Já o líder parlamentar do PCP condenou os "cortes
adicionais" anunciados pelo Governo e o seu "programa de terrorismo
social", destacando as consequências severas para o sector da saúde
perante a "racionalização" defendida pela ministra das Finanças.
"Todas estas medidas são cortes adicionais,
porque o Governo passou os últimos três anos a dizer que era a troika que
obrigava e que só existiam durante o período de duração do pacto", disse
João Oliveira no Parlamento.
"Aquilo que a ministra das Finanças veio
anunciar foi que, afinal de contas, para 2015, além da duração do pacto, haverá
mais cortes. Portanto, são cortes adicionais que o Governo toma como opção para
insistir neste programa de terrorismo social", continuou o deputado
comunista.
A reunião do executivo liderado por Passos
Coelho e Paulo Portas serviu para os ministros concluírem as medidas para o ano
de 2015 que o Governo tem de entregar aos credores internacionais
para encerrarem formalmente a 11.ª avaliação ao programa de assistência económica
e financeira.
***«»***
Com um calculismo perverso, adotado em função do
calendário eleitoral, o governo não anunciou, no seu programa “austeritário”,
os brutais cortes nos rendimentos dos funcionários públicos e dos pensionistas,
de que tanto se falou. Sub-repticiamente, fez circular pela comunicação social,
de modo intencional, que as pensões iriam, já em 2015, ser indexadas a índices
económicos e demográficos (o que na prática equivaleria à diminuição do seu
valor nominal), com o único propósito de espalhar o medo e semear o pânico
entre os visados e, também, ao mesmo tempo, para dar como isco, aos partidos da
oposição, pretextos fáceis e argumentos fortes para que estes pudessem
descarregar as suas críticas e os seus protestos. Ao anunciar outras medidas,
que não as dos cortes nos rendimentos daqueles dois grupos sociais, aliás, umas
medidas muito difusas e pouco concretas, incluindo as da área da saúde, o
governo pretendeu provocar o efeito da aceitação do mal menor. Trata-se de uma
tática já ensaiada em situações anteriores, o que levou parte da opinião
pública, a mais informada e esclarecida, a colocar-se na defensiva, perante o
anúncio da primeira versão de algumas medidas restritivas, por parte dos
membros do governo, que, através de um percurso sinuoso de sucessivas
reincidências, já se habituaram ao convívio íntimo com a mentira.
Nos próximos tempos, iremos ser massacrados com a
narrativa sedutora da defesa dos interesses dos reformados e dos funcionários
públicos, narrativa esta que será esquecida depois das eleições de 25 de Maio.
A grande “patada” da besta será desferida logo a seguir.
2 comentários:
pretty nice blog, following :)
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