:
“Situada numa colina sobranceira à cidade, a
Universidade de Coimbra, com as suas faculdades, cresceu e evoluiu no interior
da velha cidade durante mais de sete séculos.
Os edifícios ilustres da universidade incluem a
Igreja de Santa Cruz, do século XII, e algumas faculdades do século XVI, o Paço
Real da Alcáçova, que albergou a Universidade desde 1537, a Biblioteca Joanina
com a sua rica decoração barroca, o Jardim Botânico do século XVIII e a
Imprensa da Universidade, bem como a ‘Cidade Universitária’ criada durante os
anos 1940.
Os edifícios da universidade tornaram-se uma
referência no desenvolvimento de outras instituições de estudos superiores no
mundo falante de português, no qual exerceu grande influência quer no ensino,
quer na literatura.
Coimbra é um exemplo notável de uma cidade
universitária integrada com uma tipologia urbana específica, com as suas
cerimónias próprias e tradições culturais que foram sendo mantidas vivas ao
longo do tempo.”
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Como português, sinto-me orgulhoso com esta
honrosa distinção da UNESCO, ao classificar a Universidade de Coimbra como
Património Mundial, destacando-lhe, como atributos, a perspetiva material - o
seu histórico e harmoniosos conjunto arquitetónico, bem integrado na malha da cidade
- e a perspetiva imaterial - a sua importância na difusão da língua portuguesa
e da respetiva cultura, através do mundo, até onde chegou o génio da expansão
das Descobertas.
A Universidade de Coimbra, que já fazia parte da
nossa identidade coletiva, passa a ser agora um dos seus mais importantes
símbolos.
Portugal é um dos países do mundo mais
respeitados, como se constatou em Phom Penh, no Cambodja, com os delegados dos
países do Comité do Património Mundial a contrariarem o parecer do ICOMOS,
órgão consultivo da UNESCO, que aconselhava a adiar a decisão. As palavras do
representante da India e o da Tailândia foram comoventes e altamente
gratificantes para com Portugal. Saibamos nós, governantes e governados, neste
momento difícil, respeitá-lo também.
Pela Universidade de Coimbra passaram sucessivas
gerações das elites culturais e políticas de Portugal, que foram moldando a
nossa sociedade, no seu melhor e no seu pior. Muito dos que os portugueses são
hoje, devem-no à Universidade de Coimbra, que formou aquelas elites. Por isso,
esta distinção pertence a todos os portugueses.
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