Oito
poemas na rebentação das mãos_
Afinal_
Gosto de me sentar imóvel
sem pensar em nada
a página é o meu observatório humano
aí faço anotações do quotidiano
falo em voz baixa
e escrevo algumas palavras de ofício
algumas resistem outras apagam-se
quase sempre a folha de papel em branco
se me perguntam porque o faço
respondo: “ não sei”
afinal é isso o que conta
© maria
azenha
in REVISTA TRIPLOV de Artes, Religiões e
Ciências
Nova série | número 47 | agosto-setembro | 2014
© Maria Estela Guedes PORTUGAL
***«***
Quem
és tu, romeiro?
Ninguém!
Assim
soa, com esta profundidade enigmática, mas literariamente grandiosa, a frase do
remate deste poema: “não sei”. E, pelo caminho, ficam os rastos da imobilidade,
do vazio purificador e do silêncio (fecundo) do pensamento. Fica “a folha
branca do “papel em branco”.A "poeta" maria azenha colabora regularmente no Alpendre da Lua.
1 comentário:
como sempre, um belíssimo poema!
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