Revolução na Revolução
Depois de um interregno para gozar umas
merecidas férias, não é sem um sentimento de remorso que retorno à política. No
meio de um mundo tão conturbado é natural que o remorso me assalte. Embora
eu tenha a percepção exacta de que o meu contributo é bem pequeno para pôr o
mundo às direitas, melhor diria âs esquerdas. De qualquer forma o saber que vou
morrer de olhos bem abertos para avaliar as injustiças, é o meu modesto
contributo para que o mundo não siga al revés.
Assuntos para tratar não faltam. Desde a Ucrânia
e o aparente triunfo do fascismo, até à marcha do Estado Islâmico, de facto
apoiado pelos E.U.A. e pelo senhor Erdogan da Turquia muitos temas há para
tratar
De modo que me é difícil escolher o assunto a tratar.
Ficámos a saber por um comunicado do FMI, que esta associação de mal feitores
vai apoiar a Ucrânia aina que o país entre em default (bancarrota) Assim o FMI
abandona toda a sua política de austeridade para permitir que a Ucrânia gaste à
vara larga. Mas então onde está a moralidade das exigências que o FMI faz ao
Povo Grego? E onde está a moralidade das medidas de austeridade que se abateram
sobre o Povo Português?
Mas o que verdadeiramente tem marcado estes
últimos dias (e eu acabo de ler um comunicado do comando Curdo da Síria de 18
de Junho) o que verdadeiramente tem marcado estes últimos dias tem sido a luta
heroica das mulheres curdas contra o Estado Islâmico.
Integradas em unidades de combate apenas de
mulheres (YPJ) as mulheres curdas têm tido um papel de liderança na resistência
ao Estado Islâmico na região de Kobane no Norte da Síria. Constituem um
extraordinário suporte militar à revolução.
“Combatem armadas somente com uma Kalashnikov
contra tanques de guerra e morteiros.”
Reconhece-se que as mulheres são muito mais
corajosas em batalha, não abandonando nunca a frente, preferindo morrer a
acabar nas mãos do inimigo. As mulheres curdas são guerrilheiras que escolheram
esse estilo de vida.
Entre as suas reivindicações estão
reivindicações verdadeiramente revolucionárias que têm a ver com a igualdade de
sexos. De maneira que elas estão a fazer uma revolução na própria revolução que
é uma luta pela liberdade.
Acontece que os combatentes terroristas do
Estado Islâmico têm um medo terrível destas mulheres, pois estão convencidos de
que irão para o interno se forem mortos por estas mulheres!
Regista-se aqui que entre as cidades
reconquistadas ao Estado Islâmico, esta organização sofreu a pior derrota, ao
perder a cidade de TAL ABYAD na fronteira com a Turquia, cidade que era
fundamental para os terroristas como trânsito de armas e combatentes. É claro
que não foram só as mulheres curdas a tomar parte na ofensiva. Foi uma acção
concertada com as unidades curdas de protecção (YPG)
Existe no Facebook uma página dedicada à YPJ.
Convido os leitores a visitarem essa página.
E uma última informação: O secretário-geral do
Partido dos Trabalhadores do Curdistão, Ocalan, encontra-se preso na Turquia,
onde foi condenado a prisão perpétua.
Glória às mulheres Curdas que assim lutam pela
Liberdade!
[*] Maria
Odete Santos
Ex-membro do Comité Central do PCP
1 comentário:
Grande Odete
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