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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

GEORGE SOROS - O EURO CRIOU DIVERGÊNCIA EM VEZ DE CONVERGÊNCIA


Verdade seja dita que a Alemanha tem vindo a resgatar os países altamente endividados para proteger o seu próprio sistema bancário. Estas medidas fazem lembrar as da crise bancária internacional de 1982, quando as instituições financeiras emprestaram aos países endividados dinheiro suficiente para o serviço das suas dívidas até que os bancos conseguissem reunir reservas suficientes para trocarem as suas «dívidas más» por títulos (Brady Bonds) em 1989. Isto gerou uma década perdida para a América Latina. Efetivamente as medidas atuais penalizam os países endividados ainda mais do que nos anos 80, porque estes terão que pagar prémios de risco significativos depois de 2013. Como resultado a União Europeia vai sofrer algo pior do que uma década perdida; vai enfrentar uma divergência crónica na qual os países com excedentes avançam enquanto os países com défice são arrastados para o fundo com o fardo das dívidas acumuladas, Os requisitos de competitividade serão impostos num campo de jogo desequilibrado, colocando os países com défice numa posição insustentável.
George Soros
In Democracia Participativa 
Nota do editor: Para quem não saiba, informa-se que George Soros não é marxista. É um multimilionário. Formou-se em Economia na London School of Economics.