Oito dos 12 primeiros projectos de apoio ao 
desempregados, financiados pelo Fundo 
Europeu de Ajustamento à Globalização 
(FEG), deram "buraco". Um é português.
Proposto por Durão Barroso para apoiar 
aqueles que perderam os seus empregos 
devido à deslocalização das respectivas 
empresas para fora da Europa, o FEG 
entrou em funcionamento há três anos 
e, segundo um balanço apresentado 
pela Comissão Europeia na passada 
quinta-feira, já mobilizou quase 374 
milhões de euros para apoiar mais de 70 
mil trabalhadores.
A primeira candidatura de Portugal ao 
FEG foi entregue em 2008 com vista apoiar 
cerca de 1100 desempregados do sector 
automóvel. A mais recentemente aprovada 
por Bruxelas, ainda na semana passada, 
visa ajudar a reinserção profissional de 839 
trabalhadores da Quimonda e poderá traduzir-
se num apoio da ordem dos 2,4 milhões de euros.
Jornal de Negócios
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É o que se chama um fundo elitista, destinado apenas à aristocracia proletária (engenheiros incluídos). O governo não consegui enxergar, além dos do sector automóvel, outros trabalhadores, cuja perda do posto de trabalho pudesse ser atribuída aos efeitos perversos da globalização. O resultado desta miopia traduziu-se no desperdício de milhões de euros, já que o Instituto para Emprego e Formação Profissional, a entidade que, em Portugal, geria o programa, não conseguiu distribuir mais de metade das verbas em tempo útil. 
Até parece que o país está a nadar em dinheiro e que os desempregados são uma raridade na paisagem social.

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