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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Notas do meu rodapé: A violência dos Hunos...


Ontem, escrevi aqui que esta Greve Geral poderia marcar a viragem para um novo tempo. Parece que não me enganei. Pelo menos, ao nível do perfil da contestação popular. A manifestação de protesto, no Largo da Assembleia da República, transformou-se no cenário dantesco de uma batalha campal, com a violência instalada, entre a polícia e os manifestantes. E houve feridos! E, quanto a mim, isto é apenas o princípio. Em 2013, quando começar a fazer sentir-se o impacto das medidas do Orçamento de Estado, talvez comece a haver mortos, e a violência epidérmica se transforme em violência endémica. É que, quando o impulso detonador do protesto e da revolta passa da cabeça para o estômago, atinge-se aquele perigoso limiar em que não há nada a perder. E depois, chamem-lhes vândalos ou provocadores profissionais, uma vez que, pelo continuado desgaste do infame insulto, já não podem chamar-lhes comunistas.
Não aprovo a violência, mas não me peçam para a condenar, quando os motivos são justos e a razão está do lado dos mais fracos. Não alinho no discurso do politicamente correto. A violência de ontem, junto à Assembleia da República, foi a resposta de jovens desesperados, a quem lhes é negada a esperança no futuro, e que reagiram à violência, esta sim, de cariz criminoso, que está a abater-se sobre o povo português. E entre esses jovens estava o meu filho, com três anos de procura infrutífera de trabalho, a juntar ao seu curriculo, e que ontem foi barbaramente agredido por um gorila, enquanto ajudava uma rapariga, caída ferida, naqula fuga precipitada. E o meu filho não lançou pedras à polícia!
Não me esquecerei disto!...
Nota: É evidente que estas amargas palavras não pretendem ofender os agentes políciais, envolvidos na violência, pois eles estão a executar o seu trabalho, o trabalho de que vivem. A minha indignação visa atingir quem, lá bem no topo, os comanda