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terça-feira, 4 de agosto de 2009

Manuela Ferreira Leite: Uma decisão que não respeita a democracia nem a moral!...


A pulsão ditatorial de Manuela Ferreira Leite ficou bem patente no seu diferendo com a direcção da distrital de Lisboa do seu partido, ao pretender impor, na elaboração das listas às próximas eleições legislativas, a inclusão, em lugar elegível, de duas personalidades que se encontram actualmente, na qualidade de arguidos, a contas com a justiça.

Este episódio revela bem o carácter autoritário da senhora, que, se alcançar o cadeirão onde se sentaram Cavaco e Salazar, é muito bem capaz, tal como já afirmou, de impor uma ditadura provisória, durante seis meses, para endireitar o país, não ficando, no entanto, esclarecido qual a sua ideia sobre o regime que a seguir instituiria.

Mas se esta pulsão ditatorial levanta suspeitas e inquietações, não menos preocupante se revela a ausência de um qualquer escrúpulo moral em aceitar duas personalidades, que foram constituídas arguidas em processos judiciais, e que envolvem crimes de fraude fiscal, falsificação de documentos e abuso de poder. É certo que, devido ao princípio da presunção de inocência, António Preto e Helena Lopes da Costa encontram-se no pleno uso de todos os seus direitos civis, não havendo nenhuma incompatibilidade legal com a sua condição de candidatos a deputados à Assembleia da República. Mas, o mínimo de prudência e pudor, por parte de Manuela Ferreira Leite, e o mínimo de decência e de dignidade, por parte daquelas duas personalidades, aconselharia que a ideia da sua candidatura nem sequer tivesse sido colocada. Por uma questão de higiene!

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1394595

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