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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Poema: o trapezista da alma - por maria azenha

Voz da autora

o trapezista da alma

preparou tudo
a penumbra
a sala
a corda
a mão pousada no retrato de Sylvia Plath
o papel com o último número de telefone
o casaco pousado no solo
tudo sem grande aparato

quando deram por ele
tocava na rádio um blues
maria azenha

Nota: Uma amiga minha costuma dizer que a poesia não se comenta, saboreia-se. Mas eu não resisto a chamar a atenção do leitor para a beleza deste poema, apesar da sua singeleza formal, o que só os grandes poetas conseguem fazer. Neste poema, detenhamo-nos na precisão e na abrangência do seu título e na importância da introdução no texto, de uma forma isolada e sem qualquer adjetivação, da palavra "corda". O poema ganha imediatamente todo o seu significado, provocando o impacto desejado pela autora. Trata-se de uma subtileza da técnica poética, que Maria Azenha trabalhou muito bem na estruturação deste poema.
http://alpendredalua.blogspot.pt/2013/01/citacao-de-um-poema-de-maria-azenha-e-o.html