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domingo, 15 de janeiro de 2012

"Grécia pode voltar ao crescimento se seguir austeridade"

Angela Merkel, chanceler alemã
Fotografia © Thomas Peter - Reuters
A chanceler alemã Angela Merkel insistiu hoje que a Grécia pode voltar ao crescimento económico se seguir um comportamento de austeridade.
Numa entrevista a uma rádio, a Deutschlandfunk, salientou que a redução da despesa "geralmente leva a que a economia não seja capaz de crescer tanto".
Angela Merkel referiu, no entanto, haver muitos exemplos de países onde foram aplicados programas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e "fortes fases de crescimento aconteceram depois de uma fase de recessão".
As reformas estruturais "nunca têm efeitos imediatos e necessitam de algum tempo antes de os seus efeitos serem sentidos e devem ser implementadas com veemência, claro", referiu.
O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Guido Westerwelle, vai encontrar-se hoje com responsáveis gregos.
Diário de Notícias
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A Grécia vai voltar ao crescimento por decreto ou vai ser obrigada a vender a Acrópole, com o seu emblemático Parthenon?
É evidente que a senhora Merkel está a confundir duas realidades distintas, a económica e a financeira, embora ambas se cruzem uma na outra. Não é possível recuperar as finanças, quando se destrói o tecido económico. A própria Alemanha, nos períodos posteriores às duas guerras mundiais do século passado e na resposta à grande depressão de 1929,  teve de viver com elevados défices orçamentais e endividar-se no exterior, para poder investir na sua indústria pesada, que nunca poderia ter alcançado o desenvolvimento desejado, se os seus credores lhe tivessem imposto metas para o equilíbrio das suas finanças, que é o que a União Europeia está a impor, desajustadamente, aos países periféricos, numa autêntica guerra de terra queimada. 
Não há alternativa credível, na resolução da crise, às políticas de desenvovimento económico, que, no futuro, venham a gerar riqueza para pagar parte da dívida, que, previamente, deverá ser reestruturada sem agravamentos penalizadores para os países devedores.
 http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=2241763

1 comentário:

João Afonso disse...

O governo do antecessor de Papandreu, Kostas Karamanlis (2004-2009), em vez de atuar dentro das possibilidades do Orçamento e, equacionar o que restava de deficit pôs-se a investir na preparação das Olimpíadas de 2004. Em Portugal no mesmo ano foi o futebol(euro 2004). Investimentos sem retorno, são sempre passos em falso.