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Em qualquer arte, é imprescindível revisitar os seus autores clássicos, precisamente aqueles que lhe fundaram os alicerces. Sem Charles Chaplin, o cinema não teria evoluído tão rapidamente nem a sua massificação inicial se teria operado sem abastardamento, sacrificando a sua qualidade. Chaplin elevou o cinema àquele patamar lúdico, onde a lucidez não se perdeu. Nunca o humor foi utilizado com tanta inteligência, ao ponto de ter incomodado os poderosos. Hitler foi derrotado às portas de Leninegrado e nas costas da Normandia. Mas já antes ele fora humilhdo e vencido por Charles Chaplin, em O Grande Ditador (1940).
Martin Sieff escreveu: "É duvidoso que algum outro indivíduo tenha dado mais entretenimento, prazer e alívio para tantos seres humanos quando eles mais precisavam". Mas Chaplin não fazia rir gratuitamente, nem se deixou seduzir pela facilidade da banalização. Além da grande humanidade das suas criações, os seus filmes tinham um nítido propósito ideológico, através da denúncia ácida e corrosiva do sistema capitalista. Por isso, ele foi perseguido nos Estados Unidos, sendo obrigado a optar pelo exílio.
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