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De cada vez que escrevo
uma palavra
de
cada vez que escrevo uma palavra
trago-te
flores
e
tremo muito
de
cada vez que escrevo uma palavra
abro
os pulsos
e
sinto o sangue entrar numa gruta
de
cada vez que escrevo uma palavra esqueço tudo
- tem chovido muito –
- tem chovido muito –
ao
acordar luto contra a escuridão
maria azenha
In NO TEMPO DOS ESPELHOS
Nota: Não foi apenas com uma palavra, mas apenas
foi suficiente uma meia dúzia para que o poema ganhasse luz, embora seja de
escuridão que se fala. O encantamento metafórico centra-se nos versos: “abro os
pulsos/ e sinto o sangue entrar numa gruta” e “ao acordar luto contra a
escuridão”. E, antes disso, toda a
fragilidade e timidez da mulher que ama, e que treme quando leva flores. Num
pequeno poema, Maria Azenha consegue, com um pequeno artifício, escrever um lindo hino ao amor.
AC
A “poeta” Maria Azenha colabora neste blogue, publicando-se um poema seu, às quintas-feiras.
A “poeta” Maria Azenha colabora neste blogue, publicando-se um poema seu, às quintas-feiras.
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