A Comissão Europeia alertou hoje que novos
chumbos do Tribunal Constitucional a medidas propostas pelo Governo podem
complicar o regresso do país aos mercados em meados de 2014, tornando-se
"significativamente mais difícil".
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É preciso aprender a dizer não, para se poder
dizer não aos agiotas institucionais (vulgarmente designados por credores
institucionais). A comissão europeia, campeã da agiotagem institucional,
ultrapassando já, em perversidade e crueldade, o comportamento de um outro
predador, o FMI, com este discurso chantagista pretende obter dois efeitos:
influenciar as decisões do Tribunal Constitucional e, por outro lado, lançar
dúvidas alarmistas sobre a situação financeira portuguesa nos mercados de
capitais, principalmente no seu segmento dedicado à dívida pública, para que
estes subam especulativamente os juros da dívida pública portuguesa nos
mercados secundários. Por outro lado, com este processo chantagista, a comissão
europeia já está a organizar o álibi para descartar as suas culpas no insucesso
do atual programa de ajustamento a Portugal, que ela promoveu, criou,
acarinhou, e que aprovou ao longo das sucessivas avaliações da troika.
O governo, de cócoras, faz das declarações da
comissão europeia a sua bíblia, e a única coisa que está agora a fazer, além da
promoção dos cortes nos salários e nas pensões, em sede do OE 2014, é instalar
os privados, enquanto é tempo, nos setores mais rentáveis da economia social do
Estado (Saúde e Educação) e no seu setor empresarial (CTT), ao mesmo temp que aproveita
também o álibi do provável chumbo do Tribunal Constitucional para atirar para
outros as suas próprias culpas no desastre que se avizinha.
É preciso dizer não à corja institucional. É
preciso paralisar o país! É preciso perder o medo! É o momento em que as lideranças
e as vanguardas têm de se afirmar, não só na mobilização dos protestos, mas
também através da apresentação das alternativas credíveis e mobilizadoras. O
povo português só dará o salto decisivo, quando perceber que há um projeto de
esperança. E o único projeto de esperança é dizer não ao euro e à troika. Quem
anda a dizer que a solução não é esta, e que a esperança está na Europa, anda a
enganar-se a si próprio e a enganar os outros. Estes são os agentes passivos da
crise.
É pegar ou largar!
AC
2 comentários:
No meu fraco entender de simples plebeu e operário emigrante na Holanda onde resido desde 1964 e já velhote (89 anos)penso que nos Mercados de Capitais e dum modo geral em tudo o que é Mercado,a agiotagem é feita pelos Banqueiros e Especuladores da Bolsa de Valores e por alguma razão a estátua de Mercúrio,o Deus dos Mercadores e dos Ladrões,está patente na Bolsa de Valores.
Tem toda a razão, caro José Gonçalves Cravinho. É a alta finança que manda nos governos, e não o contrário.
Obrigado pelos seus comentários, aqui, no Alpendre da Lua.
Abraço.
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