
O Procurador-Geral da República, Pinto 
Monteiro, recusou, ao longo dos últimos 
meses, o acesso aos seus despachos de 
arquivamento ao crime de atentado contra 
o Estado de direito no âmbito do caso Face 
Oculta. O PGR travou o acesso aos 
documentos porque estes, alegava Pinto 
Monteiro, continham escutas entre Armando 
Vara e José Sócrates. Mas aquilo que o 
“Diário de Notícias” e o “Correio da Manhã” 
noticiam hoje é que, afinal, em lado algum 
aparecem as conversas entre Sócrates e Vara 
nesses documentos.
PÚBLICO
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"Respondo segunda feira, se assim entender". Foi com esta resposta arrogante, que Pinto Monteiro, Procurador Geral da República, terminou a conversa com o jornalista do Diário de Notícias, que o inquiria sobre a contradição entre as suas respostas ao PSD e o teor de, pelo menos, um seu despacho de arquivamento das certidões do magistrado de Aveiro, onde não se encontra transcrita nenhuma das escutas das conversas telefónicas entre Armando Vara e José Sócrates.
Apanhado nesta grosseira e indesculpável mentira, Pinto Monteiro arrisca-se a tirar o protagonismo a José Sócrates, no processo Face Oculta, já que começa a instalar-se a dúvida sobre a sua independência e isenção no exercício das suas elevadas funções. Em qualquer país civilizado, um alto funcionário do Estado que seja apanhado numa mentira é obrigado a demitir-se. Os exemplos abundam, na Europa e nos Estados Unidos. Só em Portugal, onde ainda persistem os privilégios aristocráticos de uma mentalidade medieval, é que o recurso à mentira continua a ser tolerado.
1 comentário:
intiresno muito, obrigado
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