Cristina Gauer | Mãe e filho |
As mães trazem dentro todo o mar
As mães trazem dentro todo o mar Alongadas nas
casas
com movimentos perpétuos não param de escutar
as tempestades vindas da profundidade das águas
Elas vivem suspensas da matéria até ao dia em que nascem e
quando entoam cânticos ocupam todos os lugares da Terra Ficam por detrás das portas
para as abrir e fechar como lâmpadas em moradas
Iluminadas por construções de crianças Que hão de vir dos corações das corolas
Constroem filhos de fogo Para o próprio mundo arder em flamas
Uma construção de nove meses é um poema que cai no avesso da alma
As mães aprendem a chorar com os lagos nas esferas da solidão de deus
Brotam da terra com espelhos de beleza em todo o lado E os mortos
descem através das paredes E cantam canções de vento em estrelas e nebulosas
Quando dormem estão terrivelmente mortas as mães Levantando a água dos bosques
Com pequenas flores nos dedos E aves voando para fora da boca noturna dos lagos
com movimentos perpétuos não param de escutar
as tempestades vindas da profundidade das águas
Elas vivem suspensas da matéria até ao dia em que nascem e
quando entoam cânticos ocupam todos os lugares da Terra Ficam por detrás das portas
para as abrir e fechar como lâmpadas em moradas
Iluminadas por construções de crianças Que hão de vir dos corações das corolas
Constroem filhos de fogo Para o próprio mundo arder em flamas
Uma construção de nove meses é um poema que cai no avesso da alma
As mães aprendem a chorar com os lagos nas esferas da solidão de deus
Brotam da terra com espelhos de beleza em todo o lado E os mortos
descem através das paredes E cantam canções de vento em estrelas e nebulosas
Quando dormem estão terrivelmente mortas as mães Levantando a água dos bosques
Com pequenas flores nos dedos E aves voando para fora da boca noturna dos lagos
As mães são o que sobra de deus Do lado absolutamente
feminino da escuridão
© maria azenha
***«»***
O
que posso eu escrever sobre este encantamento das palavras, que aqui ganham
ressonâncias e ecos?!
Vergo-me
ao peso da Maravilha!
A "poeta"
maria azenha colabora regularmente no Alpendre da Lua.
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