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Retrato oficial de D. Renato I, Príncipe da Pontinha |
O príncipe da Pontinha, dono de um pequeno ilhéu
na baía do Funchal, diz que quer comprar Portugal por um euro
Quer comprar Portugal por um euro e
compromete-se a assumir a totalidade da dívida do Estado. Na Madeira há quem
garanta que é louco. Outros gabam-lhe a franqueza. Há 13 anos que Renato
Barros, professor de EVT, reivindica a independência de um ilhéu na baía do
Funchal - um forte em cima de uma rocha que comprou em 2000. Autoproclamou--se
príncipe - dá pelo nome de "D. Renato I, o Justo" - porque garante
que o Principado da Pontinha foi alienado pelo rei D. Carlos em 1903. Numa
entrevista via email, o príncipe da Pontinha gaba- -se de liderar um dos poucos
estados do mundo sem dívida pública e revela que procura uma nova
primeira-dama. Acusa Cavaco Silva de lhe dever dinheiro, atira-se aos bancos e
aos políticos portugueses e nem o bispo do Funchal escapa às suas críticas.
O Principado da Pontinha ainda não é um reino.
Porquê?
Por acaso já perguntaram à família Rainier do
Mónaco porque são um principado e não um reino? O meu principado será um reino
quando estiver em fase expansionista. A esse propósito, reitero a firme
proposta de aquisição de Portugal, por um euro, e assumindo o respectivo
passivo. Enviei um ofício real ao vosso ex-ministro Vítor Gaspar a dar conta da
minha proposta, mas ainda estou a aguardar que o representante da República na
Madeira me dê uma resposta. A não ser, claro, que tenham escondido o ofício -
como esconderam os swaps.
O D. Renato não reconhece a soberania
portuguesa?
Tal qual Portugal se desfez de vários
territórios (Macau, Timor, Goa, Moçambique, Guiné, etc.), também a minha ilha -
o Principado Ilhéu da Pontinha - foi alienada pelo vosso rei D. Carlos I em
Outubro de 1903. É uma realidade que as vossas autoridades pretendem camuflar e
daí ser mais fácil mandarem-me chamar louco ou irresponsável. Quando o que
estou a fazer é o legítimo exercício de um direito à autodeterminação, face ao
qual os vossos governantes não sabem como lidar, tão-pouco conseguem ver esta
situação de uma maneira mais positiva e até rentável para todos os lados.
Preferem (ilegalmente) cobrar IMI a uma realidade à qual dão (para efeitos
fiscais) 74 anos de vida. Isso é ridículo. Não reconheço legitimidade nem
soberania a Portugal sobre o meu território independente. Aliás, já em 1973 a
Guiné era reconhecida pelas Nações Unidas e Portugal ainda para lá mandava soldados.
Vocês não evoluíram nada. Por isso não estou surpreendido.
Quem são os seus súbditos na ilha?
Quer uma "Lista de Schindler" ao
contrário? A senhora jornalista já pediu ao seu presidente a lista dos cidadãos
nacionais? Tenho súbditos espalhados pelo mundo, tal como os portugueses têm os
seus imigrantes. E dou plena liberdade aos meus súbditos para afirmarem, ou
não, em público a sua lealdade ao meu principado. Não o farei por eles, por uma
questão de princípio.
E como é afinal um dia normal na vida do líder
de um principado?
É um dia-a-dia igual ao de qualquer chefe de
Estado que esteja verdadeiramente empenhado na bem-estar da sua nação e do seu
povo. Mas até neste propósito parece que estou em minoria técnica.
Tem filhos? A educação deles está a ser pensada
em função de um dia virem a assumir o governo da ilha?
A minha vontade foi ser príncipe. A vontade dos
meus filhos é deles, não interfiro. Eles não são como a gentil Diana de Gales,
que, de acordo com uma sua biografia, e para explicar a degradação do seu
casamento, terá dito que se achava uma "égua de Windsor", destinada a
procriar reizinhos.
O principado apresenta contas publicamente?
O principado não é nenhuma sociedade de
responsabilidade limitada que tenha de prestar contas. Até a filial irlandesa
do "benemérito" Bill Gates (que manda vacinas, e não comida, para
África) passou a ser de responsabilidade ilimitada para não ter de as prestar.
Por que razão teria de o fazer? Ele quer ser Dom? Eu já sou.
E a crise? Já chegou ao principado?
Apenas leves ricochetes, vindos daí desses
lados, de crises de valores, ignorância, inveja, mesquinhez e falta de sentido
de humor.
Também há desemprego aí?
Antes pelo contrário. Mas há um lugar para um
sem-abrigo destinado a um tal Ulrich. A ver se ele aguenta...
A ilha é auto-suficiente? E exporta?
Sou um principado global e não faço embargo a
nenhum país. Há dois tipos de produtos: os materiais ou (a)palpáveis (o vinho
do príncipe, e, em breve, o tomate fortezão, pela falta que parece existir por
aí) e os imateriais: criatividade, originalidade e irreverência. Ou seja,
também exporto inteligência natural.
Diz a Wikipédia que, até 2010, a economia do
principado se resumia ao turismo. Mas consta que está a preparar uma revolução
económica, expandindo-se para outras áreas. Quais?
Enquanto andam a assassinar a economia
portuguesa, eu dei instruções claras ao meu governo para fomentar e
diversificar áreas de negócio que dêem aos portugueses (que pretendam a dupla
nacionalidade luso-fortense e a outros cidadãos do mundo) emprego, bem-estar
económico e desenvolvimento cultural. Tenho, por exemplo, um Real Centro
Internacional de Negócios e as minhas 200 reais milhas marítimas para explorar.
Sempre será melhor que vender tudo aos angolanos, como parece que o (Santoro?) país-irmão
está a fazer.
Que opinião tem acerca do seu congénere
português, D. Duarte?
Para já ele não é Dom, porque não tem o domínio
sobre nada. Eu sou D. Renato porque tenho a posse e o domínio sobre o meu
principado. Não conheço pessoalmente esse sujeito, não me posso pronunciar com
rigor. Se é realmente monárquico? deixará, a meu ver, um pouco a desejar, pois,
sinceramente, já teria mais que condições para reunir as tropas e pôr ordem
nessa bagunça republicana. Preferia encontrar-me com a duquesa do Cadaval.
Teria todo o gosto em recebê-la no meu principado.
Também já convidou Passos Coelho?
Quando Portugal tiver um primeiro- -ministro que
não seja uma marioneta dos Bilderberg (do "amigo Balsemão") ou da
Maçonaria, do Opus Dei, ou mesmo da recente Opus Gay, então terei todo o gosto
em mandar formular um convite real. Até, inclusive, dada a minha dupla
cidadania luso-fortense, pois não renego as minhas origens lusas, apenas não me
conformo com quem governa (mal) os portugueses. No que toca ao sujeito em
questão, um eventual convite teria de ter em conta os períodos anuais de
abertura da caça ao dito, para não coincidir e criar um conflito armado
desnecessário, pois não ouso cercear a liberdade dos meus súbditos no que a
essa prática desportiva diz respeito.
Tem acompanhado a situação política portuguesa?
É uma crise política forjada para distrair os
portugueses da má governação, da supressão de direitos sociais, económicos e
culturais e, daqui a tempos, dos próprios direitos, liberdades e garantias.
Vejam as cidades chinesas isoladas, qual Muro de Berlim, onde só entram os
livros que as autoridades querem. Quem fomentou a crise deveria pagar do seu
próprio bolso o diferencial agravado da situação financeira que causou ao
Estado que diz ("i?rrevogavelmente") servir.
Defenderia eleições antecipadas?
Defendo a imediata intervenção das Forças
Armadas portuguesas para que ponham no poder pessoas para quem o interesse
colectivo pese mais que os interesses individuais ou corporativos. Eu
disponibilizo as minhas forças armadas nesse desígnio conjunto. E até ofereço
os calabouços reais.
Aceitaria uma troika no principado?
Se, além da China, sou o único estado do mundo
sem dívida pública, não vejo tal necessidade. Quando muito eu próprio aceitaria
intervir na troika, a bem dos portugueses e dos europeus.
Como é que a Europa poderá sobreviver à crise
económica?
Só há crise económica porque vós estais todos
nas mãos da (recapitalizada com o dinheiro dos contribuintes) alta finança
internacional e nacional e porque deixaram os vossos governantes gastar mais do
que estava orçamentado sem que o Tribunal de Contas exercesse a
responsabilidade financeira reintegratória. Nacionalizem os bancos e confisquem
os beneficiários das parcerias público- -privadas (beneficiários de um
enriquecimento sem causa vergonhoso à luz do vosso direito civil) e das
fundações-fantasma que delapidam o Orçamento do Estado e voltarão a ver o
desenvolvimento económico em Portugal e na Europa.
Portugal precisaria de um Presidente da
República mais incisivo?
A rainha de Inglaterra tem alguma palavra?
Cavaco Silva já fez tanta asneira enquanto primeiro-ministro - ao assassinar a
agricultura e a indústria - e o prémio foi a presidência. E, já agora, deve-
-me 360 mil euros por ter atravessado o meu espaço aéreo (quando foi às
Selvagens) sem a minha autorização. Já entreguei a nota real de débito junto do
representante da República, que agora tem instruções para não receber cartas
minhas, em clara violação ao vosso Código do Procedimento Administrativo.
Sonha conquistar Portugal um dia?
O sonho de qualquer cidadão português preocupado
com o futuro do país é ter um príncipe como eu a liderar o seu destino
colectivo. E já disse que ofereço um euro e assumo a vossa dívida, incluindo os
swaps tóxicos.
Sente-se confortável com o facto de se ter
autoproclamado soberano?
Tão confortável como D. Afonso Henriques e os
conselheiros da revolução portuguesa de 1974. E, já agora, a evolução
(justificada) dos rendimentos desses senhores e dos políticos portugueses
antigos e actuais chegou a ser auditada pelo Tribunal de Contas?
Sei que é professor de EVT. Como concilia a sua
actividade profissional com a actividade de príncipe?
Sou professor em Portugal e príncipe no meu
estado. Ao contrário da maioria dos governantes, não tenho públicas virtudes
nem vícios privados, nem chamei o Rumsfeld a Portugal para intimidar as minhas
próprias autoridades.
Os seus alunos tratam-no por "professor
Renato" ou por "D. Renato"?
Em Portugal sou professor.
Li que tem embaixadores em alguns países. Onde?
E quem são?
Tenho representação diplomática em países como o
Brasil, a Costa Rica, a Argentina, Timor, o Irão, Espanha, a Austrália, a
Venezuela, o Reino Unido e Portugal. O meu primeiro-ministro é que lhe poderia
dar informação mais detalhada.
E o que é que os embaixadores fazem,
concretamente?
Já fez essa pergunta ao titular do Palácio das
(efectivas) Necessidades, homólogo do meu chanceler para os Negócios
Exteriores?
Em que ponto está o pedido que enviou à ONU
sobre a independência do ilhéu? Já teve uma resposta?
O meu advogado em Nova Iorque está com esse
processo em carteira e a prestar contas directamente ao meu embaixador
plenipotenciário em Londres, Sir Kevin Almond, que tem a responsabilidade pela
coordenação internacionalista, ao nível de uma comissão trilateral (entidade,
tal como o C. F. R. do Braga de Macedo, que vocês ocultam aos leitores
portugueses).
É Verão. O príncipe D. Renato tira férias?
Costuma ir para onde?
Gozo as férias na minha fragata real, ao longo
das 200 milhas marítimas adjacentes ao meu principado, à luz do direito
internacional público.
Na sua página do Facebook apela a donativos para
a causa da independência do principado. Quanto é que já angariou?
Prefiro donativos a ter de cobrar impostos.
Sobre montantes, quem trata disso é o meu chanceler para a Economia e a
Criatividade, cujo perfil pessoal marcante é não revelar assuntos de Estado.
Em que medida é que esse dinheiro pode ajudar a
causa?
A senhora jornalista parece estar equivocada. A
independência é um dado adquirido. Por favor leia a Carta Régia do meu colega
luso D. Carlos I - cuja inequívoca legalidade foi reconhecida pelo vosso
Arquivo Nacional da Torre do Tombo. O reconhecimento da independência é o que
está neste momento em causa por Portugal. Este processo, de âmbito
internacional, junto de muitos países, tem, naturalmente, os seus custos, pelo
que qualquer ajuda é bem-vinda.
O D. Renato escreve com "y" em vez de
"i" e com "k" em vez de "q". Isto é a língua do
principado? Tem nome?
Falta acrescentar a troca do "m" pelo
"w". A língua oficial chama-se "fortense". A raiz da minha
língua resulta, por um lado, do legítimo direito à diferença e à
autodeterminação (que até está na vossa Constituição - mas não foi Vital
Moreira que aconselhou "suspendê-la", em estado de emergência?). Por
outro lado, introduzimos os "y" porque aqui não temos necessidade de
pôs os pontos nos is. Também é uma tentativa de contrariar a estupidificação do
ensino em Portugal (92% dos alunos chumbam num exame de Cultura Geral?),
levando as pessoas a exercitar os neurónios. E é ainda uma reacção diplomática
junto dos irmãos-PALOP ao novo ("socretino") acordo ortográfico em
vigor no país-irmão Portugal. Estou aliás disponível para ajudar à
internacionalização do vosso jornal i, obviamente alterando o nome para
"Y".
Já recebeu pedidos de asilo político? E tem
concedido alguns?
Já recebi. Claro que concedo. E se a Rússia do
meu colega Putin se vergar aos americanos, o Snowden pode vir para cá.
A quem nunca concederia asilo?
Aos pedófilos, aos canalhas internacionais dos
Bilderberg e aos políticos portugueses que, uma vez irradiados pelo seu povo,
rastejarão em frente do meu principado, em vez de pensarem em expropriar o meu
forte, como já me disseram que tencionam fazer, contratando uma sociedade de
advogados para o efeito. Mas como pode Portugal expropriar um território que já
alienou?
E pedidos de asilo fiscal, também concede?
Alguns até são públicos, tendo em conta o
torniquete fiscal aos contribuintes portugueses. Basta ir à minha página de
Facebook e ler as mensagens de compatriotas seus.
O principado tem algum banco?
Sim. Além do banco real, onde me sento, há
também os bancos de jardim, os do miradouro do Forte, etc. Com o reconhecimento
internacional, ou até antes, se me apetecer, o principado terá o seu Banco
Nacional e mandarei emitir títulos do Tesouro.
O Estado social é um conceito ultrapassado e
insustentável?
O que é insustentável são as mordomias de quem
"gere" (delapida) o Estado social. A riqueza está mal distribuída em
todos os países. E se em vez de recapitalizarem os bancos começarem a
recapitalizar as famílias e as pequenas e médias empresas, então o vosso
problema estará automaticamente resolvido. Mas vocês, portugueses,
infelizmente, são uns cobardes, têm medo de quem está no poder. Não os vêem
como meros empregados, que recebem um vencimento à conta dos vossos impostos.
Como se define em termos de estilo de
governação?
O poder é meu, mas antes de decidir ouço
atentamente os meus chanceleres e reflicto na melhor decisão a tomar. E estou
grato pela lealdade dos meus chanceleres, que não precisam de assessores nem de
"afrodites", o que desonera substancialmente os cofres reais. Um
exemplo a seguir...
Costuma ser convidado para casamentos e eventos
das outras casas reais europeias?
Só agora o "manto de encobrimento" a
respeito do Principado da Pontinha (graças à acção dos embaixadores e cônsules
honorários no estrangeiro) começa a ser desfeito. Mas não sou muito desses
eventos sociais, acho até uma fantochada para distrair as populações de
assuntos mais sérios e para os políticos continuarem a fazer as suas negociatas
na sombra.
O Principado da Pontinha é laico? Qual é a
religião oficial?
Sou um príncipe cristão que admite que cada
pessoa tenha o seu deus e a sua religião.
É verdade que anda a tentar comprar um papamóvel
do Papa João Paulo II?
O meu chanceler para os Assuntos Religiosos tem
tido alguma dificuldade em encontrar o bispo do Funchal, que, não tendo favelas
para onde ir, parece que gosta muito de estar à mesa do poder. A aquisição do
papamóvel permitiria criar um roteiro turístico na ilha-sobrinha Madeira, tal
como o Papa aparece semanalmente aos fiéis na Praça de S. Pedro, ou tal e qual
a minha colega rainha de Inglaterra na varanda do seu palácio aos súbditos e
turistas. Cego é quem não quer ver este potencial. O Vaticano tem o seu banco,
a rainha tem os seus negócios e eu não posso ter um príncipemóvel?
Quando morrer quer ser enterrado onde?
No meu principado, é óbvio. Um projecto de vida
merece um fim digno e não uma vala comum ou um canto qualquer num condomínio
fúnebre.
Ainda é casado? Está a receber candidaturas ao
cargo de primeira-dama?
Sou divorciado. A magia da vida decerto irá
funcionar para quem não olha essa mesma vida com talas e sob orientação
superior.
Que características terá de ter a primeira-dama
ideal da Pontinha?
Uma rosa sem espinhas? com pétalas (e não ramos)
no regaço.
Qual é a posição do D. Renato em relação a temas
como o casamento gay, a co-adopção de crianças por casais do mesmo sexo ou o
aborto?
Casamento gay? Nada a opor. Co-adopção? Essa
vossa mania de legislarem sobre tudo (e sobre nada) acaba por impedir que façam
o que quer que seja de jeito. Não se pode definir por decreto aquilo que é
melhor para as crianças, mas olhando para as situações em concreto. Quantos
estafermos e estafermas, ditos bem casados com pessoas de sexo oposto, fazem
pior às crianças? Não sejam hipócritas. Aborto? Já Gonçalves Zarco usava
preservativos de carneiro quando deu a primeira queca da globalização no meu
principado. Assim controlou a natalidade a montante. E não era a Simone de
Oliveira que cantava que "quem faz um filho fá-lo por gosto"?
Politicamente, define-se como de direita ou de
esquerda?
Defino-me como Justo, que, ao contrário de quem
vos governa, põe os interesses colectivos acima dos individuais. Desde que a
revolução russa de 1917 foi financiada pelo banco americano J. P. Morgan que só
não percebe quem é burro: a ideologia é uma treta, apenas serve para dividir e
não para fazer as pessoas pensarem em boas ou más gestões dos dinheiros
públicos (dos contribuintes). E para os obrigarem a prestar contas e a repor os
desvios.
D. Renato vive num apartamento no Funchal.
O meu domicílio fiscal é no Principado Ilhéu da
Pontinha. Nada me impede de ter (ou de viver em) apartamentos em Portugal e,
por outro lado, as minhas embaixadas fazem parte do principado, à luz do
direito internacional.
Que vantagens tem para oferecer aos portugueses
que queiram mudar-se para o Principado da Pontinha?
Os meus irmãos portugueses sofrem com o PIB. Eu
ofereço-vos a F. I. B. (felicidade interna bruta). Quando os portugueses
perceberem que andaram a ser enganados e derem valor ao ser em vez de ao ter,
então, mesmo para vós, tudo começará a fazer sentido. Vendam-me Portugal, pois
eu governarei melhor os portugueses. Não é o dinheiro nem o poder que me move,
ao contrário do que acontece convosco.
***«»***
D. Renato é, sem dúvida, excêntrico e extravagante. Louco é que ele não é. Muito menos, ignorante. A sua análise e as suas opiniões sobre a política nacional e internacional e sobre as questões económicas mostram um homem clarividente e muito bem informado. Se Portugal tivesse um punhado de "loucos" como D. Renato, talvez a crise e o seu tratamento não tivessem vindo a infernizar a vida dos portugueses.
Neste sentido, eu também sou um "louco", e, depois de ter lido esta hilariante entrevista, talvez me abalance a vir a obter o Principado das Berlengas...