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segunda-feira, 23 de abril de 2012

Catroga: "Não deve haver a preocupação" de regressar aos mercados em 2013

"Não ignoro os problemas, não ignoro os erros acumulados, mas acho que é sempre possível ver o copo meio cheio ou meio vazio. Eu vejo o copo meio cheio, mas nós precisamos de tempo, tempo, tempo", disse Catroga durante a terceira conferência da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, subordinada ao tema "Que figurino de desenvolvimento económico para Portugal? Metas e projectos".
"Portugal precisa de um programa específico para a economia portuguesa que comece a pensar para além de 2013 e que exigiria uma negociação com as organizações internacionais, nomeadamente com a União Europeia, no sentido de se derrogar temporariamente algumas regras europeias para que haja uma discriminação positiva dos incentivos aos sectores que exportam ou que evitem a importação", disse Catroga.
O objectivo, segundo o antigo governante, seria complementar a "visão liberal" do programa de ajustamento da 'troika' (Banco Central Europeu, Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional) com uma "visão cooperativa".
Diário Económico
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Trata-se de uma confissão envergonhada do falhanço das políticas de austeridade, que este ex-ministro das Finanças de Cavaco Silva apoiou. A tal endeusada "visão liberal", centrada quase exclusivamente na vertente financeira, afinal, foi insuficiente. Eduardo Catroga considera o copo meio cheio, e, por isso, julga que será suficiente aplicar a tal "visão corporativa", apenas ao setor exportador da economia e aos setores que possam evitar importações, vertentes estas que são muito importantes para o conjunto da economia. Mas, daqui por algum tempo, este senhor, a auferir um vencimento obsceno na EDP, como prémio pelos bons serviços prestados ao PSD, vai considerar que, afinal, o copo está meio vazio, o que irá obrigá-lo a dizer aquilo que todos os críticos dos cegos programas de austeridade, onde nos incluímos, têm vindo a dizer, sustentando que é também necessário aumentar a procura interna para dinamizar todos os setores produtivos e o emprego. É que sem economia não há finanças, juízo de valor entendido por toda a gente de bom senso, excepto pelos senhores da troika, pelo governo de Passos Coelho e pelos comentadores de serviço, a soldo dos interesses instalados.
http://economico.sapo.pt/noticias/nao-deve-haver-a-preocupacao-de-regressar-aos-mercados-em-2013_142940.html

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