A revelação pública dos despachos dos
magistrados de Aveiro que entenderam
haver "indícios fortes" da existência
de um plano do Governo para controlar
a Comunicação Social que podia
configurar um crime de atentado
contra o Estado de Direito caiu como
uma bomba no Ministério Público.
Se dúvidas já havia quanto à decisão
do procurador-geral da República
(PGR), que recusou abrir um inquérito,
a divulgação da fundamentação de
Marques Vidal e de Costa Gomes não
deixou margem para dúvidas.
'Perante despachos daquele teor,
'Perante despachos daquele teor,
qualquer magistrado abria um
inquérito', disse um procurador ao
CM, adiantando ainda que 'se fosse
um procurador-adjunto a fazer uma
coisa destas estava arrasado e levava
com um processo disciplinar'. O mesmo
magistrado, que dada a sensibilidade
do assunto solicitou o anonimato,
garantiu que a revelação dos despachos
do processo ‘Face Oculta’ foi ontem o
assunto do dia nos tribunais, deixando
os magistrados do Ministério Público
estupefactos com a decisão de Pinto
Monteiro, que conclui não existirem
'indícios probatórios' que levassem à
instauração de um inquérito.
Correio da Manhã
.
.
Perante a existência de um qualquer indício, o sentimento que se estabelece no espírito de um qualquer mortal, é o sentimento de dúvida e não o da certeza. E perante a dúvida, e agora reportando ao foro da justiça, é obrigatório proceder a um inquérito, para tentar conhecer a verdade.
Perante os despachos dos magistrados de Aveiro, o Procurador Geral da República, Pinto Monteiro, parece não ter tido dúvidas, ao ponto de, categoricamente, recusar a abertura do respectivo inquérito, por, no seu douto entender, não existirem suficientes elementos probatórios. Só não se percebe como é que ele adquiriu tantas certezas e não quiz partilhá-las com os portugueses. Será que ele se considera imortal?
Sem comentários:
Enviar um comentário