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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Entrevista: D. Renato I. "Vendam-me Portugal, que eu governarei melhor que os portugueses" - por Rosa Ramos

Retrato oficial de D. Renato I, Príncipe da Pontinha

O príncipe da Pontinha, dono de um pequeno ilhéu na baía do Funchal, diz que quer comprar Portugal por um euro
Quer comprar Portugal por um euro e compromete-se a assumir a totalidade da dívida do Estado. Na Madeira há quem garanta que é louco. Outros gabam-lhe a franqueza. Há 13 anos que Renato Barros, professor de EVT, reivindica a independência de um ilhéu na baía do Funchal - um forte em cima de uma rocha que comprou em 2000. Autoproclamou--se príncipe - dá pelo nome de "D. Renato I, o Justo" - porque garante que o Principado da Pontinha foi alienado pelo rei D. Carlos em 1903. Numa entrevista via email, o príncipe da Pontinha gaba- -se de liderar um dos poucos estados do mundo sem dívida pública e revela que procura uma nova primeira-dama. Acusa Cavaco Silva de lhe dever dinheiro, atira-se aos bancos e aos políticos portugueses e nem o bispo do Funchal escapa às suas críticas.

O Principado da Pontinha ainda não é um reino. Porquê?
Por acaso já perguntaram à família Rainier do Mónaco porque são um principado e não um reino? O meu principado será um reino quando estiver em fase expansionista. A esse propósito, reitero a firme proposta de aquisição de Portugal, por um euro, e assumindo o respectivo passivo. Enviei um ofício real ao vosso ex-ministro Vítor Gaspar a dar conta da minha proposta, mas ainda estou a aguardar que o representante da República na Madeira me dê uma resposta. A não ser, claro, que tenham escondido o ofício - como esconderam os swaps.

O D. Renato não reconhece a soberania portuguesa?
Tal qual Portugal se desfez de vários territórios (Macau, Timor, Goa, Moçambique, Guiné, etc.), também a minha ilha - o Principado Ilhéu da Pontinha - foi alienada pelo vosso rei D. Carlos I em Outubro de 1903. É uma realidade que as vossas autoridades pretendem camuflar e daí ser mais fácil mandarem-me chamar louco ou irresponsável. Quando o que estou a fazer é o legítimo exercício de um direito à autodeterminação, face ao qual os vossos governantes não sabem como lidar, tão-pouco conseguem ver esta situação de uma maneira mais positiva e até rentável para todos os lados. Preferem (ilegalmente) cobrar IMI a uma realidade à qual dão (para efeitos fiscais) 74 anos de vida. Isso é ridículo. Não reconheço legitimidade nem soberania a Portugal sobre o meu território independente. Aliás, já em 1973 a Guiné era reconhecida pelas Nações Unidas e Portugal ainda para lá mandava soldados. Vocês não evoluíram nada. Por isso não estou surpreendido.

Quem são os seus súbditos na ilha?
Quer uma "Lista de Schindler" ao contrário? A senhora jornalista já pediu ao seu presidente a lista dos cidadãos nacionais? Tenho súbditos espalhados pelo mundo, tal como os portugueses têm os seus imigrantes. E dou plena liberdade aos meus súbditos para afirmarem, ou não, em público a sua lealdade ao meu principado. Não o farei por eles, por uma questão de princípio.

E como é afinal um dia normal na vida do líder de um principado?
É um dia-a-dia igual ao de qualquer chefe de Estado que esteja verdadeiramente empenhado na bem-estar da sua nação e do seu povo. Mas até neste propósito parece que estou em minoria técnica.

Tem filhos? A educação deles está a ser pensada em função de um dia virem a assumir o governo da ilha?
A minha vontade foi ser príncipe. A vontade dos meus filhos é deles, não interfiro. Eles não são como a gentil Diana de Gales, que, de acordo com uma sua biografia, e para explicar a degradação do seu casamento, terá dito que se achava uma "égua de Windsor", destinada a procriar reizinhos.

O principado apresenta contas publicamente?
O principado não é nenhuma sociedade de responsabilidade limitada que tenha de prestar contas. Até a filial irlandesa do "benemérito" Bill Gates (que manda vacinas, e não comida, para África) passou a ser de responsabilidade ilimitada para não ter de as prestar. Por que razão teria de o fazer? Ele quer ser Dom? Eu já sou.

E a crise? Já chegou ao principado?
Apenas leves ricochetes, vindos daí desses lados, de crises de valores, ignorância, inveja, mesquinhez e falta de sentido de humor.

Também há desemprego aí?
Antes pelo contrário. Mas há um lugar para um sem-abrigo destinado a um tal Ulrich. A ver se ele aguenta...

A ilha é auto-suficiente? E exporta?
Sou um principado global e não faço embargo a nenhum país. Há dois tipos de produtos: os materiais ou (a)palpáveis (o vinho do príncipe, e, em breve, o tomate fortezão, pela falta que parece existir por aí) e os imateriais: criatividade, originalidade e irreverência. Ou seja, também exporto inteligência natural.

Diz a Wikipédia que, até 2010, a economia do principado se resumia ao turismo. Mas consta que está a preparar uma revolução económica, expandindo-se para outras áreas. Quais?
Enquanto andam a assassinar a economia portuguesa, eu dei instruções claras ao meu governo para fomentar e diversificar áreas de negócio que dêem aos portugueses (que pretendam a dupla nacionalidade luso-fortense e a outros cidadãos do mundo) emprego, bem-estar económico e desenvolvimento cultural. Tenho, por exemplo, um Real Centro Internacional de Negócios e as minhas 200 reais milhas marítimas para explorar. Sempre será melhor que vender tudo aos angolanos, como parece que o (Santoro?) país-irmão está a fazer.

Que opinião tem acerca do seu congénere português, D. Duarte?
Para já ele não é Dom, porque não tem o domínio sobre nada. Eu sou D. Renato porque tenho a posse e o domínio sobre o meu principado. Não conheço pessoalmente esse sujeito, não me posso pronunciar com rigor. Se é realmente monárquico? deixará, a meu ver, um pouco a desejar, pois, sinceramente, já teria mais que condições para reunir as tropas e pôr ordem nessa bagunça republicana. Preferia encontrar-me com a duquesa do Cadaval. Teria todo o gosto em recebê-la no meu principado.

Também já convidou Passos Coelho?
Quando Portugal tiver um primeiro- -ministro que não seja uma marioneta dos Bilderberg (do "amigo Balsemão") ou da Maçonaria, do Opus Dei, ou mesmo da recente Opus Gay, então terei todo o gosto em mandar formular um convite real. Até, inclusive, dada a minha dupla cidadania luso-fortense, pois não renego as minhas origens lusas, apenas não me conformo com quem governa (mal) os portugueses. No que toca ao sujeito em questão, um eventual convite teria de ter em conta os períodos anuais de abertura da caça ao dito, para não coincidir e criar um conflito armado desnecessário, pois não ouso cercear a liberdade dos meus súbditos no que a essa prática desportiva diz respeito.

Tem acompanhado a situação política portuguesa?
É uma crise política forjada para distrair os portugueses da má governação, da supressão de direitos sociais, económicos e culturais e, daqui a tempos, dos próprios direitos, liberdades e garantias. Vejam as cidades chinesas isoladas, qual Muro de Berlim, onde só entram os livros que as autoridades querem. Quem fomentou a crise deveria pagar do seu próprio bolso o diferencial agravado da situação financeira que causou ao Estado que diz ("i?rrevogavelmente") servir.

Defenderia eleições antecipadas?
Defendo a imediata intervenção das Forças Armadas portuguesas para que ponham no poder pessoas para quem o interesse colectivo pese mais que os interesses individuais ou corporativos. Eu disponibilizo as minhas forças armadas nesse desígnio conjunto. E até ofereço os calabouços reais.

Aceitaria uma troika no principado?
Se, além da China, sou o único estado do mundo sem dívida pública, não vejo tal necessidade. Quando muito eu próprio aceitaria intervir na troika, a bem dos portugueses e dos europeus.

Como é que a Europa poderá sobreviver à crise económica?
Só há crise económica porque vós estais todos nas mãos da (recapitalizada com o dinheiro dos contribuintes) alta finança internacional e nacional e porque deixaram os vossos governantes gastar mais do que estava orçamentado sem que o Tribunal de Contas exercesse a responsabilidade financeira reintegratória. Nacionalizem os bancos e confisquem os beneficiários das parcerias público- -privadas (beneficiários de um enriquecimento sem causa vergonhoso à luz do vosso direito civil) e das fundações-fantasma que delapidam o Orçamento do Estado e voltarão a ver o desenvolvimento económico em Portugal e na Europa.

Portugal precisaria de um Presidente da República mais incisivo?
A rainha de Inglaterra tem alguma palavra? Cavaco Silva já fez tanta asneira enquanto primeiro-ministro - ao assassinar a agricultura e a indústria - e o prémio foi a presidência. E, já agora, deve- -me 360 mil euros por ter atravessado o meu espaço aéreo (quando foi às Selvagens) sem a minha autorização. Já entreguei a nota real de débito junto do representante da República, que agora tem instruções para não receber cartas minhas, em clara violação ao vosso Código do Procedimento Administrativo.

Sonha conquistar Portugal um dia?
O sonho de qualquer cidadão português preocupado com o futuro do país é ter um príncipe como eu a liderar o seu destino colectivo. E já disse que ofereço um euro e assumo a vossa dívida, incluindo os swaps tóxicos.

Sente-se confortável com o facto de se ter autoproclamado soberano?
Tão confortável como D. Afonso Henriques e os conselheiros da revolução portuguesa de 1974. E, já agora, a evolução (justificada) dos rendimentos desses senhores e dos políticos portugueses antigos e actuais chegou a ser auditada pelo Tribunal de Contas?

Sei que é professor de EVT. Como concilia a sua actividade profissional com a actividade de príncipe?
Sou professor em Portugal e príncipe no meu estado. Ao contrário da maioria dos governantes, não tenho públicas virtudes nem vícios privados, nem chamei o Rumsfeld a Portugal para intimidar as minhas próprias autoridades.

Os seus alunos tratam-no por "professor Renato" ou por "D. Renato"?
Em Portugal sou professor.
Li que tem embaixadores em alguns países. Onde? E quem são?
Tenho representação diplomática em países como o Brasil, a Costa Rica, a Argentina, Timor, o Irão, Espanha, a Austrália, a Venezuela, o Reino Unido e Portugal. O meu primeiro-ministro é que lhe poderia dar informação mais detalhada.

E o que é que os embaixadores fazem, concretamente?
Já fez essa pergunta ao titular do Palácio das (efectivas) Necessidades, homólogo do meu chanceler para os Negócios Exteriores?

Em que ponto está o pedido que enviou à ONU sobre a independência do ilhéu? Já teve uma resposta?
O meu advogado em Nova Iorque está com esse processo em carteira e a prestar contas directamente ao meu embaixador plenipotenciário em Londres, Sir Kevin Almond, que tem a responsabilidade pela coordenação internacionalista, ao nível de uma comissão trilateral (entidade, tal como o C. F. R. do Braga de Macedo, que vocês ocultam aos leitores portugueses).

É Verão. O príncipe D. Renato tira férias? Costuma ir para onde?
Gozo as férias na minha fragata real, ao longo das 200 milhas marítimas adjacentes ao meu principado, à luz do direito internacional público.

Na sua página do Facebook apela a donativos para a causa da independência do principado. Quanto é que já angariou?
Prefiro donativos a ter de cobrar impostos. Sobre montantes, quem trata disso é o meu chanceler para a Economia e a Criatividade, cujo perfil pessoal marcante é não revelar assuntos de Estado.

Em que medida é que esse dinheiro pode ajudar a causa?
A senhora jornalista parece estar equivocada. A independência é um dado adquirido. Por favor leia a Carta Régia do meu colega luso D. Carlos I - cuja inequívoca legalidade foi reconhecida pelo vosso Arquivo Nacional da Torre do Tombo. O reconhecimento da independência é o que está neste momento em causa por Portugal. Este processo, de âmbito internacional, junto de muitos países, tem, naturalmente, os seus custos, pelo que qualquer ajuda é bem-vinda.

O D. Renato escreve com "y" em vez de "i" e com "k" em vez de "q". Isto é a língua do principado? Tem nome?
Falta acrescentar a troca do "m" pelo "w". A língua oficial chama-se "fortense". A raiz da minha língua resulta, por um lado, do legítimo direito à diferença e à autodeterminação (que até está na vossa Constituição - mas não foi Vital Moreira que aconselhou "suspendê-la", em estado de emergência?). Por outro lado, introduzimos os "y" porque aqui não temos necessidade de pôs os pontos nos is. Também é uma tentativa de contrariar a estupidificação do ensino em Portugal (92% dos alunos chumbam num exame de Cultura Geral?), levando as pessoas a exercitar os neurónios. E é ainda uma reacção diplomática junto dos irmãos-PALOP ao novo ("socretino") acordo ortográfico em vigor no país-irmão Portugal. Estou aliás disponível para ajudar à internacionalização do vosso jornal i, obviamente alterando o nome para "Y".

Já recebeu pedidos de asilo político? E tem concedido alguns?
Já recebi. Claro que concedo. E se a Rússia do meu colega Putin se vergar aos americanos, o Snowden pode vir para cá.

A quem nunca concederia asilo?
Aos pedófilos, aos canalhas internacionais dos Bilderberg e aos políticos portugueses que, uma vez irradiados pelo seu povo, rastejarão em frente do meu principado, em vez de pensarem em expropriar o meu forte, como já me disseram que tencionam fazer, contratando uma sociedade de advogados para o efeito. Mas como pode Portugal expropriar um território que já alienou?

E pedidos de asilo fiscal, também concede?
Alguns até são públicos, tendo em conta o torniquete fiscal aos contribuintes portugueses. Basta ir à minha página de Facebook e ler as mensagens de compatriotas seus.

O principado tem algum banco?
Sim. Além do banco real, onde me sento, há também os bancos de jardim, os do miradouro do Forte, etc. Com o reconhecimento internacional, ou até antes, se me apetecer, o principado terá o seu Banco Nacional e mandarei emitir títulos do Tesouro.

O Estado social é um conceito ultrapassado e insustentável?
O que é insustentável são as mordomias de quem "gere" (delapida) o Estado social. A riqueza está mal distribuída em todos os países. E se em vez de recapitalizarem os bancos começarem a recapitalizar as famílias e as pequenas e médias empresas, então o vosso problema estará automaticamente resolvido. Mas vocês, portugueses, infelizmente, são uns cobardes, têm medo de quem está no poder. Não os vêem como meros empregados, que recebem um vencimento à conta dos vossos impostos.

Como se define em termos de estilo de governação?
O poder é meu, mas antes de decidir ouço atentamente os meus chanceleres e reflicto na melhor decisão a tomar. E estou grato pela lealdade dos meus chanceleres, que não precisam de assessores nem de "afrodites", o que desonera substancialmente os cofres reais. Um exemplo a seguir...

Costuma ser convidado para casamentos e eventos das outras casas reais europeias?
Só agora o "manto de encobrimento" a respeito do Principado da Pontinha (graças à acção dos embaixadores e cônsules honorários no estrangeiro) começa a ser desfeito. Mas não sou muito desses eventos sociais, acho até uma fantochada para distrair as populações de assuntos mais sérios e para os políticos continuarem a fazer as suas negociatas na sombra.

O Principado da Pontinha é laico? Qual é a religião oficial?
Sou um príncipe cristão que admite que cada pessoa tenha o seu deus e a sua religião.

É verdade que anda a tentar comprar um papamóvel do Papa João Paulo II?
O meu chanceler para os Assuntos Religiosos tem tido alguma dificuldade em encontrar o bispo do Funchal, que, não tendo favelas para onde ir, parece que gosta muito de estar à mesa do poder. A aquisição do papamóvel permitiria criar um roteiro turístico na ilha-sobrinha Madeira, tal como o Papa aparece semanalmente aos fiéis na Praça de S. Pedro, ou tal e qual a minha colega rainha de Inglaterra na varanda do seu palácio aos súbditos e turistas. Cego é quem não quer ver este potencial. O Vaticano tem o seu banco, a rainha tem os seus negócios e eu não posso ter um príncipemóvel?

Quando morrer quer ser enterrado onde?
No meu principado, é óbvio. Um projecto de vida merece um fim digno e não uma vala comum ou um canto qualquer num condomínio fúnebre.

Ainda é casado? Está a receber candidaturas ao cargo de primeira-dama?
Sou divorciado. A magia da vida decerto irá funcionar para quem não olha essa mesma vida com talas e sob orientação superior.

Que características terá de ter a primeira-dama ideal da Pontinha?
Uma rosa sem espinhas? com pétalas (e não ramos) no regaço.

Qual é a posição do D. Renato em relação a temas como o casamento gay, a co-adopção de crianças por casais do mesmo sexo ou o aborto?
Casamento gay? Nada a opor. Co-adopção? Essa vossa mania de legislarem sobre tudo (e sobre nada) acaba por impedir que façam o que quer que seja de jeito. Não se pode definir por decreto aquilo que é melhor para as crianças, mas olhando para as situações em concreto. Quantos estafermos e estafermas, ditos bem casados com pessoas de sexo oposto, fazem pior às crianças? Não sejam hipócritas. Aborto? Já Gonçalves Zarco usava preservativos de carneiro quando deu a primeira queca da globalização no meu principado. Assim controlou a natalidade a montante. E não era a Simone de Oliveira que cantava que "quem faz um filho fá-lo por gosto"?

Politicamente, define-se como de direita ou de esquerda?
Defino-me como Justo, que, ao contrário de quem vos governa, põe os interesses colectivos acima dos individuais. Desde que a revolução russa de 1917 foi financiada pelo banco americano J. P. Morgan que só não percebe quem é burro: a ideologia é uma treta, apenas serve para dividir e não para fazer as pessoas pensarem em boas ou más gestões dos dinheiros públicos (dos contribuintes). E para os obrigarem a prestar contas e a repor os desvios.

D. Renato vive num apartamento no Funchal.
O meu domicílio fiscal é no Principado Ilhéu da Pontinha. Nada me impede de ter (ou de viver em) apartamentos em Portugal e, por outro lado, as minhas embaixadas fazem parte do principado, à luz do direito internacional.

Que vantagens tem para oferecer aos portugueses que queiram mudar-se para o Principado da Pontinha?
Os meus irmãos portugueses sofrem com o PIB. Eu ofereço-vos a F. I. B. (felicidade interna bruta). Quando os portugueses perceberem que andaram a ser enganados e derem valor ao ser em vez de ao ter, então, mesmo para vós, tudo começará a fazer sentido. Vendam-me Portugal, pois eu governarei melhor os portugueses. Não é o dinheiro nem o poder que me move, ao contrário do que acontece convosco.


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D. Renato é, sem dúvida, excêntrico e extravagante. Louco é que ele não é. Muito menos, ignorante. A sua análise e as suas opiniões sobre a política nacional e internacional e sobre as questões económicas mostram um homem clarividente e muito bem informado. Se Portugal tivesse um punhado de "loucos" como D. Renato, talvez a crise e o seu tratamento não tivessem vindo a infernizar a vida dos portugueses. 
Neste sentido, eu também sou um "louco", e, depois de ter lido esta hilariante entrevista, talvez me abalance a vir a obter o Principado das Berlengas...

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