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sexta-feira, 19 de julho de 2013

Crónica: Um pesadelo para esquecer


Transcrição de um comentário que deixei numa página da internt, onde me tenho envolvido em acesas discussões políticas: 


Eu, ontem à noite, proporcionei aos leitores deste grupo, a leitura deste poema, para que tivessem bons sonhos. Mas, afinal, quem teve um sonho mau, fui eu. Foi um daqueles pesadelos, que nos sacodem o sono e nos deixam patéticos, ao acordar, enquanto, lentamente, tateamos a claridade da realidade. Tinha sonhado, e isto não é ficção, que o PS de Seguro e o PSD de Passos, depois de despedirem Paulo Portas, por o considerarem um empecilho, tinham chegado a um acordo patriótico para salvar a Pátria. A fim de evitarem as eleições prometidas por Cavaco, em Junho de 2014, que só vinham a atrapalhar os contornos da negociata, resolveram dividir o poder, não através de uma coligação, mas através da divisão do seu exercício, numa escala temporal. O PSD governava até Junho de 2014 e o PS, de 2014 até 2015, até ao final da legislatura, comprometendo-se os dois partidos a fazer o necessário para reduzir o défice orçamental até ao limite imposto pela troika. No comunicado em que anunciavam triunfalmente o estabelecimento deste acordo patriótico, também diziam que "os sacrifícios seriam suportados por todos os portugueses, sem excepção, custe o que custar e doa a quem doer" (lembro-me que, nesta passagem do desenrolar do sonho, desatei a rir às gargalhadas), e acrescentavam a seguir que em 2016 a economia começaria a crescer a um ritmo vertiginoso (aqui, quase que me urinava a rir, o que teria acontecido se, entretanto, não tivesse acordado). Respirei de alívio, quando, na consulta imediata às notícias da net, constatei que o sonho não correspondia à realidade. Mas se, por uma qualquer maldição, isto vier a confirmar-se, pedirei a todos os santinhos do céu que me façam sonhar com a chave do próximo euromilhões.

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