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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Regime jurídico das Comissões Parlamentares


Comissão parlamentar tem poderes judiciais

De acordo com o regime jurídico dos inquéritos parlamentares, o presidente da Assembleia da República deverá comunicar ao procurador-geral da República o assunto em análise, de forma a saber se existe já um processo criminal em curso sobre os mesmos factos. Se a resposta do procurador for afirmativa, a Assembleia terá de suspender o processo de inquérito até ao trânsito em julgado da sentença judicial. O regimento explicita também que a comissão deverá ter um prazo máximo de 180 dias, que pode ser prolongado por 90 dias pelo plenário da AR. A comissão tem poderes equiparados aos das autoridades judiciais e pode usufruir, tal como os tribunais, do direito à coadjuvação das entidades judiciárias, órgãos de polícia criminal e autoridades administrativas. Neste âmbito, os membros da comissão podem requerer ao Governo, às autoridades judiciárias, às entidades privadas e aos organismos da administração pública quaisquer documentos que julguem relevantes para a realização do inquérito.
Em regra, as reuniões são abertas à comunicação social. Mas o regime prevê algumas excepções, nomeadamente quando os temas estão sujeitos a segredo de Estado, segredo de justiça ou sigilo por reserva da intimidade, ou quando as diligências colocam em causa o segredo das fontes de informação.
M.J.O. - PÚBLICO

***
A leitura deste texto revela-se importante, para se compreender melhor tudo o que se vai seguir, em relação ao cabal esclarecimento de um eventual envolvimento do governo, e nomeadamente do primeiro ministro, numa planeada e gigantesca operação, centrada na Portugal Telecom, onde o Estado detêm uma golden-share, a fim de controlar a comunicação social, e que previa a compra da TVI e de vários jornais de referência.
A constituição desta comissão de inquérito acabou por se impôr, já que os órgãos superiores da justiça, assumindo um comportamento condenável e de duvidosa intencionalidade, com consequências irreparáveis ao nível do seu prestígio, se esquivaram, através de subterfúgios manhosos, à assumpção das suas responsabilidades.
Durante dois meses o centro político vai deslocar-se para a Assembleia da República, onde a comissão de inquérito vai tentar obter a verdade dos factos, indo ao encontro dos anseios de todos os verdadeiros democratas, que rejeitam a promiscuidade dos governos e o estabelecimento de uma democracia musculada, na base de um qualquer projecto de poder pessoal.

Anedota: A idade dos outros...


A idade dos outros ....

Já te aconteceu, ao olhar para pessoas da tua idade, pensares: não posso estar assim tão velho(a)?!!!!
Vê o que conta uma amiga minha:
"Estava sentada na sala de espera para a minha primeira consulta com um novo dentista, quando observei que o seu diploma estava exposto na parede. Estava escrito o seu nome e, de repente, recordei-me de um moreno alto, que tinha esse mesmo nome. Era da minha turma do Liceu, uns 30 anos atrás, e eu perguntei-me: poderia ser o mesmo rapaz por quem eu me tinha apaixonado na época? Quando entrei na sala de atendimento, imediatamente afastei esse pensamento do meu espírito. Este homem grisalho, quase calvo, gordo, com um rosto marcado, profundamente enrugado... era demasiadamente velho para ter sido a minha paixão secreta. Depois de ele ter examinado o meu dente, perguntei-lhe se ele tinha estudado no Colégio Sacré Coeur.- Sim, respondeu-me.
- Quando se formou?, perguntei.
- 1965. Por que pergunta?, respondeu.
- É que... bem... o senhor era da minha turma!, exclamei eu. E então, este velho horrível, cretino, careca, barrigudo, flácido, filho da mãe, lazarento perguntou-me:
- A Sra. era professora de quê?"
Texto enviado pelo João Fráguas, seguidor deste blogue.

A Madeira virada do avesso (3)






A água nunca pede licença para entrar. E quando lhe fecham as portas ou não a deixam passar, em liberdade, rebenta com tudo.

Quando a objectiva capta aquilo que os olhos não conseguem ver!...

Fotografia enviada pelo João Fráguas, seguidor deste blogue

Relíquias do passado: A morte do Maximbombo...

Clicar nas imagens para as ampliar




Ilustração Portuguesa n. º 386 de 17.07.1913
Imagens enviadas pelo João Fráguas, seguidor deste blogue

Lisboa debaixo de terra A Muralha Fernandina (10)

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Rendimentos: Rui Pedro Soares e Fernando Soares Carneiro não entregaram declarações no TC, que agora os quer notificar

Fernando Soares Carneiro

Rui Pedro Soares

O Tribunal Constitucional (TC) está a investigar uma forma de poder notificar os administradores da PT indicados pelo Estado. Um dos motivos que alertou o TC foi o facto dos ex-administradores da empresa Rui Pedro Soares e Fernando Soares Carneiro não entregarem qualquer declaração de rendimentos durante o tempo que estiveram no cargo, o que viola a lei do controlo da riqueza de titulares de cargos públicos e políticos ( lei 25/95). Segundo apurou o DN junto de fonte oficial do TC, a vigilância às empresas públicas ou mistas com administradores nomeados pelo Estado foi intensificada desde o início do processo "Face Oculta".

Diário de Notícias

***

Deslumbrados pelo fulgurante sucesso profissional, ancorado no aventureirismo político e partidário, estes dois sujeitinhos começaram a medir a sua ambição pelo tamanho do seu umbigo desmesurado. Pensaram que tudo lhes seria permitido, com a mais absoluta impunidade, que o "chefe" proporcionaria.

http://dn.sapo.pt/inicio/tv/interior.aspx?content_id=1505247&seccao=Media

Raimundo Quintal: "Alertei para o que podia acontecer e chamaram-me inimigo da Madeira"


O conhecido geógrafo e investigador madeirense
Raimundo Quintal, presidente da Associação dos
Amigos do Parque Ecológico do Funchal e
ex-vereador do Ambiente da câmara da cidade,
afirma em entrevista ao Expresso que alertou
várias vezes as autoridades, nos últimos anos,
para o desastre que poderia ocorrer na ilha, mas
chamaram-lhe "fundamentalista, radical e inimigo
da Madeira".
Expresso
***
E teve muita sorte! Se fosse em Viseu, teria sido corrido à pedrada, por ordem expressa do respectivo presidente da câmara.
http://clix.expresso.pt/raimundo-quintal-alertei-para-o-que-podia-acontecer-e-chamaram-me-inimigo-da-madeira=f567907

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Notas do meu rodapé: Retoma está a perder força em Portugal e no resto da Europa



O aviso já vinha sendo feito por muitos
economistas: a retoma iniciada pela
economia mundial a partir de meados
do ano passado poderia não ser sustentável
a prazo, perdendo força assim que os
estímulos oferecidos pelo Estado
desaparecessem e que o desemprego
afectasse a confiança das famílias. Os
indicadores ontem divulgados, tanto
no total da zona euro como em Portugal,
parecem confirmar esta previsão mais
pessimista.
PÚBLICO
***
Os políticos e os agentes do grande capital financeiro, que têm andado a enganar a opinião pública, anunciando, dia sim e dia não, que a crise já está ultrapassada, não poderão no futuro invocar que não foram avisados sobre a iminência da sua próxima agudização. O economista norte-americano, Nouriel Roubini, professor da Universidade de Nova Iorque, e amplamente reconhecido por ter previsto a crise financeira de 2008 e 2009, alertou em Outubro último, para a possibilidade da ocorrência de uma nova turbulência financeira, a nível mundial. "Estamos a plantar as sementes da próxima crise", afirmou, na altura, Nouriel, para caracterizar o ressurgimento "efervescente" da especulação bolsista dos meses anteriores, com as acções a dispararem artificialmente o seu preço e a acentuarem o fosso entre a economia virtual e a economia real.
O grande capital financeiro, responsável pela hecatombe, que destruiu, a nível mundial, milhões de postos de trabalho, depois de ter sido alimentado pelos estados, com o dinheiro dos contribuintes, reincidiu nos mesmos vícios, procurando saciar a sua gula por lucros fáceis, rápidos e vultuosos. Mais uma vez teremos de pagar estes desmandos, já que se não vislumbra no horizonte nenhuma mudança na orientação das políticas até agora seguidas, quer em Portugal, quer nos restantes países ocidentais.
http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1424531

Tragédia na Madeira: Um desastre já anunciado há dois anos (Versão 5 Minutos)

***
A Natureza acaba sempre por se vingar! Devido à sua orografia, à sua hidrografia e às características da sua pluviosidade, a Madeira constitui-se numa zona de ocorrência de cheias repentinas e violentas. Os autarcas e os responsáveis governamentais locais ignoraram sempre os conselhos avisados de quem sabe. Os resultados estão à vista. A mesma imprevidência e a mesma falta de bom senso ocorrem também no território do continente, principalmente nas zonas de maior pressão urbanística. O celebérrimo Freeport e o parque de Castanheira do Ribatejo, construídos à revelia dos critérios das boas práticas da gestão do território, que as próprias leis já consagram, são exemplos paradigmáticos de como o interesse na obtenção do lucro fácil subverte a imprescindível defesa do ambiente. Enquanto houver autarcas que pedem às populações para correrem à pedrada os ambientalistas, como foi o caso do presidente da câmara de Viseu, Portugal será sempre um país adiado e em risco!

Governo decreta aumentos zero no sector empresarial do Estado


O Ministério das Finanças acaba de anunciar
a decisão de que os salários dos gestores e
funcionários das empresas que compõem
o sector empresarial do estado (SEE) não
poderão sofrer aumentos em 2010, à
semelhança do que foi decretado para a
Função pública.
...
"Esta orientação deverá prevalecer sobre
decisões que possam ter sido já adoptadas
pelas empresas, mas ainda não executadas",
lê-se na nota agora divulgada.
PÚBLICO
.
Falta saber se a medida, por tardia, não será totalmente inócua. Presumo que as actualizações salariais das empresas do SEE (sector empresarial do Estado), para 2010, já estarão a ser aplicadas desde o dia 1 de Janeiro, retirando todo o efeito prático à solene orientação do ministro.
Caso se confirme esta versão, estamos perante mais uma manobra de pura manipulação. Oxalá que eu esteja equivocado.
http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1424451

Investigadores do Face Oculta intrigados com mudanças nas escutas sobre a TVI


Os investigadores do Ministério Público e da
Polícia Judiciária de Aveiro ficaram intrigados
com as mudanças que ocorreram no discurso
sobre o negócio da compra da TVI pela PT e
que coincidem com uma reunião que teve
lugar na Procuradoria-Geral da República
que contou com a presença de Pinto Monteiro,
do procurador Marques Vidal e do procurador
distrital de Coimbra Braga Themido, noticia a
“Sábado”.
De acordo com a revista, no dia 24 de Junho de
2009 houve uma reunião na Procuradoria-Geral
da República e a partir de dia 25 de Junho as
escutas feitas no âmbito do processo Face Oculta
revelam uma mudança de discurso dos intervenientes,
em especial no que diz respeito ao negócio da PT e
da TVI. As escutas relativas a este último período
terão estado na base de pelo menos um dos despachos
de Pinto Monteiro, com data de 18 de Novembro
de 2009.Estas datas coincidem também com a
altura em que alguns dos arguidos, nomeadamente
Armando Vara e Manuel José Godinho, mudaram
de telemóvel ou começaram a utilizar cartões diferentes.
A revista avança também que o Departamento de
Investigação e Acção Penal de Coimbra está a investigar
as eventuais fugas de informação nesta fase da investigação
e que poderão ter comprometido o caso.
PÚBLICO
.
O folhetim do processo Face Oculta promete. Em cada novo episódio aparece sempre mais uma novidade. De tão estimulante e surpreendente, espero que um qualquer realizador norte-americano pegue no tema e ainda se abalance a fazer um filme da série B. Para que a história fique mais picante, basta acrescentar-lhe alguns assassinatos e muitos tiros à mistura, para melhor caricaturar a situação pantanosa em que mergulhou a política e a justiça, em Portugal. Só não sei se, no filme, Pinto Monteiro e José Sócrates irão surgir como vilões de uma organização criminosa ou como inocentes vítimas de uma rede cabalística, embora já se saiba que, normalmente, são os vilões que tentam despistar a polícia.
http://publico.pt/Sociedade/investigadores-do-face-oculta-intrigados-com-mudancas-nas-escutas-sobre-a-tvi_1424411

A Madeira virada do avesso (2)






A água nunca pede licença para entrar. E quando lhe fecham as portas ou não a deixam passar, em liberdade, rebenta com tudo.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A crise internacional não acabou! Vai regressar...


Tem-se no entanto avolumado nos mercados
os receios em relação à Espanha, segundo a
Reuters. Por outro lado, The Wall Street
Journal de hoje publica um extenso artigo sob
o sugestivo título de “The Euro's Final
Battleground: Spain” (o campo da batalha final
do euro: Espanha), onde diz que a evolução do
país poderá determinar se o euro se mantém
ou se caí.O jornal chama a atenção para que se
trata da quarta maior economia do euro, cujo
PIB é mais do dobro da soma do de Portugal,
Grécia e Irlanda, que descreve como “os
parceiros da zona euro com problemas”.
PÚBLICO
.
O epicentro da crise internacional, que os arautos do sistema consideravam terminada, mas que alguns economistas têm vindo a prever, desde o ano anterior, para o segundo trimestre de 2010, parece estar a deslocar-se para a Europa. A situação difícil de Espanha poderá, inclusivamente, conduzir à derrocada do euro, como alguns analistas já consideram como provável.
O movimento especulativo contra o euro é a face mais visível da actual situação. Mas o problema é mais profundo e complexo, pois é ao nível do modelo económico da União Europeia e do modelo da instituição da moeda única, a benefiar preferencialmente aqueles dois países, que se devem encontrar as verdadeiras causas.
http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1424400

Cravinho defende inquérito para acabar com dúvidas no caso Face Oculta


Segundo João Cravinho, o plano judicial
está “há três meses numa situação
paradoxal. Dá impressão que cada cavadela,
cada minhoca. Cada vez que se sabe uma
notícia, essa notícia aparece sempre
nebulosa, controversa”. Um clima que
o antigo ministro das Obras Públicas
entende que podia ser clarificado com a
abertura de um inquérito judicial. “É um
procedimento que, em si mesmo, não
me parece ofensivo seja de quem for e
parece-me que há, pelo menos, tantas
dúvidas, tantos problemas, tanta
suspeita que, de facto, o inquérito
serve exactamente para isso”, acrescentou
também na Renascença.
PÚBLICO
.
O cerco à volta do Procurador Geral da República começa a apertar-se. As críticas à sua controversa decisão de não ter procedido à abertura de um inquérito autónomo, tal como a situação juridicamente reclamava, para averiguar os indícios criminais, apontados objectivamente pelos magistrados de Aveiro, está a incomodar muita gente, incluindo dirigentes e militantes do Partido Socialista. Como já dissemos num comentário anterior, Pinto Monteiro começou pelo fim, tirando conclusões precipitadas e pouco consistentes, que só um inquérito poderia proporcionar. Além de desprestigiar a Justiça, aquela comprometida e mal explicada decisão está a provocar a paralisia da acção do governo e do primeiro ministro, este mais preocupado em defender-se do que em governar.

A Madeira virada do avesso (1)







A água nunca pede licença para entrar. E quando lhe fecham as portas ou não a deixam passar, em liberdade, rebenta com tudo.

Face Oculta: Freitas do Amaral escreve sobre actuação do Procurador Geral da República



"O PGR optou por uma interpretação
muito restritiva do conceito de
'atentado ao Estado de Direito'",
diz Freitas do Amaral.
professor de Direito Administrativo,
fundador do CDS e ex-ministro de
Estado e dos Negócios Estrangeiros de
José Sócrates considera que o caso Face
Oculta "passou do mundo do Direito
para o mundo da política, pura e
simplesmente, por meio de uma decisão
jurídico-política do PGR".
Freitas do Amaral é ainda taxativo ao
afirmar que "a Assembleia da República
tem competência para discutir e apreciar,
politicamente, essa decisão do PGR."
Visão
.
A partir do momento em que os despachos dos magistrados de Aveiro caíram no domínio público, por acção meritória do semanário "Sol" e do Correio da Manhã, sustentámos aqui que a questão passava a ser também uma questão política, já que se levantavam fundadas suspeitas do primeiro ministro estar eventualmente envolvido num processo secreto e ilícito de controlo da comunicação social~, e que envolvia também o afastamento de jornalistas incómodos.
Recentemente, afirmámos que o Procurado Geral da República, com as suas intencionais ambiguidades e as suas sinuosas manobras, matou à nascença qualquer possibilidade de vir a confirmar-se ou a desmentir-se, com provas factuais, as responsabilidades de José Sócrates, sendo indisfarçável a sua conivência com o poder político. A certa altura, afirmámos que, com as suas tergiversações, Pinto Monteiro arriscava-se a tirar o protagonismo ao primeiro ministro, ao tornar-se parte do problema. Se José Sócrates já não tem condições políticas para ser primeiro ministro, embora o Partido Socialista mantenha toda a legitimidade de apresentar outro governo de legislatura, também Pinto Monteiro perdeu as condições de dirigir o Ministério Público.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010


Sócrates, até quando?

Miguel Urbano Rodrigues - 09.02.10
.
Pertenço a uma geração que se tornou adulta durante a II Guerra Mundial. Acompanhei com espanto e angústia a evolução lenta da tragédia que durante quase seis anos desabou sobre a humanidade.Desde a capitulação de Munique, ainda adolescente, tive dificuldade em entender porque não travavam a França e a Inglaterra o III Reich alemão. Pressentia que a corrida para o abismo não era uma inevitabilidade. Podia ser detida.Em Maio de 1945, quando o último tiro foi disparado e a bandeira soviética içada sobre as ruínas do Reichstag, em Berlim, formulei como milhões de jovens em todo o mundo a pergunta«Como foi possível?»Hitler suicidara-se uma semana antes. Naqueles dias sentíamos o peso de um absurdo para o qual ninguém tinha resposta. Como pudera um povo de velha cultura, o alemão, que tanto contribuíra para o progresso da humanidade, permitir passivamente que um aventureiro aloucado exercesse durante 13 anos um poder absoluto. A razão não encontrava explicação para esse absurdo que precipitou a humanidade numa guerra apocalíptica (50 milhões de mortos) que destruiu a Alemanha e cobriu de escombros a Europa?Muitos leitores ficarão chocados a por evocar, a propósito da crise portuguesa, o que se passou na Alemanha a partir dos anos 30.Quero esclarecer que não me passa sequer pela cabeça estabelecer paralelos entre o Reich hitleriano e o Portugal agredido por Sócrates. Qualquer analogia seria absurda.São outros o contexto histórico, os cenários, a dimensão das personagens e os efeitos.Mas hoje também em Portugal se justifica a pergunta «Como foi possível?»Sim. Que estranho conjunto de circunstâncias conduziu o País ao desastre que o atinge? Como explicar que o povo que foi sujeito da Revolução de Abril tenha hoje como Primeiro-ministro, transcorridos 35 anos, uma criatura como José Sócrates? Como podem os portugueses suportar passivamente há mais de cinco anos a humilhação de uma política autocrática, semeada de escândalos, que ofende a razão e arruína e ridiculariza o Pais perante o Mundo?O descalabro ético socrático justifica outra pergunta: como pode um Partido que se chama Socialista (embora seja neoliberal) ter desde o início apoiado maciçamente com servilismo, por vezes com entusiasmo, e continuar a apoiar, o desgoverno e despautérios do seu líder, o cidadão Primeiro-ministro?Portugal caiu num pântano e não há resposta satisfatória para a permanência no poder do homem que insiste em apresentar um panorama triunfalista da política reaccionária responsável pela transformação acelerada do país numa sociedade parasita, super endividada, que consome muito mais do que produz.Pode muita gente concluir que exagero ao atribuir tanta responsabilidade pelo desastre a um indivíduo. Isso porque Sócrates é, afinal, um instrumento do grande capital que o colocou à frente do Executivo e do imperialismo que o tem apoiado. Mas não creio neste caso empolar o factor subjectivo.Não conheço precedente na nossa História para a cadeia de escândalos maiúsculos em que surge envolvido o actual Primeiro-ministro.Ela é tão alarmante que os primeiros, desde o mistério do seu diploma de engenheiro, obtido numa universidade fantasmática (já encerrada), aparecem já como coisa banal quando comparados com os mais recentes.O último é nestes dias tema de manchetes na Comunicação Social e já dele se fala além fronteiras.É afinal um escândalo velho, que o Presidente do Supremo Tribunal e o Procurador-geral da República tentaram abafar, mas que retomou actualidade quando um semanário divulgou excertos de escutas do caso Face Oculta.Alguns despachos do procurador de Aveiro e do juiz de instrução criminal do Tribunal da mesma comarca com transcrições de conversas telefónicas valem por uma demolidora peça acusatória reveladora da vocação liberticida do governo de Sócrates para amordaçar a Comunicação Social.Desta vez o Primeiro-ministro ficou exposto sem defesa. As vozes de gente sua articulando projectos de controlo de uma emissora de televisão e de afastamento de jornalistas incómodos estão gravadas. Não há desmentidos que possam apagar a conspiração.Um mar de lama escorre dessas conversas, envolvendo o Primeiro-ministro. A agressiva tentativa de defesa deste afunda-o mais no pântano. Impossibilitado de negar os factos, qualifica de «infame» a divulgação daquilo a que chama «conversas privadas». Basta recordar que todas as gravações dos diálogos telefónicos de Sócrates com o banqueiro Vara, seu ex-ministro foram mandadas destruir por decisão (lamentável) do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, para se ter a certeza de que seriam muitíssimo mais comprometedoras para ele do que as «conversas privadas» que tanto o indignam agora, divulgadas aliás dias depois de, num restaurante, ter defendido, em amena «conversa» com dois ministros seus, a necessidade de silenciar o jornalista Mário Crespo da SIC Noticias.Não é apenas por serem indesmentíveis os factos que este escândalo difere dos anteriores que colocaram José Sócrates no banco dos réus do Tribunal da opinião pública. Desta vez a hipótese da sua demissão é levantada em editoriais de diários que o apoiaram nos primeiros anos e personalidades políticas de múltiplos quadrantes afirmam sem rodeios que não tem mais condições para exercer o cargo.O cidadão José Sócrates tem mentido repetidamente ao País, com desfaçatez e arrogância, exibindo não apenas a sua incompetência e mediocridade, mas, o que é mais grave, uma debilidade de carácter incompatível com a chefia do Executivo.Repito: como pode tal criatura permanecer como Primeiro-ministro?Até quando, Sócrates, teremos de te suportar?
.
Nota: Miguel Urbano Rodrigues é um distinto jornalista, que foi director do jornal "o diário". Ele foi a primeira pessoa a estimular-me para eu ingressar no jornalismo, profissão que mais tarde vim a exercer. Naquele jornal, por ele dirigido, publiquei dezenas de artigos de opinião, que mereceram a sua aprovação. Daí ter um enorme prazer em trazê-lo para o Alpendre da Lua, publicando um seu recente texto, com o qual me identifico totalmente.
.
Retirado do ODiário.info

Lisboa debaixo de terra O Padrao do Chao Salgado Canal Historia JPL TVRIP (9)

Almeida Santos: "Há uma estratégia contra José Sócrates"


O presidente do PS, Almeida Santos, afirmou
hoje que o primeiro ministro está agora a ser
alvo da quarta acusação grave "sem provas".
Expresso
.
Ocorre-me perguntar ao Dr. Almeida Santos se considera os despachos dos magistrados de Aveiro, que foi onde tudo começou, elementos determinantes dessa estratégia de ataque ao primeiro ministro. Todo o desenvolvimento posterior deste caso teve por base a citação do teor das escutas entre José Sócrates e Armando Vara, e entre dois administradores da PT, onde é evidente a existência de fortes indícios da tentativa de atentado contra o Estado de Direito. Só não faz esta interpretação quem não quer ou quem está de má fé. Nada foi inventado nem deturpado. E se nada foi provado, como afirma o presidente do PS, a responsabilidade deve ser endossada ao Procurador Geral da República, que, absurdamente, tirou conclusões, que apenas a realização de um inquérito (sob o regime do segredo de Justiça) poderia produzir. Pinto Monteiro comportou-se como um árbito de boxe que proclamesse o vencedor antes do início do combate. Viciou o jogo, obstaculizando a produção de prova e dando uma machada mortal no processo da investigação criminal.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Soares Carneiro sai da Portugal Telecom com indemnização


A carreira profissional dos vãos Fernando Soares Carneiro cargos administrativos em diversas empresas. Ele foi presidente da Câmara de Somincor, Sociedade Mineira de Neves-Corvo, SA e da EDM, Empresa de Desenvolvimento Mineiro, SA. Ele também foi membro do Conselho de Administração do BERD (Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento) e do grupo do Banco Mundial.
Ele tem sido um Administrador não executivo da Portugal Telecom, desde 2006, bem como membro do Conselho de Administração da REN. Ele foi nomeado para o Comité Executivo do Conselho de Administração da PT SGPS em 2009.
Fernando Soares Carneiro é bacharel em Engenharia de Minas do Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa.
Última Atualização: 27 de março de 2009
Retirado da página da PT, na internet
Nota: a incorrecção lexical, existente no início do texto não é da responsabilidade do Alpendre da Lua.
http://ir.telecom.pt/InternetResource/PTSite/UK/Canais/Investidores/GovernodaSociedade/Gestao/soarescarneiro

Deus irá, certamente, compadecer-se deste homem, atribuindo-lhe o subsídio de desemprego!...


Soares Carneiro sai da Portugal Telecom com indemnização

Fernando Soares Carneiro renunciou à
administração executiva da Portugal
Telecom (PT), mas vai receber uma
compensação por deixar o cargo antes
do fim do mandato.Soares Carneiro,
era, tal como Rui Pedro Soares, um dos
administradores da PT envolvidos na
polémica das escutas que têm sido
divulgadas pelo semanário Sol.
"Os episódios em que me tentaram
envolver recentemente em meios de
comunicação social ainda não têm peso
específico suficiente para fazer mossa.
Trata-se de duas conversas telefónicas
privadas e anódinas, uma com total
justificação no relacionamento institucional
da PT com o BCP e outra que, não fora ser
composta por uma série de pequenas frases
desgarradas e sem ligação, talvez pudesse
ter uma interpretação plausível”, sustenta
o gestor.
PÚBLICO
.
Falar em descontextualização ou, como faz Soares Carneiro, em frases desgarradas, passou a ser recorrente no vocabulário de quem anda a ser "perseguido" pelas escutas e pelos jornalistas, a começar pelo primeiro-ministro. Com esta manobra, pretende-se fazer passar subliminarmente a ideia da adulteração das provas que indiciam a prática de ilícitos criminais por algumas pessoas do círculo de amigos de José Sócrates. É mais uma versão da requentada tese da "cabala", da "campanha negra" e da "vitimização", que, num passado recente, comoveu até às lágrimas os portugueses mais ingénuos.
No meu ponto de vista, também sou levado a pensar que a indemnização, que Fernando Soares Carneiro vai levar para casa, para inveja de muitos desempregados, aparece aqui, escandalosamente descontextualizada. E de que maneira!

Palestina: 60 anos de opressão, depois do Holocausto!... (8)








Pintura: Aguarelas do Porto - de Mestre Real Bordalo

Enviado por M. J. Neves

A todos os meus amigos da cidade do Porto.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Face Oculta: PGR terá mentido para impedir o acesso aos seus despachos de arquivamento das escutas


O Procurador-Geral da República, Pinto
Monteiro, recusou, ao longo dos últimos
meses, o acesso aos seus despachos de
arquivamento ao crime de atentado contra
o Estado de direito no âmbito do caso Face
Oculta. O PGR travou o acesso aos
documentos porque estes, alegava Pinto
Monteiro, continham escutas entre Armando
Vara e José Sócrates. Mas aquilo que o
“Diário de Notícias” e o “Correio da Manhã”
noticiam hoje é que, afinal, em lado algum
aparecem as conversas entre Sócrates e Vara
nesses documentos.
PÚBLICO
***
"Respondo segunda feira, se assim entender". Foi com esta resposta arrogante, que Pinto Monteiro, Procurador Geral da República, terminou a conversa com o jornalista do Diário de Notícias, que o inquiria sobre a contradição entre as suas respostas ao PSD e o teor de, pelo menos, um seu despacho de arquivamento das certidões do magistrado de Aveiro, onde não se encontra transcrita nenhuma das escutas das conversas telefónicas entre Armando Vara e José Sócrates.
Apanhado nesta grosseira e indesculpável mentira, Pinto Monteiro arrisca-se a tirar o protagonismo a José Sócrates, no processo Face Oculta, já que começa a instalar-se a dúvida sobre a sua independência e isenção no exercício das suas elevadas funções. Em qualquer país civilizado, um alto funcionário do Estado que seja apanhado numa mentira é obrigado a demitir-se. Os exemplos abundam, na Europa e nos Estados Unidos. Só em Portugal, onde ainda persistem os privilégios aristocráticos de uma mentalidade medieval, é que o recurso à mentira continua a ser tolerado.