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Deus e o Diabo |
No quadro da mitologia judaico-cristã, em que existe uma assanhada luta entre deus e o diabo pela conquista das almas, eu nunca percebi lá muito bem quem é que, na realidade, fundou o inferno e criou o diabo. Julgo ter sido deus, já que ele é apresentado nos textos bíblicos como o criador de todo o universo e de todas as coisas. Porque diabo, agora, anda deus a queixar-se que o diabo não deixa de querer roubar-lhe as almas dos homens?!
11 comentários:
Alexandre: Depois de ter passado pelos manifestantes condenados, pelo novo alienígena de Terreiro, achei por bem repousar aqui. Mas olhando bem para esta imagem, desconfio que o Deus ai representado, deveria na altura de sentir-se muito aborrecido, dai a criação do Diabo. E não esqueça, que fomos todos feitos a sua semelhança!
Bom fim de semana
Beijo
Sónia
Só há um Deus - o Mistério que antecede o princípio do Espaço e do Tempo.
Há muitos Diabos - nenhum fora do ser humano.
Concordo plenamente Olimpio!
Carta a Deus
Reza por mim ao teu Deus
com a tua fé exacta e pura
porque eu não sei rezar
nos teus livros sagrados
nem ler o destino nas estrelas
e muito menos a sina
na palma da minha mão.
Reza por mim, se na realidade
acreditas que o teu Deus
tudo ilumina
e tudo anima naquilo em que toca.
Leva-lhe esta carta
e pede-lhe para que me apareça
no Sinai ou em Meca,
que me entregue novamente as Tábuas
me inspire outro Livro em qualquer gruta.
Que me diga onde está, onde mora
e também que idade tem
e o que fazia nas horas vagas
antes de criar o Universo
e, na Terra, instalar o Homem e a Mulher.
Pergunta-lhe também como explica Ele
aquela pedra com que Caim matou Abel.
E, por fim, para não O cansares mais,
e no caso de Ele ser uno e único, como se diz,
e ser ao mesmo tempo Deus, Alá e Jeová,
pergunta-lhe pelos Profetas,
por Moisés, pelo Messias e pelo Maomé,
se todos eles estão sentados a seu lado
como bons irmãos
ou se prolongam lá no Céu
a guerra santa que lavra aqui na Terra.
Alexandre de Castro
Lisboa, Maio de 2007
Dissertação sobre o Big Bang…
E naquele momento zero em que tudo começou,
no primeiro segundo cósmico,
surgido a partir do Nada
a energia, concentrada e tensa, explodiu
fazendo saltar matéria incandescente a alta velocidade
para formar estrelas, cometas, planetas e galáxias
a ensaiar uma louca dança orbital
e a obedecer com precisão infinita
à lei da gravitação universal
Newton ainda estava a muitos anos-luz de distância
na escala temporal, até uma maçã o despertar
Galileu leu todos os sinais dos céus,
observou, fez experiências, analisou e calculou
e tudo ficou mais claro e transparente
para um cabal e definitivo entendimento
nem o Papa, que o mandou calar,
nem a sentença da Sagrada Inquisição
estancou aquele pensamento perverso
de ser a Terra continuamente a rodar
e de nunca ter sido o centro do Universo
desmentindo assim as verdades divinas
vertidas pela Fé nas Escrituras
e o Mundo continuou a girar, a girar,
rasgando segredos e descobrindo infinitos
com estrelas ainda a nascer
e outras a desaparecer, em lenta agonia cósmica
até um buraco negro as devorar
como se tudo se reduzisse a uma liminar equação
entre energia e matéria, na sua matemática relação
e que Einstein revolucionariamente resolveu
mas há ainda uma outra lei desconhecida,
a do ciclo e do contra-ciclo, marcada pelo tempo,
com o Universo a inverter-se e a matéria a contrair-se
quando a energia se esgotar e o espaço terminar,
deixando de se dilatar
aparecendo, então, uma força descomunal
a esmagar galáxias, estrelas, cometas e planetas
(fulminando a Humanidade, se ela ainda existir)
até a matéria se dissolver
e a energia regressar ao ponto inicial
para um outro Big Bang começar…
Alexandre de Castro
Lisboa, Dezembro de 2008
Os meus agradecimentos à Sónia e ao Olímpio.
Sinto muito!
Sinto tanto...
De nunca um Deus ter encontrado,
para lhe poder falar!
Mas se algum dia, essa honra ou magia
acontecer, serão as suas palavras com certeza que lhe vou querer dizer!
Adorei a sua carta Alexandre.
Beijos
Sónia
Tomei a liberdade (que espero não ser excessiva) de partilhar a sua carta no meu blog.
Bjs. Sónia
Obrigado, Sónia, pela partilha. Para mim é uma honra.
Beijo
Alexandre
Embora não saiba o que é o Infinito, o Homem, por fascínio,aborda-o através da Matemática, conseguindo obter alguma Paz por meio de raciocínio criador de umas quantas "simples equações",determinantes no "levantamento" de algumas indeterminações.Muito mais simples de abordar é o conceito do Bem e do Mal (ao qual a Matemática não se aplica)mas que existe na mente e consciência de qualquer ser humano.Como "corolário"deste conceito, existe o da Justiça.Paradoxo terrível, inexplicável(?),é a incapacidade(?) humana de conciliar aqueles dois conceitos mores da natureza Humana - Talvez o primeiro e mais fatal Anátema - o verdadeiro pecado original.
Deus fez-me diabo. :)
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