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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Desemprego e Pobreza: O Porto e o Norte foram esquecidos...



O Norte do País, na generalidade, e a cidade do Porto e o seu distrito, em particular, têm todas as razões a seu favor para condenar as políticas desenvolvidas nos últimos trinta anos, e da exclusiva responsabilidade do PSD e do PS, os partidos do poder, já que, a avaliar pelo número avassalador de desempregados e pela existência de um desproporcionado número de trabalhadores, em relação ao resto do país, a auferirem rendimentos pouco acima do Salário Mínimo Nacional , têm sido as principais vítimas da macrocefalia da Grande Lisboa.
Desde os governos de Cavaco Silva até hoje, o Porto e todo oo Norte do país têm sido preteridos na política do grandes investimentos, o que conduziu ao definhamento da sua ecconomia e ao consequente aumento da pobreza. Ao proporcionar a concentração dos investimentos, públicos e privados, através da canalização preferencial dos fundos da União Europeia para Grande Lisboa, os sucessivos governos, numa óptica de obter rápidos aumentos de rentabilidade desses investimentos, beneficiando dos sinergismos proporcionados pela intensiva concentração populacional e pela redução dos custos operacionais ligados aos transportes, esqueceram-se de equacionar os efeitos preversos de longo prazo, a repercutirem-se obrigatoriamente nas outras regiões do país, onde esses investimentos foram reduzidos.
Esta assimetria do desenvolvimento económico e da repartição desigual do rendimento disponível, a nível geográfico, acabaram, paulatinamente, por desequilibrar o consumo interno dessas regiões, provocando uma razia ao nível das micro e das pequenas empresas, que produziam para o mercado local. Era como se o coração, numa atitude egoísta, começasse a bombear mais sangue para o cérebro, para que ele pensasse melhor, esquecendo-se de o enviar para as pernas, na proporcionalidade respectiva das suas próprias necessidades. Com o tempo, desenvolver-se-ia um organismo que pensava muito bem, mas que não conseguia caminhar. É o que está a acontecer em Portugal.
Nenhum país poderá atingir um desenvolvimento sustentado se os seus governos não souberem nivelar o desenvolvimento de todo o território, tanto quanto seja possível. E o caso de Trás-os-Montes é dramático, já que é a região mais pobre da União Europeia e onde subsistem bolsas de pobreza extrema, que deveriam envergonhar os governantes.

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