Nos números que vai divulgar amanhã, o INE
(Instituto Nacional de Estatística) deverá anunciar uma saída de Portugal da
recessão dois anos e meio (dez trimestres consecutivos) depois de a economia
ter começado a cair a pique. As várias previsões avançadas por bancos e centros
de investigação universitários apontam para uma subida entre 0,2% e 0,6% do PIB
no segundo trimestre, motivada pela boa prestação das exportações e pela
melhoria, ainda que tímida, do consumo interno, embora ainda em terreno
negativo.
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Como o povo diz, são as
melhoras da morte. O governo vai tentar tirar dividendos políticos deste
infinitésima melhoria da economia neste segundo trimestre, que se deve
essencialmente ao aumento das exportações, com o turismo a constituir-se no
principal impulsionador desta rúbrica macro-económica. E foi também o turismo a
promover a ligeira descida do desemprego. Tudo isto marcado pelos efeitos da
sazonalidade, o que não é nada tranquilizador para os tempos que se avizinham,
já que, no próximo ano, o consumo interno vai levar um grande trambolhão,
devido aos cortes das pensões dos funcionários públicos. Com a ausência de
investimento produtivo significativo e com o consumo interno (o público e o
privado) estagnado ou a descer, não se vislumbra que a médio prazo a economia possa
crescer, exclusivamente ancorada nas exportações, que estão muito dependentes
de condicionalismos externos.
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