Jerónimo de Sousa exigiu esta sexta-feira, na abertura do XIX Congresso do PCP, em Almada, a “derrota definitiva” do actual Governo com a sua demissão e a realização de eleições antecipadas.
... Jerónimo de Sousa defendeu a rejeição do “pacto de agressão”, como qualifica o memorando da troika, e a consequente renegociação da dívida, a valorização do emprego e da produção nacional, a alteração radical da política fiscal, a garantia das funções sociais do Estado, a recuperação do Estado no comando da economia e a libertação do país das imposições externas como alicerces fundamentais da actuação dos comunistas.
... “Uma política ao serviço do povo e do país que exige desde logo a derrota definitiva deste Governo e sua demissão”, disse. Mas acrescentou que dessa ruptura terá que resultar forçosamente uma nova política, até porque o país “não está condenado ao ciclo vicioso do rotativismo de alternância e não se limita nem se esgota no actual quadro partidário e, muito menos, se confina aos partidos da troika”.
... não contam com o PCP os que pretendem fazer da Constituição “um texto sem valor” ou “rasgá-la definitivamente”. A Constituição, disse, consagra um projecto que corresponde "nos seus traços essenciais aos objectivos da luta" comunista.
PÚBLICO
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Com uma clareza cristalina, Jerónimo de Sousa definiu assim as condições mínimas do PCP para aceitar uma política de convergência da oposição ao atual governo. Compete às outras forças da oposição, aos partidos institucionais e aos atomizados grupos políticos, entretanto surgidos, mas cuja importância não pode ser menorizada, pronunciarem-se. É que, muitas coisas podem ser feitas contra o PCP, mas, para inverter a situação política atual, nada poderá ser feito sem o PCP. Tem objetivos políticos claros, sem armadilhas de linguagem e sem subterfúgios. Tem uma organização invejável. Tem uma influência decisiva no mundo sindical. E, acima de tudo, tem História.