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domingo, 19 de maio de 2013

Raha foi a primeira mulher saudita a alcançar o cume do Evereste


Expedição de Raha Moharrak é um marco para a Arábia Saudita, onde o desporto ainda está interdito à maioria das mulheres.
Raha Moharrak, de 25 anos, foi a primeira mulher saudita a alcançar o cume do Evereste, a mais alta montanha do mundo, no Nepal, informaram as autoridades de turismo nepalesas.
De acordo com a organização não governamental Human Rights Watch, a Arábia Saudita, um reino muçulmano conservador, é o único país do mundo que ainda proíbe a participação de mulheres em actividades desportivas nas escolas públicas.
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Não se tratou apenas de um grande feito desportivo. A sua importância reside no significado do corajoso desafio à tirania dos clérigos muçulmanos da Arábia Saudita, que nega às mulheres os direitos da cidadania e o usufruto pleno da sua liberdade, incluindo o direito à prática do desporto, que, naquele país de mentalidade obscurantista e medieval, apenas está reservado aos homens.
As três religiões do Livro, que marcaram totalitariamente o destino milenar de grande parte da Humanidade, sempre tiveram dificuldade em lidar com o corpo e a sexualidade das mulheres, impondo-lhes regras cruéis ao seu comportamento e obrigando-as a uma obediência cega ao poder masculino. A religião islâmica, em muitos países, é aquela que tem resistido ao avanço imparável da modernidade dos direitos universais, que agora também começam a estar em perigo nos países ocidentais,  não já por causas religiosas, mas por outras frentes totalitárias e não menos obscurantistas e perversas, apoiadas na ditadura do capitalismo financeiro, que escolheu outra divindade, o mercado, e outros instrumentos de tortura, a dívida dos países periféricos. As multinacionais da Fé e as multinacionais do Capital complementam-se assim, na sua determinação de domesticarem o Homem, tentando submetê-lo aos seus desígnios e aos seus interesses egoístas. 

Nota: Na sua forma original, este texto foi publicado, contendo duas frases, na sua parte final, que, por erro de revisão, não foram eliminadas atempadamente, aparecendo, pois, descontextualizadas e incorretamente escritas. As minhas desculpas aos leitores.

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