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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Notas do meu rodapé: Um governo vencedor e que se tornou bicéfalo...

O PSD de Manuela Ferreira Leite saiu francamente derrotado deste braço de ferro com o governo, que ontem ganhou pontos com a intervenção assertiva e objectiva do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, o verdadeiro líder deste orçamento e do actual momento político, a deixar Sócrates na penumbra, por acusar já um penoso desgaste junto da opinião pública, que já não o leva muito a sério.
Teixeira dos Santos explicou bem aos portugueses as razões da sua oposição terminante ao aumento da transferência de mais dinheiro para a Região Autónoma da Madeira, a partir do Orçamento de Estado, assim como ao aumento de mais endividamentos, escudando-se naquele argumento de que são os portugueses do continente a pagar os devaneios despesistas e megalómanos de Alberto João Jardim. Não tenho dúvida nenhuma que a maioria dos portugueses, incluindo muitos do PSD, apoiou sem pestanejar a firmeza de Teixeira dos Santos. Esses portugueses, onde eu me incluo, para além de aceitarem a razoabilidade dos argumentos avançados, também rejubilaram com a humilhação infligida a João Jardim, que não vai ter vontade nenhuma de se travestir no próximo Carnaval da Madeira, e que, a partir de agora, irá pensar duas vezes antes de proferir impropérios e insultos contra os portugueses do continente, que já estão fartos da sua alarvidade.
Os partidos da oposição, que se uniram, por motivos eleitoralistas, à volta desta iniciativa legislativa, perderam aquilo que ganharam na discussão do Orçamento de Estado. Por sua vez, o governo, que passou a ser bicéfalo, ganhou mais espaço de manobra até à próxima crise política, aquela que irá favorecer-lhe o pretexto para se demitir e poder precipitar novas eleições, a fim de ganhar a maioria absoluta, a que tanto aspira.

1 comentário:

Graza disse...

Não posso deixar de não saudar esta sua posição, porque lhe conhecemos o seu posicionamento face à política deste Governo. Porque é de facto estranho que num dia em que soaram quase todas as campaínhas se ache que o que estava em causa não era dar um sinal contrário aos abutres que espreitam. E tudo por estratégia e luta por votos.