Meu caro Ilustre Prof. CAVACO SILVA,
Tomo a liberdade de me dirigir a V. Exa.,
através deste meio [o Facebook], uma vez que o Senhor toma a liberdade de se
dirigir a mim da mesma forma. É, aliás, a única maneira que tem utilizado para
conversar comigo (ou com qualquer dos outros Portugueses, quer tenham ou não,
sido seus eleitores).
Falando de eleitores, começo por recordar a V.
Exa., que nunca votei em si, para nenhum dos cargos que o Senhor tem ocupado,
praticamente de forma consecutiva, nos últimos 30 anos em Portugal (Ministro
das Finanças, Primeiro Ministro, Primeiro Ministro, Primeiro Ministro,
Presidente da República, Presidente da República).
No entanto, apesar de nunca ter votado em si,
reconheço que o Senhor:
1) Se candidatou de livre e espontânea vontade, não tendo sido para isso coagido
de qualquer forma e foi eleito pela maioria dos eleitores que se dignaram a
comparecer no acto eleitoral;
2) Tomou posse, uma vez mais, de livre vontade, numa cerimónia que foi PAGA POR
MIM (e por todos os outros que AINDA TINHAM, nessa altura, a boa ventura de ter
um emprego para pagar os seus impostos);
3) RESIDE NUMA CASA QUE É PAGA POR MIM (e por todos os outros que AINDA TÊM a
boa ventura de ter um emprego para pagar os seus impostos);
4) TEM TODAS AS SUAS DESPESAS CORRENTES PAGAS POR MIM (e pelos mesmos);
5) TEM TRÊS REFORMAS CUMULATIVAS (duas suas e uma da Exma. Sra. D. Maria) que
são PAGAS por um sistema previdencial que é alimentado POR MIM (e pelos
mesmos);
6) Quando, finalmente, resolver retirar-se da vida política activa, vai ter uma
QUARTA REFORMA (pomposamente designada por subvenção vitalícia) que será PAGA
POR MIM (e por todos os outros que, nessa altura, AINDA TIVEREM a boa ventura
de ter um emprego para pagar os seus impostos).
Neste contexto, é uma verdade absoluta que o
Senhor VIVE À MINHA CUSTA (bem como toda a sua família directa e indirecta).
Mais: TEM VIVIDO À MINHA CUSTA quase TODA A SUA
VIDA.
E, não me conteste já, lembrando que algures na
sua vida profissional:
a) Trabalhou no Banco de Portugal;
b) Deu aulas na Universidade; no ISEG e na Católica.
Ambos sabemos que NADA DISSO É VERDADE.
BANCO DE PORTUGAL: O Senhor recebia o ordenado
do Banco de Portugal, mas fugia de lá, invariavelmente com gripe, de cada vez
que era preciso trabalhar. Principalmente, se bem se lembra (eu lembro-me bem),
aquando das primeiras visitas do FMI no início dos anos 80, em que o Senhor se
fingiu doente para que a sua imagem como futuro político não ficasse manchada
pela associação ao processo de austeridade da época. Ainda hoje a Teresa não
percebe como é que o pomposamente designado chefe do gabinete de estudos NUNCA
esteve disponível para o FMI (ao longo de MUITOS meses. Grande gripe essa).
Foi aliás esse movimento que lhe permitiu,
CONTINUANDO A RECEBER UM ORDENADO PAGO POR MIM (e sem se dignar sequer a passar
por lá), preparar o ataque palaciano à Liderança do PSD, que o levou com uma
grande dose de intriga e traição aos seus, aos vários lugares que tem vindo a
ocupar (GASTANDO O MEU DINHEIRO).
AULAS NA UNIVERSIDADE: O Senhor recebia o
ordenado da Universidade (PAGO POR MIM). Isso é verdade. Quanto ao ter sido
Professor, a história, como sabe melhor que ninguém, está muito mal contada. O
Senhor constava dos quadros da Universidade (hoje ISEG), mas nunca por lá
aparecia, excepto para RECEBER O ORDENADO, PAGO POR MIM. O escândalo era de tal
forma que até o nosso comum conhecido JOÃO DE DEUS PINHEIRO, como Reitor, já
não tinha qualquer hipótese de tapar as suas TRAPALHADAS. É verdade que o
Senhor depois acabou por o presentear com um lugar de Ministro dos Negócios
Estrangeiros, para o qual o João tinha imensa apetência, mas nenhuma
competência ou preparação.
Fica assim claro que o Senhor, de facto, NUNCA
trabalhou, poucas vezes se dignou a aparecer nos locais onde recebia o ORDENADO
PAGO POR MIM e devotou toda a vida à sua causa pessoal: triunfar na política.
Mas, fica também claro, que o Senhor AINDA VIVE
À MINHA CUSTA e, mais ainda, vai, para sempre, CONTINUAR A VIVER À MINHA CUSTA.
Sou, assim, sua ENTIDADE PATRONAL.
Neste contexto, eu e todos os outros que O
SUSTENTÁMOS TODA A VIDA, temos o direito de o chamar à responsabilidade:
a) Se não é capaz de mais nada de relevante, então: DEMITA-SE e desapareça;
b) Se se sente capaz de fazer alguma coisa, então: DEMITA O GOVERNO;
c) Se tiver uma réstia de vergonha na cara, então: DEMITA O GOVERNO e, a
seguir, DEMITA-SE.
Aproveito para lhe enviar, em nome da sua
entidade patronal (eu e os outros
PAGADORES DE IMPOSTOS), votos de um bom fim de semana.
Respeitosamente,
Carlos Paz
Carta publicada no Facebook, por Carlos Paz.