PÚBLICO
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A História fala mais alto. Os britânicos perceberam que é impossível construir uma qualquer unidade política num continente constituído por uma amálgama de nacionalidades, que, nem sequer, ao longo dos séculos, conseguiu construir uma língua comum. O nacionalismo faz parte da matriz fundadora dos estados europeus, que se afirma sempre, quando esses estados estão em perigo ou perdem a sua independência política. Carlos Magno, Napoleão e Hitler falharam na sua ambição de, pela força, unir politicamente a Europa.
Se é verdade que o projeto da unidade europeia nasceu do impulso para pretender anular as ambições hegemónicas das três principais potências europeias, tentado evitar mais guerras, também é certo que, na mente dos seus fundadores, havia a ideia oculta de construir uma barreira segura ao avanço do comunismo, que no pós-guerra seduzia grande parte do operariado industrial da Europa Ocidental e o universo da intelectualidade. E esta realidade assustava os agentes do capital, que quase fizeram do anti comunismo a doutrina oficial do projeto. Hoje, afastado o perigo comunista, a doutrina oficial passou a ser o neoliberalismo.
Se o espaço europeu, inicialmente, ao anular as barreiras alfandegárias entre os estados, permitiu alavancar o crescimento económico e favoreceu o desenvolvimento mitigado dos países mais pobres, a realidade depressa veio demonstrar que o tal mercado único passou a ser um mercado autofágico, que se devorava a si próprio, e sem a capacidade para assegurar a ambicionada liderança mundial. A Europa já não consegue crescer economicamente. Este é que é o verdadeiro problema. A Alemanha só já canaliza trinta por cento das suas exportações para o espaço extra-europeu. A China, que importava da Alemanha a maquinaria industrial para as suas fábricas, não só caminha, neste domínio, para a sua auto suficiência, como também já se constituiu num concorrente de respeito da Alemanha no espaço europeu e mundial.
Havia a esperança de que a unificação do mercado económico e financeiro poderia conduzir à unidade política. Pura ilusão! A unidade económica e monetária apenas está a servir os interesses do grande capital, que se aglomera e se concerta nos principais centros financeiros, beneficiando assim os países mais ricos, que, entretanto, também se esgadanham silenciosamente entre si, para tentarem alcançar a posição dominante. A Alemanha, a França e Grã-Bretanha olham-se entre si com diplomática desconfiança. Ao longo dos últimos anos, a Grã-Bretanha percebeu que não poderia competir com o famoso eixo franco-alemão, o que a obriga a atrelar-se ao seu velho aliado de sempre, os Estados Unidos. A sua saída da UE tem lógica.
Com o alastramento da atual crise, que se explica também pela anemia da economia, e que afetará, mais tarde ou mais cedo, todas as economias da Europa, os antigos e atuais nacionalismos vão ressuscitar, em reação à tentativa dos países mais ricos quererem dominar os países pobres, através da deriva federativa, que começa a ser desenhada nos gabinetes de Bruxelas, sem qualquer controlo democrático.
Havia a esperança de que a unificação do mercado económico e financeiro poderia conduzir à unidade política. Pura ilusão! A unidade económica e monetária apenas está a servir os interesses do grande capital, que se aglomera e se concerta nos principais centros financeiros, beneficiando assim os países mais ricos, que, entretanto, também se esgadanham silenciosamente entre si, para tentarem alcançar a posição dominante. A Alemanha, a França e Grã-Bretanha olham-se entre si com diplomática desconfiança. Ao longo dos últimos anos, a Grã-Bretanha percebeu que não poderia competir com o famoso eixo franco-alemão, o que a obriga a atrelar-se ao seu velho aliado de sempre, os Estados Unidos. A sua saída da UE tem lógica.
Com o alastramento da atual crise, que se explica também pela anemia da economia, e que afetará, mais tarde ou mais cedo, todas as economias da Europa, os antigos e atuais nacionalismos vão ressuscitar, em reação à tentativa dos países mais ricos quererem dominar os países pobres, através da deriva federativa, que começa a ser desenhada nos gabinetes de Bruxelas, sem qualquer controlo democrático.
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