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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Tsipras quer avançar com uma “frente antiausteridade” para as europeia



Líder do Syriza vai ser candidato à Comissão pela Esquerda Europeia e pretende travar “catástrofe económica”.

É contra os “fanáticos do neoliberalismo” e para acabar com a divisão entre ricos e pobres na Europa que Alexis Tsipras, o líder da coligação de esquerda radical grega Syriza, quer avançar com uma “frente antiausteridade” nas próximas eleições para o Parlamento Europeu (PE), em Maio de 2014.
Num artigo de opinião publicado esta quinta-feira no The Guardian, Tsipras assume a candidatura à Comissão Europeia, que deverá ser ratificada no congresso da Esquerda Europeia, em Madrid, no próximo mês. “Eu vou candidatar-me à presidência da Comissão Europeia pelo partido da Esquerda Europeia, e essa decisão é motivada pelo desejo de reunir a Europa e reconstruí-la sobre uma base democrática e progressiva”, revelou Tsipras.
Referindo-se em primeiro lugar à “catástrofe económica e humanitária sem precedentes” que se abateu sobre a Grécia, Tsipras sublinhou que “a tragédia humana” não se limita ao seu país. “Europa fora os salários foram reduzidos e o Estado social recuou a uma velocidade sem precedentes no pós-guerra”, sustentou.
“Fanáticos do neoliberalismo viraram do avesso a vida das pessoas normais. As suas políticas de ajustamento servem um modelo de governação económica que transfere o risco para os ombros dos trabalhadores e dos jovens”, afirmou Tsipras. As lideranças europeias são consideradas “hipócritas” pelo líder do principal partido da oposição na Grécia, que alerta para “a crescente crise de confiança na União Europeia (UE) na catastrófica subida de popularidade dos partidos de extrema-direita”.
O nome de Alexis Tsipras como candidato à Comissão Europeia foi proposto pela Conferência de Líderes do Partido da Esquerda Europeia, que se reuniu no mês passado. O congresso, que vai decorrer em Madrid entre 13 e 15 de Dezembro, deverá confirmar a sua candidatura.
Alexis Tsipras tornou-se num dos rostos mais conhecidos da esquerda radical europeia quando o Syriza ficou em segundo lugar nas eleições legislativas de 2011, ultrapassando o Pasok (Partido Socialista, centro-esquerda).
O novo presidente da Comissão será escolhido pelos chefes de Estado ou de governo da UE em Junho de 2014 e confirmado por um voto do PE que sair das eleições europeias de 22 a 25 de Maio. Com as reformulações introduzidas pelo Tratado de Lisboa, o PE ganha mais peso no processo de decisão do presidente da Comissão, pelo que os partidos europeus são encorajados a apresentar um candidato à sucessão de Barroso.
Até agora apenas o Partido dos Socialistas Europeus confirmou que vai avançar com Martin Schulz, actual presidente do PE e membro do Partido Social Democrata alemão. Este mês foi também anunciada uma aliança de partidos eurocépticos, liderada pela Frente Nacional, de Marine Le Pen, e pelo Partido da Liberdade holandês, de Geert Wilders, que têm o objectivo de criar um grupo parlamentar europeu.

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Alexis Tsipras, o líder carismático grego, já nos disse o que não quer. Fez o diagnóstico correto da situação, que nós já sabemos. Falta-lhe dizer o que quer e prescrever a terapêutica, o que é mais difícil, principalmente para quem ainda não compreendeu que o problema está no euro.
Neste particular, até se parece com António José Seguro.

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