Os grous?
As viagens
separam-nos do passado.
Se apenas
viajássemos como grous,
sem reconhecer
as nações debaixo da quilha do nosso esterno,
se não
trocássemos os idiomas e as unhas
com os
habitantes das novas geografias,
seríamos nós.
Porque o idioma
é fechado e
insondável em cada criatura,
porque cada
nação é o berço de uma língua
e os meus poemas
noutra língua não são meus.
Quando viajamos no mundo não sabemos quem fomos.
Quando viajamos no mundo não sabemos quem fomos.
Fiama Hasse Pais Brandão
(1938
- 2007)
in
"Cenas Vivas", 2000
***«»***
Este poema deve ser
"estudado", para se lhe descobrir a originalidade da ideia central e
a forma criativa como é exposta. À primeira vista, e numa leitura desatenta,
poderá parecer um poema vulgar. Não é! É um poema de antologia.
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