Sabe-se agora que os cerca de 400 cooperantes da brigada médica cubana no Haiti foram a mais importante assistência médico-sanitária, concedida ao povo haitiano, durante as primeiras 72 horas após a catástrofe de 13 de Janeiro, os quais realizaram centenas de intervenções cirúrgicas em 5 locais de assistência diferentes, na cidade de Port-au-Prince, à qual se juntou uma brigada cubana de 60 especialistas em catástrofes, elementos do Contingente “Henry Reeve”, que voaram de Cuba com medicamentos, soro, plasma e alimentos. Entretanto, os grandes meios de comunicação social silenciaram todo este esforço de solidariedade, ao ponto do jornal diário EL PAÍS, na sua edição de 15 de Janeiro, ter ignorado esta presença, e Cuba nem sequer aparecer entre os 23 Estados que já haviam disponibilizado ajuda e assistência às vítimas do sismo. Indiferente a vozes críticas, oriundas dos próprios E.U.A., a cadeia televisiva Fox News (EUA) chegou mesmo ao ponto de afirmar que Cuba foi dos poucos países das Caraíbas que não haviam prestado qualquer ajuda ao Haiti. Tirando esta mentira intencional, que caracteriza um certo tipo de comunicação social, a verdade é que a informação veiculada pela maioria das agências noticiosas mundiais, tem tido como preocupação central o enaltecimento das contribuições e donativos dos países e cidadãos mais abastados do mundo, levantando uma barreira de silêncio sobre quem contribuiu de forma solidária, desinteressada e determinante (e não foi apenas Cuba), para a limitação do sofrimento, miséria e vulnerabilidade do povo haitiano. Mas a barreira de silêncio não se fica por aqui; consentida ou não, mas sob o pretexto da necessidade de policiamento, restabelecimento da ordem e segurança, parece estar a passar despercebida uma efectiva e maciça ocupação militar do território do Haiti, por parte das forças armadas dos Estados Unidos da América, a qual, a ser verdade, pode ser o embrião de uma futura poderosa base, destinada a ampliar e consolidar a sua influência na região.
Enviado pelo Diamantino Silva
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