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domingo, 13 de abril de 2014

PCP e CGTP solidários com protesto de reformados em Lisboa


Os secretários-gerais da CGTP e do PCP manifestaram-se hoje solidários com os milhares de reformados e pensionistas que esta tarde protestaram em Lisboa contra os cortes nos salários e nas pensões, os quais também lembraram os ideais de Abril.
"Estamos aqui para dizer que os trabalhadores no ativo de hoje são os filhos destes homens e mulheres, destes pais e mães, destes avós, e estamos com eles numa luta que é de todos", afirmou o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, que esta tarde se juntou ao protesto e saudou alguns idosos, distribuindo cravos vermelhos.
Arménio Carlos enalteceu o facto de "estes homens e mulheres, ao contrário do que alguns pensavam, não estarem resignados, nem tão pouco condenados a ficarem na exclusão e no isolamento".
Também o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, se juntou à manifestação e demonstrou a solidariedade do partido com aqueles que estão a sofrer cortes nas reformas.
"Esta é uma manifestação, não só de solidariedade, mas também de admiração. Creio que é caso único na Europa uma manifestação em vários pontos do país de um setor que tem sido profundamente fustigado por este Governo, por esta política, sujeito a sistemáticos cortes e ao roubo das suas pensões e das suas reformas", afirmou Jerónimo de Sousa.

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Os dirigentes do Partido Socialista, e, principalmente, o seu Secretário-geral, António José Seguro, primaram pela ausência, esta tarde, na manifestação dos pensionistas e reformados, muitos deles militantes e simpatizantes ou simples eleitores tradicionais daquele partido, que assim não puderam rever-se no ideário político em que acreditaram até este momento. Naturalmente, que se sentiram traídos e frustrados, pois é nestes momentos de veemente protesto, que os dirigentes partidários devem estar presentes, junto dos seus militantes e simpatizantes, e também dos seus eleitores. É muito provável que alguns daqueles manifestantes do partido da rosa comecem a perceber que António José Seguro apenas refere os reformados e pensionistas como pretexto para atacar o governo de direita e para ganhar mais votos entre o eleitorado descontente. Ele não está nada interessado em resolver os problemas deste fragilizado grupo social, até porque não pode, devido ao seu secreto alinhamento com a política dominante da UE (ele assinou o Tratado Orçamental). Ele apenas se aproveita do problema.
Sabe-se que António José Seguro não quer estragar a sua imagem de político alinhadinho  - no pensamento político e nos comportamentos - com o figurino europeu do politicamente correto, que rejeita, de todo, o alinhamento em manifestações de rua, consideradas pejorativamente de arruaças do povo miúdo. É certo que António José Seguro, se comparecesse, também não saberia como deveria comportar-se, ele que passou uma vida a treinar ao espelho as poses corretas de um candidato a primeiro-ministro de Portugal. Não saberia onde meter as mãos e hesitaria muito se levaria ou não a gravata. Outro problema que se lhe colocaria seria o de participação ativa na entoação dos slogans. Não tenho dúvidas que se sentiria ridículo, e cheio de medo que a Kaiser alemã começasse a rir-se, quando o visse naqueles propósitos, na televisão.
AC

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