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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Contraste a preto e branco...


As muçulmanas nem calculam o que perdem por esconderem o corpo todo!... Perdem os nossos olhares, que não ofendem, antes exaltam a beleza, onde ela existe.

domingo, 28 de dezembro de 2014

A Farsa do Grupo Terrorista ISIS



Ex-Contratante da CIA confirma: 
O ISIS foi Completamente fabricado pelos EUA
No artigo ISIS: Uma Criação da CIA para justificar a Guerra no Oriente Médio e a Repressão no Ocidente, foi dito que o ISIS estava sendo usado pela mídia e pelo governo americano apenas como uma ferramenta para justificar a guerra e a invasão na Síria e para causar medo e pânico em todo o mundo. Ainda, ele teria sido criado pelas mesmas forças que o combatem hoje. Meses após o início dos ataques aéreos contra alvos do ISIS, aquilo que era apenas especulação começa a se confirmar: os ataques aéreos estão sendo considerados insuficientes. Steven D. Kelly, um ex-contratante da CIA fala abertamente o que ele pensa sobre o ISIS no vídeo a seguir.

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Lembram-se das armas de destruição massiva, que eram uma ameaça para a paz mundial e que serviram de argumento para a invasão do Iraque, pelas forças armadas dos EUA e da Grã-Bretanha, e que levou à destituição e posterior enforcamento de Sadam Hussein?... Eu lembro-me perfeitamente… Até me lembro de o nosso ministro Paulo Portas, então ministro da Defesa, vir à televisão explicar que um qualquer terrorista poderia, a partir de um quarto alugado, no bairro do Intendente, destruir Lisboa e os seus arredores, manuseando uma dessas potentes armas, que cabia perfeitamente numa pequena e simples pasta, de tamanho A4. Até fiquei alarmado, porque resido a uns mil metros do Intendente.
Do que eu não me lembro é se aquelas armas mortíferas alguma vez foram encontradas no meio dos destroços provocados pela guerra, ou se, pelo menos, os exércitos invasores afincadamente as procuraram. É que essas armas, lançadas profusamente pela comunicação social, em sucessivas narrativas catastróficas, nunca chegaram a rebentar, numa qualquer traiçoeira armadilha, nem nunca apareceram, para nosso descanso e alívio, e eu nunca mais ouvi alguém falar delas. Talvez Alá (e Deus é grande!) as tivesse escondido, por precaução, no paraíso, confiando-as à guarda das mil virgens, que o acompanham sempre.
Também é de admitir que a CIA, que zela pela nossa segurança coletiva, as tivesse encontrado e secretamente guardado num qualquer esconderijo subterrâneo, no Iraque, de onde os militantes do Estado Islâmico as roubaram. Talvez tivesse sido isto…

sábado, 27 de dezembro de 2014

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Câmaras podem vir a gerir equipamentos culturais


Um anteprojeto de decreto-lei do Governo prevê a passagem da gestão de equipamentos culturais para as câmaras municipais. Conta o Jornal de Notícias que esta medida é pensada em particular para as grandes cidades, como Lisboa e Porto.
O mesmo jornal adianta que este documento prevê a passagem de competências na “gestão de espaços físicos”, sendo que esta mudança poderá envolver pessoal técnico – que passaria assim a estar sob alçada de câmaras ou associações de municípios – e também escolhas na programação cultural, além da gestão dos espaços.

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Não é o princípio, o da subsidiariedade, que está errado. O que está errado, nestas apressadas delegações de poderes e competências para as câmaras municipais, é o quadro das ocultas intenções subjacentes do governo, que pretende, por este meio, aliviar as despesas orçamentais do Estado, sobrecarregando as dos municípios, que, com o tempo, irão descobrir que os sucessivos governos serão tentados a ir emagrecendo, progressivamente, as transferências das respetivas dotações orçamentais, devidas pelas novas responsabilidades assumidas,  promovendo-se assim uma provável degradação dos respetivos serviços. O ónus da culpa pelas futuras insuficiências, que venham a ocorrer, será sempre atribuído aos municípios, podendo o governo, perante a opinião pública, vir sempre dizer, demagogicamente, que o problema não está na falta de dinheiro, mas antes no défice da gestão dos recursos, por parte dos municípios.
Neste processo, acresce ainda um outro perigo, o da partidarização na transferência de verbas para os municípios, beneficiando-se os da mesma cor partidária e prejudicando os restantes.
Mas existe ainda mais um problema, que é de vital importância, e que poderá ter repercussões negativas, ao nível da funcionalidade daqueles serviços, em que já se decidiu a transferência de algumas competências do poder central para algumas câmaras municipais. Se o problema não se coloca em relação à gestão municipalizada  dos equipamentos culturais, por natureza caracterizados por alguma diferenciação regional e local, o mesmo não se poderá dizer em relação à saúde, à educação e à segurança social, que, em algumas das suas funções, já foram objeto de transferência de competências para as câmaras municipais. Neste caso, e admitindo como provável um progressivo aumento das responsabilidades das câmaras municipais nestas áreas sociais, poderão estar em causa os princípios da equidade e da igualdade de oportunidades da população portuguesa, que a atomização, através da gestão municipalizada, não favorece, contrariando-se assim o conceito da subsidiariedade.
A Saúde, a Educação e a Segurança Social exigem, per si, uma direção central única, que, assente numa estrutura vertical, planeie, execute e mande executar e uniformize planos e procedimentos, tarefas estas que se tornam mais difíceis de concretizar, se grande parte das competências destas áreas passarem para a alçada das câmaras municipais.
Se o Estado Social está ameaçado pelas compulsivas tentações privatizadoras deste governo, esta intenção, ainda mal definida, de avançar para a sua parcial municipalização, poderá ser uma grande armadilha do governo para atingir a sua total descaracterização.

Debates quinzenais com o primeiro-ministro podem ter os dias contados


Se PSD e PS não têm concordado em diferentes aspetos, parece haver pelo menos um ponto em que estão de acordo: os debates que, quinzenalmente, implicam a presença do primeiro-ministro no Parlamento, poderão ter os dias contados, adianta o Sol.
O modelo de debates quinzenais que contam com a presença do primeiro-ministro no Parlamento poderá terminar depois das próximas eleições. Os dois partidos mais representados na Assembleia da República – PS e PSD – parecem estar de acordo neste aspeto, noticia o semanário Sol.

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Começa a ser aplainado o caminho para um futuro governo do Bloco Central, em que será necessário resguardar a imagem do respetivo primeiro-ministro, eventualmente António Costa, evitando que ele se sujeite ao bombardeamento dos partidos da verdadeira esquerda. É que, no parlamento, com a hipotética coligação PS e PSD, a linha divisória entre esquerda e direita muda de posição, e vai assumir-se politicamente fraturante, proporcionando o aumento da visibilidade mediática do PCP, que liderará uma oposição muito combativa. E é esta situação incómoda que os partidos da troika querem a todo custo evitar, acabando com os debates quinzenais com o primeiro-ministro, no parlamento, e empobrecendo o debate democrático.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

TREGUA DE NAVIDAD EN 1914 DURANTE LA 1ª GUERRA MUNDIAL - NARRADO POR IKE...




Não era necessário inventar o Inferno, para meter medo aos homens... O Inferno apareceu nas trincheiras da Flandres, pela mão dos próprios homens...
As tréguas informais e espontâneas, que os soldados de ambos os lados do conflito armado selaram na terra de ninguém, no Natal de 1914, devem fazer-nos refletir sobre a iniquidade e o absurdo da guerra.
Só há dois tipos de guerra que se auto-justificam: A guerra de legítima defesa e aquela que, no limite, se desencadeia para a conquista das liberdades dos povos.   

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Foi há 100 anos que aconteceu "Natal", na guerra...


Foi há 100 anos!... Foi há 100 anos, no primeiro Natal da Primeira Grande Guerra, que o instinto do Homem se elevou ao patamar da fraternidade, ultrapassando a animosidade gerada por um violento conflito armado, que ensanguentou e destruiu o miolo da Europa, causando uma mortandade inimaginável. Saindo das trincheiras, onde viviam miseravelmente como toupeiras, os soldados alemães, ingleses e francesas, ressuscitando o espírito do Natal, vivido nas suas vidas e nos locais das suas origens, resolveram todos confraternizar na terra de ninguém, abraçando-se, trocando entre si presentes e comida e, esquecendo o violento estrondo dos canhões e o matraquear cadenciado das metralhadoras, começaram a cantar as melodias emocionantes do Natal. Para "matar" o frio e fazer esquecer o tempo, jogaram entre si renhidas partidas de futebol. Os generais de ambos os lados ficaram furiosos com aquela subversão "sentimental", expressa na impensável e surpreendente confraternização entre soldados que pertenciam a exércitos inimigos, ao ponto de, nos anos seguintes, a proibirem terminantemente.
Naquele inverno de 1914, na quadra natalícia que aproxima e emociona parte da Humanidade, o coração falou mais alto do que as balas das espingardas.
Alexandre de Castro

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Suspense da coligação "é questão de protagonismos"


Marcos Perestrello, vice-presidente da bancada parlamentar do Partido Socialista (PS) critica o Governo por não ter aprendido a lição das consequências das medidas que tomou nos últimos três anos. Rejeitando que o PS de Sócrates seja o único culpado pela entrada da troika em Portugal, o socialista acredita que o PS de António Costa é uma boa alternativa para o país e que não é conveniente pensar num bloco central.
onsiderando, em declarações ao Diário de Notícias, que o PS “é uma alternativa capaz de assegurar a mudança política que a cada momento o país precisa, Marcos Perestrello rejeita que o PS seja o culpado da austeridade que se implementou no país, e acusa o Governo de ter acentuado a dívida, aumentado a pobreza, o desemprego e a divida pública.
Por isso, defende que é necessário “um projeto de esperança e confiança no futuro do país”, que acredita que este PS, que é o “PS de sempre”, conseguirá implementar.

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Que o país precisa de "um projeto de esperança e confiança no futuro", como afirma o dirigente socialista Marcos Perestrello, já nós sabemos. O que continuamos a não saber é como o PS pretende restaurar essa esperança e essa confiança, sem apresentar um projeto coerente e sustentável sobre a magna questão da dívida, cujo pagamento, nos prazos acordados, é impossível, já que exigiria um crescimento anual do PIB, principalmente a ser suportado pelo aumento das exportações, à volta dos quatro por cento, o que também é inviável, dado o clima de incerteza que paira sobre a economia europeia e, a partir do próximo ano, também sobre as economias de países emergentes.
Aquela ideia peregrina de António Costa, de remeter a discussão para o quadro europeu é uma falácia, já que está a colocar a resolução do problema nas mãos dos principais credores da dívida pública portuguesa, os tais credores institucionais, que a detêm em cerca de 43 por cento. E já sabemos que parte desses credores - os governos dos países europeus que contribuíram para o enorme empréstimo da UE a Portugal, através da troika - o que querem é ver de volta o seu dinheiro, pouco se importando com o sofrimento do povo português. E depois, é também necessário convencer o BCE e o FMI, as outras duas  instituições da troika, mais preocupadas em assegurar o domínio do capitalismo financeiro internacional, cujos interesses defendem por inteiro.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Poiares Maduro: O Executivo "não pode governar para eleições"


O ministro Adjunto Miguel Poiares Maduro afirmou à TSF que o Executivo não governa a pensar em eleições, mas sim no futuro do país.

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Não tem feito outra coisa, este governo, senão o de governar para as eleições. Basta olhar para o OE 2015, que evidencia alguma benevolência para com os contribuintes, em relação a situações mais imediatamente percetíveis, agravando outras, mais dissimuladas. É o caso do IRS que sofre um desagravamento, que vai sentir-se, positivamente, todos os meses, e o IMI, que sofre um aumento brutal, mas cujo descontentamento que possa gerar se esgota parcialmente, pois o pagamento ocorre uma única vez no ano. O governo parte do errado princípio que o cidadão, na altura de depositar o seu voto, já se esqueceu do agravamento do IMI (e de outros impostos), mas que se recorda do desagravamento do IRS.

domingo, 21 de dezembro de 2014

sábado, 20 de dezembro de 2014

Governo incorre "em pena de prisão" ao impor requisição civil na TAP


É o que diz Garcia Pereira à Renascença. Sendo um comando "completamente ilegal", os trabalhadores da TAP não lhe devem qualquer obediência, defende o advogado especialista em direito do trabalho.

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Eu ofereço-me para levar tabaco aos presos...

Consumada, através das políticas de austeridade, a "gloriosa investida" sobre os rendimentos do trabalho, uma desvalorização de cerca de 20 por cento, o governo, quimicamente puro, dos interesses instalados (banqueiros e o grande patronato), prepara-se para lançar uma grande ofensiva contra os direitos dos trabalhadores. A decisão de avançar com uma requisição civil contra os trabalhadores da TAP é o ensaio geral para, proximamente, vir a impor fortes limitações ao direito à greve e limitações a outros direito da área do trabalho.

Notas do meu rodapé: Com a verdade me enganas...


A ministra de Estado e das Finanças defendeu hoje [19 de Dezembro] que a dívida pública portuguesa é elevada, em resultado de anos de indisciplina orçamental, mas sustentável, e deve ser reduzida através de excedentes orçamentais.
Durante um debate sobre a dívida pública, na Assembleia da República, Maria Luís Albuquerque argumentou que a sustentabilidade das dívidas se afere caso a caso, tendo em conta o nível da dívida, a situação orçamental, o crescimento económico e as condições de financiamento e fatores subjetivos como a perceção dos mercados.

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A ministra das Finanças não disse nada que não se saiba. Para se pagar a dívida é necessário obter saldos orçamentais primários (sem contabilização dos juros) positivos (no caso presente da situação portuguesa, mesmo muito positivos) e promover o crescimento económico, através da dinamização das três vias possíveis: do aumento do investimento público e privado, das exportações e do consumo interno. Mas o que se critica é a opção ideológica que presidiu à conceção e à aplicação das respetivas políticas orçamentais, apoiadas unicamente nas políticas de austeridade, inspiradas nas orientações ditadas pelo diretório de Bruxelas e pela Alemanha, e que incidiram sobre o fator trabalho, beneficiando o fator capital. E é essa opção ideológica que é extremamente imoral e injusta, já que penalizou trabalhadores, pensionistas e desempregados, grupos sociais que constituem a esmagadora maioria da população portuguesa, e promoveu intencionalmente um maior enriquecimento dos detentores dos grandes grupos económicos e outros grupos sociais ligados ao grande capital. Esta última afirmação é sustentada por estatísticas já publicadas que nos dizem que, nesta crise, os ricos ficaram mais ricos e a classe média remedida começou a atingir o limiar da pobreza. E isto está a acontecer em Portugal, nos países europeus e nos EUA (ver "O Preço da Desigualdade", de Joseph Stiglitz, prémio Nobel da Economia, em 2001).
Também não pode ficar sem resposta a picardia da ministra das Finanças, quando acusa o governo anterior de práticas de desorçamentação (ocultação do défice). A desorçamentação sempre foi uma prática recorrente de todos os governos constitucionais, que se revelaram peritos, extremamente criativos, nesta arte de empurrar os problemas para à frente, com a barriga, seguindo aquela perversa lógica de que quem vem atrás que feche a porta . E a desorçamentação continua com este governo. A recente transferência de competências, nas áreas da Educação e da Saúde, e a que se seguirão provavelmente outras, do âmbito da Segurança Social, é uma forma habilidosa de transferir despesa para os orçamentos municipais, assim como os respetivos ónus políticos de futuros insucessos nas áreas das políticas sociais. 

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Costa diz que próximo Governo deve ser de maioria


O líder socialista insistiu hoje [ontem] que o melhor para o país é uma maioria do PS nas legislativas de 2015, considerando que o próximo Governo deve ser "uma escolha direta dos portugueses" e não resultar de um "jogo partidário".
Aludindo à sua intervenção na terça-feira, num jantar com o grupo parlamentar do PS, António Costa disse que se terá expressado mal ou sido "mal compreendido" sobre a formula política do Governo do Bloco Central, reiterando que apenas elogiou o exemplo de Mário Soares "e não propriamente essa fórmula de Governo em concreto".
"O que eu quis sublinhar é que o bem mais precioso que o país tem perdido ao longo destes anos é a confiança e que não há nenhum país que seja capaz de vencer uma crise, de superar as suas dificuldades sem recuperar a confiança e dei o exemplo do doutor Mário Soares e da forma como liderou esse Governo, tendo sido capaz de incutir ao conjunto do país, confiança", disse.

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António Costa dá uma na pata e outra na ferradura, embora o cavalo esteja quieto. Diz uma coisa hoje e outra amanhã; Guina para um lado, aos dias pares, e guina para o outro, aos dias ímpares. Avança e recua com uma grande facilidade, fingindo que está a andar para a frente. Há dias foi buscar à História, a propósito da confiança e da falta dela, a epopeia dos Descobrimentos e o processo de descolonização, mas esqueceu-se de referir Alcácer Quibir, cuja catastrófica visão da sua própria repetição, nos tempos próximos, se afigura cada vez mais provável, e isto sem que ele diga aos portugueses a verdade em relação à situação da astronómica dívida pública, que será impossível de pagar, se, entretanto, não se avançar para a sua profunda reestruturação. 
Para fugir a esta questão, que é uma questão central da atual política portuguesa, António Costa refugia-se num discurso oco e vazio, sem propostas concretas, mas intencionalmente empolgante, à custa de uma retórica bem elaborada, capaz de enganar os mais incautos. A não ser no estilo e na novidade, António Costa não acrescenta nada de positivo, que nos faça acreditar numa qualquer mudança estrutural de fundo, se ele vier a ser primeiro-ministro.

Economistas discutem sustentabilidade da dívida sem acordo sobre solução

Dados de 2013 (1)

Os deputados da Assembleia da República receberam hoje [ontem] vários economistas para debaterem a sustentabilidade da dívida pública portuguesa: o diagnóstico foi comum, mas as soluções para resolver o problema do endividamento divergiram.
Os especialistas hoje ouvidos na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública concordaram que é preciso que haja crescimento económico para inverter a trajetória da dívida da pública, mas uns defenderam que é também necessário reestruturar a dívida ao passo que outros advertiram para os perigos de tal solução.

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Façam lá os cálculos, se faz favor..

Eu gostava que os economistas neoliberais, aqueles que rejeitam a hipótese da renegociação e reestruturação da dívida pública, como solução para a ultrapassagem desta crise profunda da economia portuguesa, que está para ficar, e que, de forma unilateral, privilegiam a questão orçamental (despesa e défice), demonstrassem matematicamente, socorrendo-se de elementos estatísticos e partindo dos dados macro-económicos de 2013, qual o crescimento anual do PIB, em percentagem, que seria necessário obter para conseguir meios financeiros para pagar os juros da dívida (serviço da dívida) e a sua amortização, nos prazos acordados com os credores internacionais (FMI-UE-BCE). Segundo cálculos já realizados, o PIB nacional teria de crescer anualmente 3,5% a 4%, o que é manifestamente impossível, pois a economia portuguesa não tem arcabouço para tais objetivos ambiciosos. Os aumentos de produtividade conseguidos recentemente foram obtidos pela desvalorização salarial (cerca de 20 por cento), que permitiu ganhar competitividade externa e que se refletiu no aumento das exportações e não no aumento do valor acrescentado, o que não augura nada de promissor para o futuro.
Por outro lado, também não percebo o medo que os economistas neoliberais indígenas manifestam, quando se lhes fala de renegociação e reestruturação da dívida portuguesa. A Argentina, no princípio do século renegociou e reestruturou a sua dívida e saiu da recessão, salvando-se. A Alemanha, em 1953, tinha optado pela mesma solução, e é uma potência económica, embora esteja a perder vigor, atualmente. Eu julgo que estes economistas estão a defender mais as suas posições ideológicas e políticas, e até partidárias, do que as posições ancorados na ciência económica.
Façam lá os cálculos, se faz favor...

(1) Uma estimativa do Deutsche Bank publicada num artigo do Financial Times estima a dívida pública Portuguesa em cerca de 200 mil milhões de euros. [O Inseurgente]

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Dieta mediterrânica: "Mais do que um padrão alimentar, é um modelo cultural"


O autor da obra "Dieta Mediterrânica -- Uma herança milenar para a humanidade", que é apresentada na quinta-feira, em Lisboa, defende que este regime alimentar é "mais do que um padrão alimentar, é um modelo cultural de inestimável valor".

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Um livro a não perder. Pelo perfil académico do autor e pelas declarações já proferidas, estamos perante uma obra importante, que aborda de uma forma sistemática a identidade mediterrânica - que nos envolve - num contexto sociológico, histórico e cultural, a partir da base da "alimentação", o que é uma originalidade. 
Esta mesma identidade mediterrânica já foi abordada, sob outros prismas, por outros historiadores e sociólogos, que lhe traçaram o perfil e o longo percurso evolutivo. 
Podemos até falar de uma civilização mediterrânica, que se desenvolveu desde há 36 séculos. Se olharmos para o passado, reconhecemos que o mar mediterrâneo foi o centro da evolução da História, uma História exaltante, feita de grandezas e de misérias, que começou a ser construída, ainda na sua forma incipiente, pelos Fenícios, nos finais do século XVI A.C. Coube aos Romanos estabelecer a unidade política e administrativa de toda a bacia do Mare Nostrum, feito que nunca mais foi conseguido. Mas ficou como herança a cultura dos povos, com as suas semelhanças e as suas diferenças, e que é urgente e necessário preservar, sem renunciar à modernidade e às conveniências dos novos tempos.

Agradecimento


Agradeço ao João Gomes a amabilidade de ter aderido ao Alpendre da Lua

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Lula da Silva ouvido sobre o caso “Mensalão”


O antigo presidente brasileiro prestou pela primeira vez na semana passada esclarecimentos à polícia sobre o caso de corrupção "Mensalão", avança o Folha de São Paulo.

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Levem para o Brasil o juiz português Carlos Alexandre.

Bruxelas em campanha eleitoral na Grécia


Primeira ronda das eleições presidenciais é quarta-feira. Pierre Moscovici está hoje em Atenas.
A Comissão Europeia entrou em campanha eleitoral na Grécia, ainda que de forma disfarçada. Numa altura em que a Europa receia o desfecho das eleições presidenciais - antecipadas pelo primeiro-ministro Antonis Samaras para este mês -, Bruxelas esforça-se por passar mensagens de apoio ao candidato do governo, Stavros Dimas, que já foi comissário europeu.

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Trata-se de uma execrável ingerência da comissão europeia na política interna de um país membro, no sentido de influenciar, a favor do candidato seu preferido, os resultados das eleições presidenciais gregas, o que claramente viola as normas do Direito Comunitário. Perfila-se assim no horizonte a tendência totalitária e ditatorial do diretório político de Bruxelas, apoiado pela Alemanha e pelos países ricos da Europa, que não hesitará em cercear a liberdade e a independência dos povos europeus, quando estes descarrilem do pensamento único instituído e deixem de alinhar com as políticas castradoras, que estão ser-lhes impostas. 
O silêncio cúmplice dos restantes países membros, perante esta grave ingerência, prova até que ponto os partidos conservadores e os partidos sociais-democratas e socialistas, agregados na Internacional Socialista, e que são dominantes no quadro da governação, se encontram ao serviço do capitalismo financeiro europeu.

Ricciardi desmente Marcelo e lembra "férias na mansão de Salgado"


O presidente do BESI emitiu um violento comunicado onde desmente afirmações de Marcelo Rebelo de Sousa no seu comentário semanal na TVI. O banqueiro acusa o comentador de proferir "mentiras" e de sentir "mágoa" por ter deixado de passar férias na casa de Ricardo Salgado no Brasil.
"Relativamente aos comentários da autoria do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa no seu programa dominical da TVI, venho por esta forma transmitir publicamente o seguinte: Eu compreendo que o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa tenha muita mágoa em não poder continuar a passar as suas habituais e luxuosas férias de fim de ano na mansão à beira-mar no Brasil do Dr. Ricardo Salgado, mas essa mágoa não o autoriza a dizer mentiras a meu respeito e do banco a que presido, conforme fez no seu comentário de ontem", referiu José Maria Ricciardi numa declaração enviada às redacções ao final da noite de domingo.

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Eu já perdi a capacidade de me indignar com todos estes escândalos dos políticos, dos banqueiros e quejandos. Agora, comecei a querer divertir-me com a zanga das comadres, que é o melhor meio para descobrir as verdades.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Deus e a Ciência...


“Quando uma teoria científica contradiz uma verdade da fé católica, das duas uma: ou não é uma verdade científica, ou não é uma verdade de fé…”
Padre Gonçalo Portocarrero de Almada

Nota: Não será uma verdade de La Palisse?...

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“... Francisco [o Papa] criticou a atitude dos que, interpretando erradamente o Génesis, apresentam Deus «a agir como um feiticeiro, com uma varinha mágica capaz de criar todas as coisas». Também afirmou que a criação do mundo «não é obra do caos, mas deriva de um princípio supremo», porque Deus «cria por amor»”.
Padre Gonçalo Portocarrero de Almada

Nota:  Deus criou por amor e destruiu por desamor. Ligou o interruptor celeste para criar o Mundo e o Homem e desligou-o para provocar o Dilúvio e a destruição implacável de Sodoma e Gomorra. Afogou a Humanidade inteira, no primeiro caso, e cometeu um atentado terrorista, no segundo. Devia ser julgado por genocídio.

In OBSERVADOR [espaço dos comentários]

sábado, 13 de dezembro de 2014

Bélgica paga 4 mil milhões pelo Dexia

Amabilidade do João Fráguas

Na Bélgica, tal como em Portugal, e com o Partido Socialista no poder, a regra é a mesma. Os banqueiros, nos tempos de euforia, arrecadam os lucros, e, perante as falências, atiram os prejuízos para os contribuintes.
Será com o Partido Socialista belga que António Costa vai contar, para sua gloriosa luta contra a austeridade, a nível europeu?
A experiência recente, em relação aos partidos europeus da Internacional Socialista, demonstra que, quando no poder, não se distinguem da direita conservadora.

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Nota: Esta manifestação reporta a 2011. Publica-se agora, por razões de oportunidade, para demonstrar a cumplicidade de mais um partido socialista com os banqueiros.

Bélgica paralisada devido à greve geral do setor público

Amabilidade do João Fráguas

Na próxima manifestação, chamo os bombeiros...

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Nota: Esta manifestação reporta a 2011. Publica-se agora, por razões de oportunidade, para demonstrar a cumplicidade de mais um partido socialista com as políticas de austeridade.

Director da CIA defende métodos de interrogatório agressivos
PÚBLICO
12/12/2014

Agência de espionagem norte-americana entra em modo defensivo após relatório revelar que foram usados métodos brutais e que estes não foram eficazes. John Brennan garante que o programa de interrogatórios, extinto em 2007, não será reactivado por sua iniciativa.

Nas suas primeiras declarações depois da divulgação do relatório do comité de Serviços Secretos do Senado sobre a tortura praticada pela CIA após o 11 de Setembro de 2001, o director da agência de espionagem norte-americana, John Brennan, aconselhou o país a “ultrapassar o debate e seguir em frente”, para poder concentrar-se na resposta aos “desafios correntes” à segurança nacional dos Estados Unidos.
Não é muito comum um director da CIA apresentar-se perante os jornalistas para discutir questões operacionais da agência, habitualmente protegidas pelo segredo de Estado. Mas a conferência de imprensa de John Brennan tornou-se inevitável dado o choque e clamor nacional provocado pelas terríveis descrições contidas no relatório de mais de 500 páginas divulgado na quarta-feira: os americanos exigiram explicações para o comportamento dos serviços secretos (e também do Governo dos EUA).
Conforme lhe competia, o director da CIA apresentou a defesa das actividades da agência no período que se seguiu aos atentados terroristas de 2001 na América, argumentando que houve “muitas coisas bem feitas” num momento difícil e quando “não havia respostas fáceis”. Brennan também frisou que “a acção dos agentes da CIA estava enquadrada pela lei e as políticas [emanadas pela Administração Bush], pelo que não deve ser criticada ou confundida com as acções dos poucos que não respeitaram as regras”.
Ao mesmo tempo, admitiu algumas dúvidas pessoais sobre as técnicas “repugnantes” ou a “necessidade” de torturar pelo menos 39 indivíduos, entre os anos de 2002 e 2007, quando o programa de interrogatórios agressivos foi encerrado. E avançou uma certeza: o programa, que foi oficialmente extinto por ordem executiva do Presidente Barack Obama, logo no seu primeiro dia na Casa Branca, jamais voltará a ser aplicado por iniciativa da CIA. “Caberá a quem faz a política” determinar a sua reactivação, chutou, indicando que um futuro Presidente pode querer reverter a ordem de Obama que proibiu a tortura.
Antes de Brennan, muitos outros altos responsáveis – incluindo o ex vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, ou os três directores da CIA durante o período abrangido pelo relatório – vieram a público para defender a sua conduta e atacar o documento produzido pelo comité de Serviços Secretos do Senado, sob a supervisão da democrata Dianne Feinstein. Entre outras conclusões, o Senado aponta para os erros de análise que levaram ao exagero e ao pânico na avaliação dos riscos e das ameaças à segurança interna, bem como para a ineficácia das tácticas brutais de interrogatório e detenção de indivíduos suspeitos de terrorismo – simulação de afogamentos (waterboarding), privação do sono, alimentação por via rectal, ou exposição prolongada a baixas temperaturas de detidos nus… – sublinhando não existir “qualquer prova” de que tenham servido para travar ataques terroristas e salvar vidas.
O director da CIA contestou essa conclusão: “Como já indiquei anteriormente, as nossas análises indicam que o programa de detenções e interrogatórios produziu informação útil que ajudou os EUA a desmontar conspirações terroristas”. Contudo, Brennan matizou a sua afirmação, reconhecendo que não é possível estabelecer uma relação inequívoca de causa e efeito entre o recurso a técnicas agressivas e as informações recolhidas. E também manifestou a sua convicção de que “métodos não-coercivos permitem obter os mesmos resultados, sem qualquer impacto contraproducente na segurança nacional ou na autoridade internacional dos EUA”.
Apesar da tentativa de encerrar o assunto, John Brennan não conseguiu por um ponto final no debate sobre o recurso à tortura por agentes norte-americanos nem demover a opinião pública norte-americana de assacar responsabilidades. Como assinalam vários comentadores políticos, o silêncio do Presidente Barack Obama sobre a questão começa a tornar-se insustentável – e mais ainda, a resistência da sua Administração em tomar medidas contra aqueles que participaram no programa. O próprio Brennan lamentou o “falhanço em responsabilizar alguns agentes pelos erros cometidos” – na CIA, ninguém foi despedido.
O relator especial das Nações Unidas para as questões de contraterrorismo e direitos humanos, Bem Emmerson, considera que a justiça dos EUA não pode ignorar os factos descritos no relatório do Senado, que segundo declarou configuram crimes de guerra. “O programa [de interrogatórios agressivos] foi uma política claramente orquestrada ao mais alto nível da Administração Bush, que permitiu que crimes sistemáticos e graves violações dos direitos humanos e da lei internacional ocorressem”, sublinhou, apelando à responsabilização judicial daqueles que sancionaram e participaram na tortura de prisioneiros.
Rita Siza
PÚBLICO [12 DEZ 2014]



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Ao autorizar a prática da tortura pelas forças de Segurança (CIA), os EUA colocaram-se ao nível das mais bárbaras e hediondas ditaduras do Terceiro Mundo. E isto sem um clamor de protesto da civilizada Europa, cujos governos se revêem no amiguinho americano, com quem cooperam ativamente, e a quem tudo é perdoado. O cumprimento dos Direito Humanos apenas é exigido aos países hostis e àqueles países que se encontram fora da órbita da sua influência.. 

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Costa, que começou a querer impor-se como uma estrela, está a transformar-se num bluff.


O secretário-geral do PS defendeu esta quinta-feira junto do primeiro-ministro um compromisso para que o país tenha um projeto comum, mas acrescentou que a construção desse projeto deve fazer-se após o julgamento dos portugueses em eleições.
António Costa falava aos jornalistas no final da sua primeira reunião enquanto líder socialista com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, em São Bento, encontro que caraterizou como “cordial” e que durou cerca de uma hora e 45 minutos.

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O PS não se apresenta como uma alternativa ao PSD, mas apenas se perfila como um partido de alternância ao exercício do poder político. São mais as semelhanças entre o PS e o PSD do que as suas respetivas diferenças. É mais aquilo que os une do que aquilo que os separa. Atacam-se um ao outro com uma verborreia histriónica, mas colaboram intimamente nos entendimentos cúmplices, estabelecidos em segredo, nos gabinetes. Ambos se preparam para consumarem uma união de facto, para Portugal continuar enfeudado aos interesses dos mandantes da Europa. 
Esta é a conclusão a tirar (o que não constitui nenhuma surpresa, para os mais avisados) das declarações de António Costa. O Partido Socialista não capitulou. Não capitulou, porque não tinha nada para capitular, porque sempre foi um partido de direita, disfarçado com um discurso de esquerda.
António Costa ainda terá de explicar, se pretende, como diz, manter Portugal amarrado ao garrote do Tratado Orçamental, onde é que vai arranjar o dinheiro para os investimentos que anuncia para o desenvolvimento do país. Foi copiar a ideia de Juncker, que, para o desenvolvimento da Europa, pretende transformar 21 mil milhões de euros, disponíveis nas instâncias europeias, em 350 mil milhões, através de capitais públicos e privados dos estados membros.Como se isso fosse possível, num momento em que a Europa não apresenta um perfil atraente para o investimento na economia real.
Costa, que começou a querer impor-se como uma estrela, está a transformar-se num bluff.

Portas diz que chegou a hora de "virar a página"


O líder nacional do CDS-PP, Paulo Portas, afirmou hoje [5 de Dezembro] que a autonomia "nunca foi contraditória com patriotismo", sustentando que chegou o momento de "virar a página" na governação da Madeira.

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Este "gajo" nunca mais acaba de ler o livro...

Os muitos luxos que denunciaram José Sócrates


A vida de luxo do antigo chefe de governo, José Sócrates, foi investigada pelo semanário Sol, que analisou e fez contas a todos os valores gastos pelo ex-primeiro-ministro em viagens, almoços, rendas e férias.

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Eu estou de acordo com o denodado afã desenvolvido pela comunicação social em investigar as finanças de José Sócrates. Está a fazer o seu papel, que é importante para o esclarecimento da opinião pública. No entanto, a minha perplexidade começa a crescer, através da suspeita da existência de uma indesejável partidarização dessa investigação, pois não se vislumbra idêntico esforço, por parte da comunicação social, em relação às outras personalidades, a maioria delas da direita política, envolvidas em casos mediáticos que apontam para a eventual prática de crimes económicos. 
A liberdade de imprensa, que tanto custou a conquistar, consagra a independência dos jornalistas e dos órgãos da comunicação social, mas também exige, como contrapartida, a sua clara e rigorosa isenção. O mesmo se pode dizer em relação à Justiça, que também não pode deixar de ser escrutinada sob este prisma. 
Se estes dois pilares, o da independência e o da isenção, detidos por estes dois poderes, o da comunicação social (não institucional) e o da Justiça falharem, então a democracia é uma ridícula palhaçada.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Operação Marquês: Pode Sócrates fazer o "favor de não ficar calado"?


O ex-primeiro-ministro José Sócrates está em prisão preventiva desde o passado dia 24 de novembro por recaírem sobre si suspeitas da prática de crimes como branqueamento de capitais, fraude fiscal e corrupção. Desde então já foram três as declarações que o ex-governante socialista enviou à comunicação social. Mas afinal, questiona o Jornal de Negócios, pode Sócrates falar publicamente sobre o caso?
“Estou preso, mas não lhes faço o favor de ficar calado”. Foi esta a última declaração pública que José Sócrates fez desde que está em prisão preventiva. A frase foi proferida numa carta enviada, na segunda-feira, à RTP.
http://bs.serving-sys.com/BurstingPipe/adServer.bs?cn=tf&c=19&mc=imp&pli=11632924&PluID=0&ord=a5f05605bb&rtu=-1Antes, o ex-primeiro-ministro já tinha enviado outra missiva ao jornal Público e à rádio TSF na qual descrevia como “absurdas, injustas e infundamentadas” as acusações contra si e tinha dito ao Expresso, em conversa telefónica, que se sente “mais livre do que nunca”, tendo assegurado ainda dar uma entrevista ao semanário.
Perante estas três declarações, o Jornal de Negócios quis saber se José Sócrates está ou não a violar o segredo de justiça e, ao que parece, não está.
O advogado especialista em processo penal, João Medeiros, explica à publicação que “a partir do momento em que uma informação está na comunicação social, falar sobre ela não é violar qualquer segredo”.
Assim, Sócrates só violaria o segredo de justiça se falasse publicamente sobre o conteúdo do despacho que determinou a sua prisão preventiva ou se revelasse o que aconteceu durante o interrogatório ou as buscas realizadas no âmbito da investigação.
Relativamente à entrevista que o ex-líder socialista prometeu dar ao Expresso, o Negócios explica que para tal é necessária uma autorização do diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, bem como do tribunal.
Por outro lado, o envio de cartas aos meios de comunicação social não carece de qualquer tipo de autorização.

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Sócrates até poderá vir a ser considerado culpado. Mas, até ao julgamento, irá dar muito trabalho aos que estão contra ele. Vai desestabilizar muita coisa, a começar pelo Partido Socialista, que pretende metê-lo numa redoma, para o esconder, já que não o poderá esquecer, nem apagar a sua memória da sua própria história. O folhetim ainda só agora começou.
Sócrates poderá ter o diabo nas entranhas, mas tem a alma e a força de um leão. Com uma personalidade muito forte, é o tipo de criatura que extrema ao máximo os sentimentos das pessoas, em relação a ele. Desperta ódios e paixões. É amado e idolatrado por uns e odiado e menosprezado por outros. Não há lugar para o meio termo.

Notas do meu rodapé: A grande falácia da liberdade de escolha na Saúde


Primeiro-ministro considera que "o grande desafio do futuro é os cidadãos escolherem o local onde pretendem receber os tratamentos de saúde".

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Ao eleger, como argumento, o princípio de cada português poder escolher a unidade de saúde, onde pretende ser tratado, o primeiro-ministro assumiu em público, e pela primeira vez, os reais objetivos do seu governo em destruir o Serviço Nacional de Saúde (SNS), dando assim curso às medidas concertadas, já anteriormente desenvolvidas em surdina, e sem grande alarme social geral, pelo seu ministro da Saúde, que tudo tem feito para desvitalizar as unidades de saúde públicas, retirando-lhes progressivamente os meios humanos e os recursos financeiros necessários para o seu normal funcionamento, e abrindo assim o espaço de negócio aos grandes interesses privados nesta área (bancos, seguradoras e grandes acionistas individuais).
Este argumento, o da liberdade de escolha, que é uma enorme falácia, também já foi usado para justificar o encerramento de escolas públicas, ao mesmo tempo que, secretamente, se financiaram as escolas privadas. Mas, o que acontece é que essas escolas privadas, impregnadas de um culto social elitista (o que não significa melhor ensino) continuam a ser seletivas na admissão dos seus alunos, através dos elevados preços praticados, o que afasta automaticamente os alunos de uma família portuguesa com rendimentos médios.
Os grandes capitalistas indígenas, que não têm massa crítica, nem competência para liderar o desenvolvimento da economia portuguesa, lançando-se em projetos empresariais inovadores, que se imponham no mercado global, e assim promovam o aumento vigoroso do setor exportador, preferem mais uma vez encostar-se aos favores do Estado, o que tem sido historicamente uma constante. O Estado Social (Educação, Saúde e Segurança Social) sempre despertou, depois do cavaquismo, a gula dos grandes capitalistas, os privados institucionais e os privados individuais. É um setor que vale milhares e milhares de milhões de euros, e que apresenta potencialmente elevados retornos em lucros. Só que, com o tempo, e depois do foguetório inicial a anunciar o acesso universal aos serviços privados, as classes médias menos endinheiradas e as classes pobres são sacudidas para os serviços de saúde do Estado, entretanto já depauperados.
Os portugueses não estão minimamente interessados na liberdade de escolha, como pretendem fazer crer os corifeus do regime. O que eles querem, e que lhes foi sendo dado pelo SNS, é a equidade e a qualidade no acesso às unidades de saúde e à prestação dos cuidados médicos e de enfermagem. Eles não querem que à entrada lhes seja feito um diagnóstico à carteira, antes de lhes ser feito um diagnóstico clínico, tal como acontece em algumas unidades hospitalares privadas. Querem continuar a usufruir de um direito que lhes foi garantido pela revolução de Abrir e consagrado na Constituição da República.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Cante alentejano - Grupo Coral de Serpa


A minha homenagem ao cante alentejano, que acabou por ser elevado, com toda a justiça, à categoria de Património Imaterial da Humanidade, da UNESCO.
Trata-se da mais rica manifestação folclórica de Portugal, que só tem paralelo, em originalidade vocal e musical, com a originalidade coreográfica dos Pauliteiros de Miranda, manifestação cultural esta que, por ser única e distinta, também bem merece vir a ser premiada, num futuro próximo, com o mesmo galardão.
O cante alentejano, pela sua sonoridade profunda, pelos seus belos efeitos vocais, de difícil execução, e pela sua grande expressividade, traduz bem os traços identitários do maravilhoso povo do Alentejo, que se distingue dos povos das outras províncias, pelas suas marcas inconfundíveis, ao nível cultural e comportamental.
Fiquei emocionado e orgulhoso com esta distinção, atribuída a uma expressão musical e cultural, pela qual me apaixonei em meados dos anos sessenta, do século passado, quando vivi em Beja.  

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Notas do meu rodapé: O difícil entendimento entre o PS e o PCP


PCP disponível para dialogar com PS nas legislativas de 2015
O secretário-geral do PCP respondeu, este domingo, em Alenquer ao líder dos socialistas, afirmando que o PCP "está aberto" para eventuais alianças com o PS se ganhar as eleições legislativas de 2015, desde que defina "claramente" as suas políticas.

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O difícil entendimento entre o PS e o PCP

Dialogar não é pactuar!.. É procurar entendimentos e estabelecer compromissos de boa fé. É entreabrir uma porta, há muito tempo fechada. 
Se o que separa o PCP do PS se reduzisse a questões de pormenor, esse entendimento e os respetivos compromissos seriam fáceis de ser alcançados. Mas, infelizmente, não é assim. A questão europeia divide profundamente os dois partidos, com o PCP a propor a renegociação da dívida pública e a denúncia do Tratado Orçamental de 2012, que é um autêntico garrote para a economia portuguesa e que prolonga e agrava a austeridade, e a defender a eventual saída controlada do euro, e com o PS a assumir posições divergentes, insistindo na sua política europeísta, que, quanto a nós, continuará a desfavorecer Portugal.
Esta é uma questão central, que se encontra a montante de todas as outras.
É certo que António Costa já deu um sinal positivo, ao admitir que as razões dos problemas da economia portuguesa derivam, entre outros fatores, do choque da admissão do euro, mas, até agora, não apresentou nenhuma solução para resolver esses mesmos problemas. A única intenção que manifestou foi a de querer mobilizar os partidos europeus da sua família política, alinhados na Internacional Socialista, para propor um alívio das políticas de austeridade. Mas, se ele tomar esta iniciativa, arrisca-se a ficar a falar sozinho, pois esses partidos já adotaram o figurino do "socialismo de mercado" e o do "socialismo neoliberal", eufemismos para disfarçar a comunhão de interesses com os partidos conservadores.
António Costa tem de admitir que, na Europa, ninguém lhe ligará, pois só mede um metro e sessenta e nove centímetros de altura, e também que não tem corpo para aguentar um empurrão da corpulenta senhora Merkel, que o atirará pela escada abaixo, em três tempos.
Há ainda um outro problema: A comissão europeia anda a enviar recados de que é necessário aplicar mais políticas de austeridade, a incidir, naturalmente, sobre os salários e pensões e em cortes acrescidos da despesa do Estado, principalmente nos serviços sociais (Educação e Saúde). Em 2015, devido às eleições para Assembleia da República, a comissão europeia, possivelmente, será tolerante, a fim de evitar a erosão eleitoral dos partidos em que se apoia (PS, PSD e CDS).Mas, em 2016, o grau de exigência assumirá o formato de uma ordem peremptória e indiscutível, acompanhada pelas respetivas ameaças. Que fará António Costa, se vier a ser primeiro-ministro, tal como se espera? Eu, se me cruzasse com ele na rua, perguntar-lhe-ia apenas se o novo PEC, para 2016, será o PEC IV recauchutado ou um PEC V, novinho em folha?...