Aconteceu...
Mergulhei no fundo dos teus
olhos
e acolhi-me ao abrigo do teu
peito...
No limbo do teu corpo sereno
deixei correr o tempo...
Aconteceu...
Procurei despertar com os meus gestos
a febre dos teus afectos,
desatei o nó dos teus sentidos...
Depois... Aconteceu...
Deitei-me no teu leito
quando o desejo dos nossos corpos
se reacendeu...
Acariciei o teu ventre
Beijei a tua boca
o teu peito...
Olhei o fundo cheio dos teus olhos
à procura do teu desejo...
Abracei o teu corpo esguio
e franzino
apertei-o contra mim.
Senti as tuas veias ardentes
a pulsar de azul
em anunciado prazer...
E, embriagado por também te pertencer
e sufocado pelos estilhaços dos espasmos,
naufraguei na praia do teu corpo revolto,
vibrando em apelos urgentes de afecto
e saciando-me no novo encantamento descoberto...
Alexandre de Castro
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