A excessiva desigualdade de rendimentos,
refletida num dado recente de que 80 pessoas mais ricas do mundo controlam
metade da riqueza global, é um obstáculo para o crescimento sustentável,
afirmaram hoje economistas e ativistas de prestígio internacional em Davos.
"A excessiva desigualdade não propicia
crescimento sustentável", declarou hoje a diretora gerente do Fundo
Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, num debate sobre a
concentração da riqueza no Fórum Mundial de Davos (WEF), que decorre em Davos
na Suíça.
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Esta mulher está sempre a dar uma no cravo,
outra na ferradura. Desta vez, acertou. Deu no cravo. E bem. Na realidade, e ao
contrário do que pensam as nossas luminárias indígenas e os mais empedernidos
economistas neoliberais, as políticas redistributivas induzem o crescimento
económico. E é fácil perceber porquê. Estimulam o consumo, o que se reflete
positivamente no aumento do investimento e do emprego, que por sua vez também
vão puxar pelo consumo, constituindo-se assim uma triangulação de fatores
favoráveis, que, conjugados, vão aumentar a riqueza (PIB).
É evidente que esta equação não tem uma
progressão infinita. Tem um limite, o limite imposto pela equidade e pela
razoabilidade dos objetivos das políticas económicas, uma coisa a que, em
Portugal, já não estamos habituados.
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