Escultura - © Giuseppe Bergom.
Imagem da coleção da autora.
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O poema desafia a morte
porque
é uma mulher gritando
como se deus fosse o seu amante
e um lírio O seu delírio branco
como se deus fosse o seu amante
e um lírio O seu delírio branco
Ícaro
num corpo Com asas de imperador
antes de ser morto Ou enforcado no deserto
antes de ser morto Ou enforcado no deserto
© maria azenha
In No tempo dos espelhos
***«»***
Procuro obstinadamente
descobrir o mistério da poesia de Maria Azenha. Hoje, parece-me que o descobri,
através da leitura deste pequeno grande poema, onde o artifício da construção e
da desconstrução das palavras é evidente. Maria Azenha consegue escrever frases
soltas, aparentemente desconexas entre si, e, posteriormente, juntá-las numa
harmonia poética perfeita, engrandecendo-as nos seus múltiplos jogos lúdicos e
metafóricos. Maria Azenha abdica da poesia descritiva. Os seus poemas, e agora
também me refiro ao conjunto da sua obra, são uma verdadeira alucinação de
metáforas, sobrepostas umas sobre as outras, e de onde nascem alegorias de um
novo tipo.
AC
A
"poeta" maria azenha colabora regularmente no Alpendre da Lua.
1 comentário:
Fascinou-me este poema!
Beijo
Sónia
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