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quinta-feira, 14 de março de 2013

Poema: EM RAMOS DE CINZAS E VENTO - por maria azenha

Imagem selecionada pela autora

EM RAMOS DE CINZAS E VENTO

entraram no meu sonho ramos de cinzas e vento
em pequenas canções de infantes e vagabundos 

toda a noite os martelos da lua choveram 
males para o centro do quadrado em que ardemos 

há um vulto de criança com uma gazela ao peito
que se perdeu em nós entre flores e fendas 

e quis alumiá-los com a luz da água da noite
na sombra lilás de um rei que foi morto

meus olhos vêem um círculo azul de tristeza incandescente
um enforcado no silêncio com uma colher de azeite 
na boca 

maria azenha
2013-03-09


Nota: Este poema suscitou-me o seguinte comentário: Fiquei novamente "agarrado à cadeira"! Um poema escrito através da subversão das palavras (ou do seu significado literal)! Um poema que toca o intangível Sublime! "Os martelos da lua" choveram todos na minha cabeça e a primeira ideia que emergiu da leitura do poema foi a ideia do Absurdo (Kafka, Sartre, Camus)...

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