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domingo, 22 de agosto de 2010

Notas do meu rodapé: Os nossos governantes podem limpar as mãos à parede!...

Daqui a cinco anos, Portugal terá um Produto Interno
Bruto (PIB) per capita, ou seja, um rendimento por
habitante, que é vinte vezes maior do que tinha há 35
anos. Contudo, vai também perder lugares no ranking
mundial, descendo para a pior posição desde que entrou
na União Europeia, em 1986.
PÚBLICO
***
Por vezes, confunde-se o PIB (Produto Interno Bruto) com RNB (Rendimento Nacional Bruto). São dois conceitos distintos em economia, embora, entre a evolução de ambos, exista uma correlação significativa. Quanto maior for a riqueza produzida, maior será o rendimento a distribuir. O PIB calcula-se pelo somatório dos valores do investimento de capital, das exportações e do consumo interno, subtraindo a este indicador o valor das importações. O RNB calcula-se pelo somatório de todos os rendimentos obtidos pelos cidadãos, através dos salários, dos juros de capital e das mais valias mobiliárias e imobiliárias. Para medir o estado de uma economia, é preferível utilizar como indicador o PIB per capita, já que se engloba outro parâmetro importante, o da população. Dois países com o mesmo PIB podem ter PIBs per capita diferentes, se o número de habitantes, entre eles, for também diferente.
Feita esta observação à imprecisão do lead da notícia, que poderá provocar alguma confusão ao leitor menos familiarizado com as nomenclaturas da ciência económica, detenhamo-nos na parte essencial do artigo, que, como se pode ver, não traz boas notícias aos portugueses. O país vai ficar mais pobre nos próximos anos, realidade que não surpreenderá os leitores do Alpendre da Lua, pois por diversas vezes aqui foi referido, a propósito do PEC, que se chegaria a 2013 com a economia de rastos. Afirmou-se até que este Pacto de Estabilidade e Crescimento tinha tudo de de estabilidade (correcção do défice orçamental) e não tinha nada de crescimento (económico).
Os governantes que nos caíram em sorte, por incompetência, por desleixo e, acima de tudo, por conivência com os interesses das classes dominantes, não tiveram a capacidade de retirar dividendos da globalização. De visão curta, governaram ao sabor dos ciclos eleitorais, fizeram a gestão doméstica dos seus próprios interesses e dos interesses das suas clientela políticas e do grande capital. Descuraram os interesses dos cidadãos.
Durão Barroso foi escolhido par presidente da comissão europeia por ser vaidoso e incompetente, qualidades muito apreciadas para aquele cargo pelos governos dos países mais importantes da UE, que pretendem que a comissão europeia seja apenas uma entidade administrativa e burocrática. Santana Lopes só pensa em túneis e nas revistas cor de rosa, que lhe enalteceçam o ego. E José Sócrates passou o tempo a defender-se das acusações do seu envolvimento no caso Freeport e das suspeitas de fraude na obtenção da sua licenciatura em Inglês Técnico, digo, Engenharia, além de consumir ingloriamente um ano e tal numa guerra absurda com os professores, tentando impor-lhes um modelo de avaliação obsoleto e inútil, já que não se fundamentava em bases cientificas.
Apareceu agora um rapaz bem parecido, a exibir o canudo de uma universidade privada (as universidades privadas apareceram pela mão de Cavaco Silva para dar guarida aos meninos ricos que não tiveram mérito para entrar nas universidades públicas), e que anda a prometer salvar o país, pretendendo aplicar receitas recicladas, as mesmas receitas dos seus antecessores, só que embrulhadas numa outra embalagem para enganar os papalvos.
Os resultados estão à vista. Portugal vai ser ultrapassado por países que, há meia dúzia de anos, pertenciam ao chamado Terceiro Mundo.
http://economia.publico.pt/Noticia/pib-per-capita-portugues-ocupara-em-2015-pior-lugar-desde-adesao-a-ue_1452161

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