VIVAMOS, LÉSBIA MINHA, E AMEMO-NOS
Vivamos, Lésbia minha, e amemo-nos,
E os murmúrios dos velhos mais ressabiados
Consideremo-los todos como um simples tostão.
Os dias podem morrer e nascer,
Mas se esta nossa breve luz morrer
Nós dormiremos uma só noite sem fim
Dá-me mil beijos, e mais cem;
Dá-me outros mil, e mais cem;
Depois, mais uns mil, e mais cem.
E quando, enfim, os tivermos dado aos milhares,
Para esquecer tudo, baralhemos as contas,
De modo a que ninguém com mal possa invejar-nos
Um número de beijos tão grande.
Catulo
(87 a.c.? – 54 a.c.)
Tradução de Gena e Filippo
Montera
Montera
Nota: Catulo rompeu com a tradição
poética ligada à mitologia greco-romana e iniciou, com outros poetas, um
processo de transformação estética e literária, com a poesia centrada na alma
humana, no amor e nos sentimentos. Cícero, em sentido pejorativo, designáva-os
por poetas novos.
Amabilidade da “poeta”
Maria Gomes, que indicou o vídeo.
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