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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Gerald Celente: Acabemos com esta farsa de democracia

Amabilidade de Pilar Vicente
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A globalização é uma farsa, que apenas interessou e interessa ao capitalismo financeiro. Ao instituir como valor sagrado a liberdade de movimentos de capitais, o capitalismo neoliberal promoveu a descapitalização dos países com economias mais débeis, que assim se viram privados de meios para o investimento, para a poupança e para o consumo. Os lucros das empresas e os dividendos dos accionistas, que resultaram do esforço colectivo de cada país, ao migrarem livremente, através dos paraísos fiscais, para as grandes praças financeiras, engordando a economia virtual, promovida pelos bancos, debilitaram as suas respectivas economias, obrigando assim esses países a endividarem-se externamente. Também o euro foi criado para favorecer as economias europeias com excedentes, as mais ricas, em prejuízo das economias deficitárias, para às quais uma moeda muito valorizada não favorecia a sua competitividade externa.
Para garantirem o seu domínio absoluto, os grandes banqueiros globalizaram a sua actividade e, por diversas vias, subverteram a democracia, manietando os governos à sua vontade. Perante a crise instalada, esses mesmos governos implementam políticas, cujo objectivo principal é proteger os interesses desses mesmos banqueiros. Basta estar atento ao circo montado para cada reunião dos dirigentes europeus, onde não se fala de economia nem de desenvolvimento. Os discursos, obsessivamente, apenas referem as finanças e as dívidas soberanas. E, não tenhamos dúvidas: se o capitalismo financeiro europeu, através do seu braço político das instâncias comunitárias, não conseguir manter o sistema, no quadro do modelo da democracia parlamentar, devido à resistência dos povos às severas medidas de austeridade, a provável instauração de um novo tipo de fascismo será a opção. Foi o que aconteceu nas décadas de vinte e trinta do século passado, perante a ameaça que constituía para o sistema a influência crescente do comunismo.