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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Comissão Europeia identifica "fissura" social e política em Portugal

O barão de Bruxelas
O discurso mudou radicalmente. A narrativa do consenso social e político foi substituído pela Comissão Europeia por "fissura". No relatório da quinta avaliação da troika, Bruxelas avisa que a coesão continua a ser decisiva para o cumprimento dos objectivos do Memorando de Entendimento.
"Como mostraram as recentes fissuras no tecido político e social, construir um consenso efectivo é decisivo para uma implementação bem sucedida do programa”, escreve o documento da Comissão.
O consenso político – reflectido na assinatura do Memorando por PS, PSD e CDS-PP – e o acordo social – representando pela assinatura do Acordo de Concertação Social por patrões e UGT – foi sempre um dos principais trunfos para Portugal de distanciar da Grécia.
Enquanto as ruas de Atenas se enchiam com protestos violentos, quase 80% dos eleitores portugueses votou nos três partidos que assinaram o Memorando de Entendimento com troika. No entanto, a apresentação da medida de aumento da Taxa Social Única (TSU) dos trabalhadores parece ter provocado uma inversão, aumentando a tensão social e gerando críticas de todo o espectro político pela persistência do Governo no aumento de impostos.
Além disso, essa proposta (entretanto abandonada) chegou mesmo a colocar em causa a coligação de Governo PSD/CDS-PP, com o próprio Paulo Portas a admitir que estava contra a medida
Jornal de Negócios
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Os teóricos do neoliberalismo reclamam para si a verdade, quando afirmam que os mercados se auto-regulam por si próprios, não sendo, pois, necessária a intervenção do Estado na economia, devendo este remeter-se ao exercício das funções de soberania e à função de regulador económico. Este é o miolo da teoria neoliberal. E aqueles teóricos acrescentam: quando as soluções neoliberais falham é porque o mercado está a funcionar mal, não sendo, pois, culpa da teoria. É o que a UE quer agorar demonstrar. A política de austeridade está certa. O que falhou foi a "fissura social", que não estava na equação escolhida pelo FMI.
Tirem-me depressa desta narrativa, que eu já não aguento mais estes gajos.

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