Portugal viveu ontem um dia de greve, contra a austeridade e a reforma do Estado que vai, necessariamente, pôr fim a direitos e hábitos estabelecidos.
... Depois, externamente, fomos, por um dia, mais parecidos com a Grécia, isto é, as imagens que passaram no mundo foi de um País parado e, pior, incapaz de perceber o que está em causa. Também isto não corresponde, felizmente, à verdade. Mas cria, internacionalmente, junto dos mercados, junto da ‘troika', junto dos líderes europeus, a ideia de que os portugueses vivem ainda na ilusão. De que é possível continuar a viver à custa do dinheiro dos outros, e não do que produzimos. Não é.
Diário Económico
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Em forma de comentário, que teve de ser dividido em três partes, por limitação do número de caracteres, publiquei este texto no Diário Económico, em resposta ao artigo do seu director.
Este senhor António Costa, director do DE, é um pândego. Só contou metade da história. Ele afirma que Portugal não pode estar a viver com o dinheiro dos outros, mas esqueceu-se de dizer que Portugal não pode estar a ser governado pelos "outros", que é o que está a acontecer. O seu raciocínio viciado não consegue ultrapassar o patamar da inevitabilidade das medidas de austeridade, como se não houvesse políticas alternativas, apostadas no aumento da produção nacional, através do aumento do consumo interno. A própria Alemanha, que, actualmente, protagoniza a afirmação de um fascismo de novo tipo, o fascimo financeiro, através da ditadura do euro, viveu no século passado três grandes crises, que ultrapassou com o recurso ao défice orçamental e a uma gigantesca dívida externa, o que lhe permitiu desenvolver a economia e pagar aquela dívida. Antonio Costa não leu, ou se leu, não compreendeu, o que Joseph Stiglitz, prémio Nobel da Economia em 2001, tem afirmado sobre a irracionalidade de pretender resolver os problemas orçamentais dos países periféricos, apenas através da imposição de duros planos de austeridade, que vão atrofiar irremediavelmente o crescimento das respectivas economias. Idêntica opinião é a do economista Amartya Sen, outro nobilizado (1991), que além do exemplo da Alemanha, avança com o dos EUA, no tempo de Clinton. E será a altura de perguntar quem é que anda a viver com os dinheiros dos outros, e se não serão os EUA, com a sua capacidade em fabricar dólares a partir do ar e de se alimentar dos gigantescos défices, o orçamental, o comercial e o da balança de pagamentos, beneficiando da oportunidade de a sua moeda ter sido imposta como moeda de reserva internacional nos anos setenta do século passado. Esquece o senhor António Costa que o paradigma do actual sistema económico e financeiro é proceder à tranferência da riqueza dos países pobres para os países ricos e, em cada país, tranferir rendimentos do trabalho para os rendimentos do capital. Não queira o senhor António Costa fazer o papel de tartufo nesta grande comédia em que se transformou Portugal, comédia que vai acabar em tragédia.
http://economico.sapo.pt/noticias/portugal-esta-melhor-hoje-dia-seguinte-a-greve_132295.html
Este senhor António Costa, director do DE, é um pândego. Só contou metade da história. Ele afirma que Portugal não pode estar a viver com o dinheiro dos outros, mas esqueceu-se de dizer que Portugal não pode estar a ser governado pelos "outros", que é o que está a acontecer. O seu raciocínio viciado não consegue ultrapassar o patamar da inevitabilidade das medidas de austeridade, como se não houvesse políticas alternativas, apostadas no aumento da produção nacional, através do aumento do consumo interno. A própria Alemanha, que, actualmente, protagoniza a afirmação de um fascismo de novo tipo, o fascimo financeiro, através da ditadura do euro, viveu no século passado três grandes crises, que ultrapassou com o recurso ao défice orçamental e a uma gigantesca dívida externa, o que lhe permitiu desenvolver a economia e pagar aquela dívida. Antonio Costa não leu, ou se leu, não compreendeu, o que Joseph Stiglitz, prémio Nobel da Economia em 2001, tem afirmado sobre a irracionalidade de pretender resolver os problemas orçamentais dos países periféricos, apenas através da imposição de duros planos de austeridade, que vão atrofiar irremediavelmente o crescimento das respectivas economias. Idêntica opinião é a do economista Amartya Sen, outro nobilizado (1991), que além do exemplo da Alemanha, avança com o dos EUA, no tempo de Clinton. E será a altura de perguntar quem é que anda a viver com os dinheiros dos outros, e se não serão os EUA, com a sua capacidade em fabricar dólares a partir do ar e de se alimentar dos gigantescos défices, o orçamental, o comercial e o da balança de pagamentos, beneficiando da oportunidade de a sua moeda ter sido imposta como moeda de reserva internacional nos anos setenta do século passado. Esquece o senhor António Costa que o paradigma do actual sistema económico e financeiro é proceder à tranferência da riqueza dos países pobres para os países ricos e, em cada país, tranferir rendimentos do trabalho para os rendimentos do capital. Não queira o senhor António Costa fazer o papel de tartufo nesta grande comédia em que se transformou Portugal, comédia que vai acabar em tragédia.
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